domingo, 19 de maio de 2013

A EXPRESSÃO LITERARIA DO ESCRITOR CIRO JOSE TAVARES - BRASILIA -DF

UMA FAMÍLIA HAMADA RIBEIRA V
Ciro José Tavares

Escrevendo sobre sua pessoa na Ribeira, o Dr. Onofre Lopes deixa que suas palavras sejam permeadas por lembranças emocionantes.
“Eu procurava caminho na nebulosa, e, aos tropeços, meio ambição, meio confiança, todo esperança, vagueava pelas salas de aula noturna do Dr. João batista, do Mestre Ivo Filho, do professor João Tibúrcio depois, bem mais tarde, também nas bancas de exame do Ateneu. Ouvia falar das vitórias dos que estudavam, dos anéis vistosos de quem se formava, da importância social, da elegância no vestir daqueles que vinham das Faculdades. Era, também, o tempo em que outros estímulos me excitavam: pessoas humildes, puras e boas, habituais das “vendas” dos meus irmãos João e Pedro Lopes, onde eu vivia e sonhava, contavam com exagero os milagres da inteligência de Rui Barbosa, recitavam Fagundes Varela, Olavo Bilac, Álvares de Azevedo, Castro Alves. E, para maior motivação, via o Bacharel kerginaldo Cavalcanti, inteligente, bem trajado, de passos largos e resolutos, espargindo vitórias, fazendo discursos floridos de estrelas...”
Nas suas recordações aborda um episódio que se refere ao seu futuro colega e grande amigo: “Sei que, como adolescente ambicioso, fiquei cheio de inveja; Viram? Hoje houve um exame de Francês que assombrou! É só no que se fala!... Foi um estudante, José Tavares, que fez exame todo tempo falando em Francês! Cabra danado de inteligente!... Formidável, todo o exame em Francês!” Depois disso não mais ouviu falar do meu pai. Conheceram-se em 1933, quando formado em Medicina, também no Rio de Janeiro o Dr. Onofre regressou à Natal e tornaram-se amigos inseparáveis.
Lembra ainda os primeiros momentos e os nomes que pontificavam na Medicina do Rio Grande do norte, Varela Santiago, Otávio Varela, Ricardo Barreto, Ernesto Fonseca, e a figura central de Januário Cicco, que nascido em São José de Mipibu e formado na Bahia, adotou a Ribeira como sua segunda terra natal e se transformou num dos canguleiros mais ilustres. Juntos, Januário Cicco, Onofre Lopes, José Tavares, Luís Antonio Ernesto Fonseca, Otávio Varela e Aderbal de Figueiredo constituíam o corpo clínico do Hospital juvino Barreto depois chamado Miguel Couto e, finalmente, numa justíssima homenagem, Onofre Lopes.
A Ribeira precisa renascer para honrar a memória desses homens. A cidade e o Estado, por extensão, devem tudo à Ribeira, A Ribeira do tempo da cidade de pouco barulho, quase sem luz, ruas arenosas e noites encantadas Por doces serenatas.
UMA FAMÍLIA HAMADA RIBEIRA V
   Ciro José Tavares

  Escrevendo sobre sua pessoa na Ribeira, o Dr. Onofre Lopes deixa que suas palavras sejam permeadas por lembranças emocionantes.
“Eu procurava caminho na nebulosa, e, aos tropeços, meio ambição, meio confiança, todo esperança, vagueava pelas salas de aula noturna do Dr. João batista, do Mestre Ivo Filho, do professor João Tibúrcio depois, bem mais tarde, também nas bancas de exame do Ateneu. Ouvia falar das vitórias dos que estudavam, dos anéis vistosos de quem se formava, da importância social, da elegância no vestir daqueles que vinham das Faculdades. Era, também, o tempo em que outros estímulos me excitavam: pessoas humildes, puras e boas, habituais das “vendas” dos meus irmãos João e Pedro Lopes, onde eu vivia e sonhava, contavam com exagero os milagres da inteligência de Rui Barbosa, recitavam Fagundes Varela, Olavo Bilac, Álvares de Azevedo, Castro Alves. E, para maior motivação, via o Bacharel kerginaldo Cavalcanti, inteligente, bem trajado, de passos largos e resolutos, espargindo vitórias, fazendo discursos floridos de estrelas...”
Nas suas recordações aborda um episódio que se refere ao seu futuro colega e grande amigo: “Sei que, como adolescente ambicioso, fiquei cheio de inveja; Viram? Hoje houve um exame de Francês que assombrou! É só no que se fala!... Foi um estudante, José Tavares, que fez exame todo tempo falando em Francês! Cabra danado de inteligente!... Formidável, todo o exame em Francês!” Depois disso não mais ouviu falar do meu pai. Conheceram-se em 1933, quando formado em Medicina, também no Rio de Janeiro o Dr. Onofre regressou à Natal e tornaram-se amigos inseparáveis. 
Lembra ainda os primeiros momentos e os nomes que pontificavam na Medicina do Rio Grande do norte, Varela Santiago, Otávio Varela, Ricardo Barreto, Ernesto Fonseca, e a figura central de Januário Cicco, que nascido em São José de Mipibu e formado na Bahia, adotou a Ribeira como sua segunda terra natal e se transformou num dos canguleiros mais ilustres. Juntos, Januário Cicco, Onofre Lopes, José Tavares, Luís Antonio Ernesto Fonseca, Otávio Varela e Aderbal de Figueiredo constituíam o corpo clínico do Hospital juvino Barreto depois chamado Miguel Couto e, finalmente, numa justíssima homenagem, Onofre Lopes.
A Ribeira precisa renascer para honrar a memória desses homens. A cidade e o Estado, por extensão, devem tudo à Ribeira, A Ribeira do tempo da cidade de pouco barulho, quase sem luz, ruas arenosas e noites encantadas Por doces serenatas.
Curtir · · · há 15 horas ·

Nenhum comentário:

Postar um comentário