terça-feira, 9 de dezembro de 2014

ENSAIO DO EDUARDO GOSSON - NATAL/RN

O SENTIDO DA VIDA HUMANA

Qual é o sentido da vida? 
Pelo menos uma vez na vida você  já fez essa pergunta. Para o filósofo romeno Cioran não há sentido algum.... uma luta feroz para terminar em nada; voltar ao não-ser através de um transporte de terceira classe: Um caixão quente, sem ar condicionado, muita terra no rosto...
Por esses e outras motivos é que há dois mil e quatorze anos surgiu  JESUS de Nazaré, o  maior de todos, trazendo uma boa-nova: a Esperança. Foi, é e será um Pai bondoso que  com suavidade lhe diz o essencial da vida e, como todo pai, preocupa-se com a sua prole :”De que adianta  o homem ganhar todo o tesoura na terra e perder a sua salvação?”
Você, amigo (a) com certeza ainda não pensou nesta questão? 
Já notou que a nossa  viagem de volta é mais solitária de  todas? 
E mais: não levamos nada.

ENSAIO DO JORNALISTA PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

CIVILIZAÇÃO ENJAULADA




                   Certas imagens – embora aparentemente sem importância – deveriam marcar a paisagem profundamente. Mas não conseguem. A rotina diária, impregnada de violência acontecente a todo momento, faz com que certos fatos ocorram e sumam na poeira do tempo sem deixar rastro, sem nenhum registro. Esse contexto, por sinal, se insere na luta da grande mídia em selecionar o que acontece nos mais variados recantos para trazê-lo à presença do expectador. E, apesar das modernas tecnologias à sua disposição, e do batalhão de profissionais que emprega, inúmeros episódios fogem ao foco da grande mídia. Frise-se, porém, que tais fatos, embora não sofrendo registro, permanecem importantes, impactantes, e cumprem o papel de expressar, de expor, para quem os presencia, o modus vivendi das gerações de hoje. Em suma, coisas acontecem, muitos não tomam conhecimento – mas elas estão aí. Acontecem.  
                        Essa introdução serve para trazer à tona o registro de um fato e de como ele expressa o paradoxo de fazermos parte de uma nação dita civilizada e que, ao mesmo tempo, produz episódios de pura selvageria, coisa de deixar de queixo caído bárbaros de épocas pré-históricas. Para demonstrar essa realidade, não precisamos nem nos apegar à espantosa roubalheira que toma conta dos altos escalões da administração pública em todas as instâncias. Basta, apenas, nos fixarmos no futebol. Por sinal, em termos de imagem impactante, o futebol é cenário farto e rico. E é uma imagem de um jogo de futebol – ou melhor, de seu final, que nos deixa a refletir sobre o impacto que certas cenas deveriam causar e como somem na fumaça da rotina e do anonimato. E, afinal, o que se viu? Teve tiros, mortes, cenas em delegacias de polícia ou em emergências de hospital? Não. Foi pacífico, então, o que se viu? Foi.
                        Então, onde está a estupefação, o queixo caído, os olhos arregalados? Era fim de um jogo entre os times do ABC e do América, noite de uma quarta-feira qualquer. De fora do estádio, dava para se ver o cortejo de torcedores americanos em direção ao estacionamento e às paradas de ônibus. E aí, o que chamou a atenção? Só havia ali, naquele momento, torcedores de um time só. E os da outra agremiação, do ABC, onde estavam? Enjaulados. Enjaulados? Isso mesmo. De fora do estádio, via-se o frenesi dos que tratavam de ir pra casa, enquanto a outra torcida permanecia trancafiada no interior do estádio. Alguns agarravam-se às grades dos portões, como querendo apressar a saída, dando a nítida impressão, a quem olhava de fora, de que algo de grave acontecera e que fora necessária a retenção de alguns para o restabelecimento e a manutenção da ordem. Engano. Nada de grave acontecera.
                        Explicação: aqueles torcedores não estavam presos, retidos. Porém, a polícia e os administradores do estádio não se arriscavam a permitir que as duas torcidas saíssem ao mesmo tempo. Elas não poderiam se encontrar. Uau! Seria, digamos, uma medida de prevenção. Certamente, baseada em fato anterior que levou as autoridades a adotar a cautela. Que cena! Ali, presos – à espera de que os outros torcedores tomassem seus destinos – estariam homens simples do povo, mas também, e com certeza, magistrados, políticos, altos funcionários públicos, jornalistas, médicos, advogados, professores, empresários... Gente de poder, responsável, em grade parte, pelos destinos da cidade. Estranha civilização essa em que tais pessoas, em função de uma paixão, se veem na condição de bárbaros, de incivilizados, de irracionais – por não poderem conviver com outros que nutrem paixão diferente. Enjaulados. Uau...        

A VOZ POÉTICA DO CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF



DO AMOR
          Ciro José Tavares.
Amo-te infatigável e indefinidamente.
Amo cada fragmento do teu corpo desolado.
Amo-te como amei inesquecíveis putas brancas,
acolhido no calor do leito de  lençóis macios.
Amo-te como rios que beijam margens e sem dizer adeus
passam sôfregos numa fuga inconsolável,
 ou como ventos outonais agitando árvores
e que veem nas ruas sonolentas o esvoaçar das  folhas secas.
Amo-te como amei dias venturosos num tempo de loucuras.
Amo-te degradada, infeliz, cristã, vazia sem ninguém.
Amo-te na pobreza e silêncio inquietantes porque és pura e meu amor.

O POEMA DE EDUARDO GOSSON - NATAL/RN


DUBLIM E JAMES JOYCE
Para Conceição Flores

Dublim é muito longe
mas o amor de avó é maior do que as distâncias geográficas.
Dublim tem Michael
Joyce e Nora
a camareira que tornou-se sua esposa
Em Dublim não tem a luminosidade nordestina mas tem ULISSES.
(Eduardo Gosson).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

PREMIO JOVEM CIENTISTA - INSCRIÇÃO ABERTA


As inscrições para o 28º Prêmio Jovem Cientista seguem até o próximo dia 19 de dezembro. Para esse ano o prêmio busca soluções e inovações para a segurança alimentar e nutricional. O objetivo é valorizar e dar visibilidade às pesquisas nacionais no setor.
Para orientar os estudantes, o regulamento do prêmio definiu 11 linhas de pesquisa para as categorias mestre, doutor e estudante da educação superior. Para o ensino médio, são cinco subtemas. As pesquisas devem ter aplicação prática na solução de problemas de uma localidade específica ou do país.
Os estudantes do ensino médio ainda têm disponível aulas pela internet sobre segurança alimentar e nutricional, que ajudam a dar os primeiros passos na elaboração da pesquisa. O material didático e informações para inscrição podem ser encontradas no site da premiação.
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e conta com patrocínio da Gerdau e da BG Brasil.
Podem participar estudantes do ensino médio e do ensino superior, mestres e doutores.Entre as áreas do conhecimento envolvidas no tema estão nutrição, engenharia de alimentos, medicina, agronomia, ciência de alimentos, farmácia e bioquímica.
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), em parceria com a Fundação Roberto Marinho e a Gerdau. Para mais informações sobre as inscrições, acesse a página do facebook e pelo site: ww.jovemcientista.cnpq.br. Anualmente, são oferecidos mais de R$ 800 mil em prêmios, incluindo laptops, viagens e bolsas de estudo e pesquisa, em várias categorias, entre elas a de ‘Estudante do Ensino Médio’ e do ‘Mérito Institucional para a escola do Ensino Médio’. E o mais importante: o Prêmio reconhece publicamente a criatividade e a capacidade de inovação do jovem brasileiro.
 
fonte: Danilo Bezerra

domingo, 7 de dezembro de 2014

ENSAIO DO JORNALISTA PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

DEUS LHE OUVE? 


                    Uma das maiores dúvidas do homem está relacionada ao seu contato com Deus e a incerteza de ser ouvido. Essa questão está ligada a duas realidades: a primeira é que ninguém tem a capacidade de visualizar Deus, de vê-lo fisicamente como se vê as demais pessoas; a segunda é que ninguém ouve a Deus do ponto de vista físico, como se ouve o trinar de um passarinho ou o bate-boca de dois adversários. Para quem nunca o fez, ouvir a Deus, na verdade, é atividade de demasiada complexidade e que habita um terreno intrincado – o terreno da fé. Entretanto, embora pouco relacionada entre as dificuldades que compõem o dia-a-dia atual, a incerteza de que se é ouvido ou não por Deus é uma das piores calamidades de hoje. 
                      O fato de um governante não ouvir os reclamos de um segmento já gera um desconforto e uma incômoda sensação de rejeição, quanto mais o fato de não ser ouvido pelo Pai Eterno. Assim, o fato de não ver Deus e concluir que não é ouvido por Ele – em razão de não escutar claramente a sua voz – tem levado muitas pessoas a abdicar totalmente de um contato com Sua Pessoa e, em consequência, adentrar perigosamente no terreno da descrença e da incredulidade. Pois a pior sensação experimentada pelo ser humano, no encaminhamento de seus problemas existenciais, é quando cessam suas tentativas, suas buscas para a solução que almeja, e sua mente é invadida pelo vazio, pelo sentimento de que nada mais resta a fazer. A não ser se defrontar com o fruto cruel e amargo da impotência e da insustentabilidade. 
                 É também o tempo de se abraçar com a conclusão e a certeza de não se ter mais a quem recorrer. E agora? Do interior, angustiado, parte o grito, o clamor: “Por que ninguém me ouve? Por que ninguém me socorre; qual a razão para tamanho menosprezo?”. Imaginemos, por exemplo, a situação de um suicida. Por que o atentado à própria vida? Com certeza, pelo sentimento de que o momento de continuar a luta chegou ao fim, exauriu-se a força para permanecer na peleja. E, se nas pessoas que vivem essa dolorosa experiência, se aconchegar uma certeza de que alguém lhe ouve, de que alguém muito poderoso está disposto a lhe escutar? Certamente as atitudes serão outras, não é verdade? Mas, afinal de contas, Deus nos ouve ou não? Se nos ouve, como é a Sua voz? Grave, aguda, alta, baixa, calma, tonitruante, acariciadora, intimista, impositora ou audível, simplesmente? E, se não nos ouve, qual o tom do seu silêncio? Duro, seco, ausente ou tão somente o ronronar do nada? Muitas pessoas há no mundo dando testemunho de que ouviram a voz de Deus. E ficaram maravilhadas. 
         Dizem até que tal experiência modificou totalmente as suas vidas. E o que fizeram de tão especial para ouvir a voz de Deus? Creram. Simplesmente creram. Personalidades bíblicas do porte de Davi também testemunharam ter ouvido a voz de Deus. No salmo 40, versículo 1, por exemplo, Davi assegura: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro”. Também no salmo 54, versículo 17: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz”. E ainda como escreveu no salmo 120, versículo 1: “Na minha angústia, clamo ao Senhor, e Ele me ouve”. 
       O profeta Daniel também viveu essa certeza, como está escrito no livro que leva seu nome, capitulo 10, versículo 12: “Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim”. Vários escritores bíblicos asseguram, além do mais, que o próprio Jesus Cristo, como homem, como carne, também suportou todos os seus sofrimentos por conta da certeza de que Deus lhe ouvia. Essa convicção, para nós salvadora, está bem registrada em João, capítulo 17, versículo 1 ao 26, na célebre oração sacerdotal quando agradeceu a Deus que, “dos que me deste, protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição”, se referindo a Judas. Também no livro de João, capítulo 11, versículo 41, na conhecida passagem da ressurreição de Lázaro, Jesus agradece de público a Deus o fato de ser ouvido: “E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste”. Assim, com fé, está na hora de passarmos a ter, em Deus, um conselheiro e confidente especial. 
        Afinal, como nos assegura Davi, “se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá”. Beleza, não?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

SONETO DE GILMAR LEITE - POETA PERNAMBUCANO

Rebento Materno

À minha mãe Rita Leite

Hoje,  três de dezembro, neste dia,
Minha mãe rebentava para o mundo,
Vinte e seis, foi o ano, o bem profundo,
Que brotou minha flor, com alegria.

Grande luz, confidente e companhia,
Um viver que jamais eu me confundo,
Do sorriso exalava um ser tão fundo,
Cada afago era um mar de poesia.

Eu queria cobrir-lhe de presente,
Mas, seu corpo se faz de mim ausente,
Só me resta o perfume da lembrança.

É e por isso que busco a flor do verso
Pra sentir no meu peito o riso imerso
De mamãe me cobrindo de esperança.

Gilmar Leite