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Rasgando o ventre da serra
num parto de luz e cor,
o sol vem brindar a terra
numa oferenda de amor!
(Domitilla Borges Beltrame/SP)
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Se cruzaram, nosso olhar,
e um milagre aconteceu;
no meu, o seu quis ficar
e o meu quis ficar no seu!
(Francisco Macedo/RN)
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2004 > ATRN-Natal/RN
Tema > TEATRO > 11º Lugar.
Quando o teatro freqüento,meus dias são mais risonhos:a ribalta é encantamento,caleidoscópio de sonhos...
(Wanda de Paula Mouthé/MG)
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NÓDOAS.
– Marize Castro/RN –
Declinoao mesmo tempoque o vento.
Empilho nódoas de sangue
e sonho diante de um perfil
exangue.
Todo rio tem sua margem.
Todo alguém tem seu par.
Recolho grãos de areia
sob o olhar ávido
das rochas que já não podem andar.
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Nos meus sonhos mais dispersos,
faço alguns versos bisonhos;
porque não sei fazer versos
na insensatez dos meus sonhos.
(Ademar Macedo/RN)
...E Suas Trovas Ficaram:
A saudade me amargura
profunda e constantemente...
se na saudade há doçura,
é na palavra, somente.
(José Firmo/PE)
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Como a real conseqüência
Dum motor puxado aos trancos
Sob a carga da vivência.
A pele, outrora viçosa,
Hoje em dia já não goza
De tanta plasticidade.
Só leio em meus pergaminhos:
Minhas rugas são caminhos
Traçados pela saudade
.(Wellington Vicente/PE)
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AQUI MORAVA UM REI.
– Ariano Suassuna/PE –
Aqui morava um rei quando eu menino
vestia ouro e castanho no gibão,
pedra da sorte sobre meu Destino,
pulsava junto ao meu, seu coração.
Para mim, o seu cantar era Divino,
quando ao som da viola e do bordão,
cantava com voz rouca, o Desatino,
o Sangue, o riso e as mortes do Sertão.
Mas mataram meu pai.
Desde esse dia eu me vi, como cego sem meu guia
que se foi para o Sol, transfigurado.
Sua efígie me queima. Eu sou a presa
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
espada de Ouro em pasto ensanguentado.
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