Não se trata apenas da aplicação do conteúdo ou dos métodos para ministrar as disciplinas. As referências curriculares envolvem tudo que o aluno vivencia na escola. Essas referências foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB Nº 9394/96) e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), sendo normas obrigatórias que orientam o planejamento das escolas e sistemas de ensino.
No entanto, as referências nacionais não têm uma formulação própria adaptada à realidade de cada Estado, são muito amplas e não atendem as demandas locais. Apesar disso, o Rio Grande do Norte ainda não dispõe de diretrizes curriculares próprias e segue as nacionais. O objetivo do GT é mudar essa realidade e estabelecer princípios para a formulação de um projeto educacional, a ser encaminhado para as escolas, para debatido em conjunto com a participação dos professores, gestores escolares, pais de alunos, com o meio empresarial e diversos segmentos sociais.
O GT está sendo coordenada pela professora Tânia Leiros, Coordenadora de Desenvolvimento Escolar do Estado. De acordo com ela, a construção das diretrizes curriculares do vai permitir, que entre outras coisas, o aluno que tem atividades escolares no contra turno da aula - como os alunos do programa Mais Educação - possam aproveitar o tempo para efetivamente ampliar os seus conhecimentos. "O objetivo das atividades escolares não á apenas retirar o aluno da rua e dar a ele uma ocupação qualquer. A construção dos referências é importante para produzir conhecimento. Para isso precisamos construir a nossa identidade". Afirmou à coordenadora.
Os estudos do grupo de trabalho já estão em andamento desde o início do mês de junho. Os encontros estão sendo realizados nas quintas-feiras, no Instituto de Formação Superior Presidente Kennedy, sob a orientação do Professor Isauro. O ponto de partida foi um dos principais preceitos da LDB que vincula à educação escolar a prática social. Uma das conclusões do GT é que a formação do professor, tão importante para a qualidade do ensino, vai depender do resultado do grupo, ou seja, as necessidades formativas serão inseridas no projeto a ser apresentado nas escolas.
A primeira versão da matriz curricular do RN deve ser apresentada até o final do ano. A exemplo de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, a versão terá como base a LDB e os PCNs. Os documentos oficiais definem como finalidades gerais da educação o foco no ensino e na aprendizagem para que o aluno possa desenvolver competências e habilidades. Como isso, a adaptação da LDB e dos PCNs a realidade local, observando as características históricas, geográficas e sociais, é um projeto destinado, também, a dar atenção às vocações naturais do RN no sentido de definir o que o Estado deve fazer na área da educação para suprir as necessidades de desenvolvimento econômico.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE.