RIO GRANDE DO NORTE
Lei n. 2.161, de 3 de dezembro de 1957
I
Rio Grande do norte esplendente
Indomado guerreiro e gentil,
Nem tua alma domina o insolente,
Nem o alarde o teu peito viril !
Na vanguarda , na fúria da guerra
Já domaste o astuto holandês !
E nos pampas distantes quem erra,
Ninguém ousa afrontar-te outra vez !
Da tua alma nasceu Miguelinho,
Nós, como ele, nascemos também,
Do civismo no rude caminho,
Sua glória nos leva e sustém !
ESTRIBILHO
A tua alma transborda de glória !
No teu peito transborda o valor !
Nos arcanos revoltos da história
Potiguares é o povo senhor !
II
Foi de ti que o caminho encantado
Da Amazônia Caldeira encontrou,
Foi contigo o mistério escalado,
Foi por ti que o Brasil acordou !
Da conquista formaste a vanguarda,
Tua glória flutua em Belém !
Teu esforço o mistério inda guarda
Mas não pode negá-lo a ninguém !
É por ti que teus filhos descantam,
Nem te esquecem, distante, jamais !
Nem os bravos seus feitos suplantam
Nem teus filhos respeitam rivais !
III
Terra filha de sol deslumbrante,
És o peito da Pátria e de um mundo
A teus pés derramar trepidante,
Vem atlante o seu canto profundo !
Linda aurora que incende o teu seio,
Se recama florida e sem par,
Lembra uma harpa, é um salmo, um gorjeio,
Uma orquestra de luz sobre o mar !
Tuas noites profundas, tão belas,
Enchem a alma de funda emoção,
Quanto sonho na luz das estrelas,
Quanto adejo no teu coração.