segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
O ARTIGO DO JORNALISTA PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN
Pesquisas mais recentes sobre o funcionamento da mente humana, sobre os
elementos que regem a formação da inteligência e suas várias formas de
manifestação, demonstram não haver, necessariamente, nenhuma relação
entre a inteligência e a moral. Os estudos, da mesma forma, concluem
pela inexistência de conexão entre a inteligência e a ética, como também
entre ela e o caráter. Nesse território ainda pouco vasculhado da
mente, a conclusão a que se chega, lamentavelmente, é que o personagem
de uma história, para ser inteligente, não terá, obrigatoriamente, de
agir em sua comunidade como pessoa de moral, de caráter, de boa índole.
Por tais estudos, a inteligência está desatrelada dos demais elementos
que constituem a base do comportamento humano, para planar, como águia,
acima dos valores e escolher o rumo indicado pela individualidade e pelo
livre arbítrio.
Tais considerações são pertinentes pelo momento de verdadeira inversão
de valores que se observa, praticados na vida das pessoas, independente
do segmento social que se venha a analisar. Maliciosos, antiéticos e
imorais são visíveis em todos os quadrantes a olho nu, sem a
necessidade, para descobri-los, de sofisticados instrumentos de medição
científica. De todo modo, a conclusão dos estudiosos vem a calhar, pois
passa a estabelecer uma rigorosa conexão científica entre o resultado
dos trabalhos acadêmicos e a realidade que se vive no dia a dia
contemporâneo. E no que isso tudo resulta? Que conclusões, do ponto de
vista prático, podemos tirar de tais observações? É que, se antes o
homem, em sua grande maioria, agregava à inteligência fortes conceitos
carregados de moral e de ética, atualmente posiciona-se numa direção
contrária, separando-a e cultivando-a para a prática de delitos de toda
ordem.
Se agora está explicado, cientificamente, que a inteligência corre por
fora, desligada do caráter, da moral, da ética, nos trejeitos que
articula diante dos embates diários da vida, está justificada, então, a
onda de safadezas e malandragens que abarrota o noticiário e enche de
vergonha, entre outros, os espaços mais nobres da rotina nacional. É
corriqueiro, pois, notar-se o uso que se faz da inteligência a serviço
dos valores mais mesquinhos, para, como isso, glorificar-se a máxima de
que o negócio é levar vantagem – em tudo. Rigor exagerado no que afirmo?
Gostaria demais que assim fosse. Gostaria, inclusive, de serem
totalmente erradas as observações que faço em torno deste assunto e de
outros que compõem o cotidiano humano. Entretanto, não se tapa o sol com
a peneira. E o que fica em nós, inexoravelmente, diante da realidade
que rola, é o gosto amargo da decepção, da impotência, do desengano.
E o caráter como é que fica? Pra que direção se inclina, afinal?
Segundo o dicionário, o caráter é o conjunto de traços psicológicos, o
modo de ser, de sentir e de agir do indivíduo. Já a inteligência é a
capacidade de fazê-lo perspicaz, de fazê-lo aprender com rapidez, de
adaptá-lo a situações adversas. Enfim, de resolver pepinos e propor
soluções. Daí, logo se vê que a inteligência trava uma luta renhida
entre devotar-se a causas nobres, tendo no caráter um bom parceiro, ou
amoldar-se de vez às exigências que afloram no contexto da tão apregoada
modernidade. Para o caráter manter-se atrelado a princípios morais e
éticos, com a inteligência se lambendo por vantagens imorais, não é
tarefa fácil. Das duas uma: ou ele vence-a, subjuga-a – para
permanecerem ambos num elevado padrão ético –- ou também embarca na
gandaia. Pois, como justificam – com cinismo – os tais inteligentes,
resistir, quem há de?
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
PAI, FILHO E ESPIRITO DO CONTO DE DIAS CAMPOS - SÃO PAULO/SP
Somo voz
Ontem
à noite fui a uma exposição de arte contemporânea. Confesso, porém, que não
queria ir. Mas como prometera esse passeio à minha esposa, alternativa não tive
senão a de reunir as forças que me sobravam e partir para o desconhecido,
demonstrando bom ânimo o mais que pudesse.
Passado o sufoco por uma
vaga no estacionamento – é incrível como centenas de outras esposas tiveram a
mesma ideia –, e um outro estorvo logo se avizinhou, pois me esquecera de
antecipar a compra das entradas pela Internet. E mais quarenta minutos se
passaram até que conseguíssemos entrar.
Foi no próprio rés do chão
que meus olhos foram atraídos por uma peça no mínimo exótica. Era um bidê –
sim, um bidê! – de porcelana branca desbotada decorado com flores plásticas multicoloridas.
Ora, como tudo era vendável, fui ao preço... e, pasmem, milhares de reais
deveriam ser desembolsados por quem quisesse contemplá-la a sós no aconchego do
lar.
Só que neste mesmo instante,
distingui, nitidamente, uma voz há muito familiar. Era Mário Vargas Llosa, que
tecia mais de uma consideração.
Entusiasmado, varri com os
olhos todo o recinto, na esperança de tornar a abraçar aquele a quem muito
estimo.
Mas não o reencontrei.
Achei tudo isso muito
estranho, sobretudo quando, afinando a minha escuta, notei que suas reflexões
não só continuavam, como também pareciam permear aquele objeto de admiração. E
pensei com meus botões: que maneira singular de se fazer propaganda!
Como me aproximasse daquela
coisa – e isso muito agradava à minha mulher, que cria no meu crescente interesse
–, mais e mais o intrigante mistério se descortinava. Na realidade, não era o
Nobel de literatura, em si, que se fazia ouvir, mas, sim, a sua crítica, aquela
mesma que dirigira à obra de Damian Hirst, um tubarão conservado em formol, e que
proclamara em A civilização do espetáculo,
livro que trata da degeneração das
formas artísticas ante o aparecimento de uma sociedade voltada para o
entretenimento puro e simples.
Era fato, aquilo que muitos
aplaudiriam como uma obra-prima, e que, por isso mesmo, seria vendida a preço
de diamantes, desnudava-se no que realmente era e que nunca deixara de ser: uma
peça sanitária adornada com flores de mentira.
Mas o pior é que não consegui
me conter e acabei revelando ao meu eterno amor o que me ia na alma... E foi a
duras penas que consegui contornar esse pequenino deslize, o que evitou que o “climão”
que se formara entre nós permanecesse.
Passado esse contratempo – e
Deus sabe o quanto me contorci a cada novo pavimento –, e
percebi que um aperto me ficara no peito. Afinal, esse fenômeno seria irreversível?
Ou, dizendo de outra forma, até quando o declínio da cultura satisfará o modo
de ser contemporâneo?
E como da arte prefiro a literatura,
somo voz ao filho mais dileto de Arequipa, deixando a todos apenas mais duas
perguntas: Por quanto tempo a decadência dominará as prateleiras das grandes livrarias
ou fará abarrotar as salas dos cinemas? Será que nossos adolescentes
aprenderiam mais com ela, ou será que se seus pais os incentivassem a ler, por
exemplo, Vitor Hugo, Fernando Pessoa, Machado de Assis e Umberto Eco, entre
outros, eles cresceriam mais bem preparados? Que o digam a criatividade nas
redações dos concursos públicos, e as notas que lhes são consequentes!
domingo, 14 de dezembro de 2014
CALENDÁRIO LETIVO DAS ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO 2015
Portaria nº 948/2014 – SEEC/GS
A SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso de suas atribuições legais,
RESOLVE
Art. 1º. Aprovar o Calendário Escolar de 2015, anexo, a ser adotado pelas escolas da Rede Estadual de Ensino, com início do ano letivo para 02 de março de 2015.
Art. 2º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.
Gabinete da Secretária de Estado da Educação e da Cultura, em Natal/RN, 26 de novembro de 2014.
Betania Leite Ramalho
Secretária
A SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso de suas atribuições legais,
RESOLVE
Art. 1º. Aprovar o Calendário Escolar de 2015, anexo, a ser adotado pelas escolas da Rede Estadual de Ensino, com início do ano letivo para 02 de março de 2015.
Art. 2º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.
Gabinete da Secretária de Estado da Educação e da Cultura, em Natal/RN, 26 de novembro de 2014.
Betania Leite Ramalho
Secretária
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
SEEC E MINISTÉRIO PÚBLICO COMEMORAM SUCESSO DA CAMPANHA CONTE ATÉ 19 NO RN.
Trabalhar para acabar com a triste realidade, a violência que chega ao RN, trazendo dados alarmantes. Os noticiários que alardeia o que ninguém deseja para sua família, violência!
Pensando em reparar essa realidade,
que embora ainda não esteja em nossas escolas, a Secretaria de Estado da
Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte uniu-se, por meio do seu Núcleo de
Educação para a Paz e Direitos Humanos – NEEPDH e Subcoordenadoria de Ensino
Médio – SUEM, a Promotoria de Justiça do Estado, na promoção da Campanha Conte
até 10, cujo objetivo, coibir prevenir a violência nas escolas da sua rede.
Nesse sentido, hoje estiveram reunidas
no Complexo Cultural da Zona Norte, celebrando a Paz, a vida, mostrando o que
os nossos jovens aprenderam sobre as temáticas trabalhadas nas escolas, durante
o ano letivo de 2014.
Betânia Ramalho, Iveluska, Vicencia e Maria José. |
Presentes ao evento estavam as
seguintes autoridades: Gestores, Professores e Coordenadores Pedagógicos das
escolas envolvidas na Campanha, a Secretária de Educação, Profa. Doutora Betânia
Ramalho, Promotora Iveluska Xavier, Profa. Doutora Aliete Bormann,
Subcoordenadora de Ensino Médio, Profa. Espec. Maria José, Diretoria da 1ª
DIREC e a Profa. Espec. Vicência Santos, Diretora do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação – SINTE e os Técnicos Pedagógicos NEEPDH E SUEM.
As escolas presentes ao evento foram:
Instituto Padre Miguelinho, E.E. Winston Churchill, E.E. Anisio Teixeira, E.E.
Berilo Wanderley, E.E. Miriam Coely, E.E. José Fernandes Machado, E.E. Jean
Mermoz, E.E. Luís Antônio, Francisco Ivo Cavalcante, todas com um trabalho de excelência.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
A CRÔNICA DE JOSÉ EDUARDO VILAR CUNHA - NATAL/RN
Urinol etílico
José Eduardo Vilar Cunha. (*)
Normalmente as quartas feiras se
reúnem no Iate clube do Natal para o almoço de confraternização, os
afiliados da Ágape, uma entidade recreativa sem fins lucrativos. Numa
quarta feira do encontro costumeiro, se assentavam lado a lado na mesa
posta para o almoço, muitos dos seus adeptos, quando de repente surgem
pela a porta principal, Affonsinho e Marcelo Morais que pareciam mais
com a dupla dinâmica Robin e Batman.
A conversa é o ponto alto do encontro e, diante de mim, estava num
animado papo, Affonsinho, que dizia que, na sua família havia nomes
muito estrambólicos e, começou citando: Minha avó se chamava Occidentina
e suas irmãs; Orientina, Ocasina, Poentina, Astrolina, Luina Marina e
Orizontina. Da mesma maneira com nomes estranhos eram denominados os
seus irmãos: Eraldim, Podalírio, Waldencolk e Trasíbolo. Entretanto,
todos eram designados por apelidos, o de minha avó Occidentina era
Picucha.
Durante o rango, Affonsinho relata acontecimentos que sucederam na sua
vida na década de 1950 e, com desembaraço foi narrando; primeiramente
que a sua avó Picucha tinha um belo sitio no Município de Caxias, RJ.
Durante o relato ele conta que, num certo dia, Picucha e seu irmão
Eraldim, apelidado de Peri, que era um exímio tocador de bandolim, os
dois, resolveram organizar uma feijoada para homenagear os músicos da
Velha Guarda, e dentre eles estavam: Pixinguinha, Donga, Nelson
Cavaquinho, João da Bahiana e Jacó do Bandolim. Todavia, para animar
mais a festa a avó de Affonsinho o convida e estende a invitacão aos
seus amigos e amigas, já que a feijoada era abundante.
A questão estava como ir para Caxias, contava Affonsinho, dado a
distância, mas, seu amigo Luciano Toscano “O Lucky” se prontificou de
conseguir um caminhão da firma João Fortes Engenharia, onde trabalhava.
Estava tudo combinado para o dia da festa, o caminhão deveria passar bem
cedo, em frente a sua residência no posto 6, bairro de Copacabana.
A
ansiedade tomava conta da turma de Copacabana, que nesse dia compunham a
algazarra os amigos: Hélio Nelson, Afraninho Guerreiro, Ezequiel
Ferreira, Abdiel Karin, Carlos Alberto, que tinha o apelido de Cabelo
Bom, Breno Capistrano, Edmundo Miranda e algumas namoradas. O alvoroço
aumenta quando surge o caminhão na esquina da rua, a euforia foi total e
no momento que o veículo para, a procura por um bom lugar foi acirrada,
na boléia, continuava lucky e na carroceria todo grupo se aboletava.
Durante o trajeto para Caxias o grupo cantava e brincava, todos estavam
animadíssimos com aquele acontecimento e, com a perspectiva de uma boa
farra, pois haveria um confronto entre a Velha Guarda que era composta
pelos músicos e Nova Guarda, o intuito era para ver quem bebia mais e
aguentava o tranco.
Ao chegar ao sitio, a rapaziada desembarca do caminhão ávida para
iniciar os trabalhos e partem logo para a coleta dos limões que foram
retirados do pé.
Com os limões já colhidos e com toda pressa, correm
para a cozinha, com as cachaças, o açúcar e gelo para confeccionar a
batida que, na época, não era conhecida como caipirinha. Todavia,
faltava um elemento, a jarra, foi então que Affonsinho pediu a sua
avó um recipiente para fazer a mistura. Ela então lhe disse que não
tinha mais nenhum recipiente, além dos que tinha utilizado na colocação
do feijão, das carnes, da farofa, linguiça, couve, arroz e que também
não possuía mais nenhuma panela disponível.
Eu aloprei, contou
Affonsinho, pois como é que iríamos enfrentar a batalha sem munição. Foi
então que a avó Picucha, disse: ”Peraí, tem em um penico”. Muito bem,
pensei, como ela era uma senhora de formas avantajadas achei que a peça
oferecida serviria para a finalidade a que se propunha. Tá legal vovó,
traz o penico. Realmente o urinol era grande o suficiente, e desta
maneira foi dado o início da confecção do precioso líquido.
Após
realização de diversas misturas e provas com os participantes, surge uma
dúvida que foi indagada: ”Vovó este penico é novo”? E ela respondeu:
Novinho, só usei uma vez, e está bem limpo. Naquela altura da bebedeira
não tinha mais jeito de parar, continuamos a usá-lo, com o maior gosto e
alegria.
No final da disputa etílica, entre a Nova e a Velha Guarda, conta
Affonsinho, o confronto terminou empatado, arriou um dos nossos, o
Edmundo e um deles o Nelson Cava-
quinho.
(*) Prof. Doutor em Engenharia, Jornalista escritor. Membro do IHGRN / UBE
veja mais em: www.ubern.blogspot.com
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