quarta-feira, 17 de abril de 2013

A EXPRESSÃO LITERARIA DE HORACIO PAIVA - POETA E CRONISTA POTIGUAR/RN


HORÁCIO PAIVA MEMBRO DA UBE/RN



A TRAVESSIA DE CARLOS FREIRE 

 CRÔNICA DE HORÁCIO PAIVA.

Carlos Freire de Souza: este o meu amigo que, dormindo, atravessou a madrugada de Cotovelo, em 11 de abril de 2013, em direção à noite maior.

A hora não se sabe ao certo. Todos dormiam. Marlene também dormia, e não o viu partir. Mas algo me diz que foi na hora da Alba, quando a Estrela d’Alva procura o sol nascente e o anuncia sobre o mar.

Depois, todos acordamos para as ilusões de mais um dia. Menos ele, já transformado em súdito eterno da Verdade.

Carlos Freire, titular de inúmeros amigos em Natal e alhures, se fora, assim, como um passarinho, num simples bater de asas, silenciosamente, sem despedidas inúteis, como na certeza de nos esperar na unidade, em Deus.

A surpresa, o impacto, o alvoroço, a dor agitaram a manhã e a Torre Amarela, onde morava. Às 7, quando me chamaram na Torre Azul - do mesmo condomínio que tem nome e cheiro que lembram o mar, Corais -, eu traduzia um poema de São João da Cruz, dos mais sublimes da literatura espanhola: “Noite Escura” (“Noche Oscura”), onde o poeta descreve o encontro da Alma com Deus. Corro ao seu apartamento, vejo-o deitado em sua rede, o rosto sereno, sem qualquer sinal de contração ou dor. Abraço-o, e aquela emoção, associada à atmosfera de espiritualidade do poema de São João da Cruz, ganha dimensões transcendentais.

E ainda porque a notícia chegou-me à altura em que escrevia a seguinte nota: “A alma encontra em Deus a união perfeita: a Verdade (e nela, a salvação e a beleza), que se opõe às ilusões do mundo secular e material. Não há dúvidas que a beleza, na harmonia de seus aspectos intrínsecos e extrínsecos, é irmã da Verdade: a exatidão, a perfeição. E na noite escura da alma, no caminho que leva ao Amado, a Amada é guiada pela luz da certeza, mais clara que a luz do meio-dia...”

O acontecimento, súbito, fez-me dedicar a ele a tradução que fiz.

As coincidências (ou seriam aspectos de um mesmo diálogo espiritual?), continuaram a ocorrer. Dirigindo-me ao velório, onde assistiria a missa de corpo presente, ouvia, em meu carro, um disco de salmos, entoados por monges, em canto gregoriano. No longo percurso, várias vezes repeti o salmo 22 (23), o meu preferido, e que também era cantado na missa que já tivera início quando cheguei.

E depois, a missa de 7º. dia, na Igreja São João, com nome igual ao do santo que redigira o famoso poema...

Dou testemunho perante Deus e os homens, sobre esse velho amigo

Pondo em relevo a ética em suas atitudes cidadãs, Carlos era um parceiro do bem. Embora o havendo conhecido ainda jovem, esse conceito firmou-se sobretudo quando, juntos, participamos de alguns movimentos de cunho social: na Caixa Econômica, na luta pelo reconhecimento profissional de seus funcionários como bancários e pela jornada de seis horas (eu, embora do Banco do Brasil, era o presidente do Sindicato dos Bancários do RN, à época); no Condomínio Corais de Cotovelo, nas batalhas pela moralização administrativa da entidade. Mas aqui há que destacar-se, também, o seu senso de humor. Quando o seu nome era sugerido para síndico, respondia sempre: “Não. Não tenho tempo, sou aposentado!”

A honestidade, sempre a demonstrou. Exerceu a função de caixa na CEF por longos anos, com dignidade. Costumava dizer que seu pai, Rafael, não tendo dinheiro para depositar em bancos, pusera os filhos. De fato, vários deles foram bancários, inclusive Jaime Freire, outro amigo pessoal. E mesmo fora da vida profissional, portou-se corretamente. Pautava-se pela Verdade. Não era homem de mentiras e sempre procurava cumprir os seus compromissos.

Mas a maior de suas virtudes era o amor. Fez muitas amizades. Mesmo quando, às vezes, se exaltava, corrigia-se depois, com ternura.

Dizem os textos sagrados que, ao morrer, seremos questionados sobre o amor, tal a sua importância para a nossa salvação. “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”, ensinava Jesus, que também asseverava: “Terás um tesouro maior no céu”.

No diálogo socrático “Timeu”, de Platão, lê-se que o tempo é uma imagem móvel da eternidade.

Há um pensamento, ou descoberta, de Santo Agostinho, que estou sempre a repetir: não existe o tempo para Deus, que se expressa na eternidade. Dessa forma, essa eternidade contém o que imaginamos como passado e que, no entanto, permanece.

Assim podemos concluir, pela revelação, e com alegria, que o nosso amigo Carlos Freire, na unidade em Deus, vive em sua eternidade.


(Horácio Paiva. Poeta.
E-mail: horacio_oliveira@uol.com.br)
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PROGRAMAÇÃO IMPERDIVEL!


EDUCADORES PARTICIPEM!


segunda-feira, 15 de abril de 2013

A VOZ LITERARIA DO ESCRITOR CIRO JOSE TAVARES - BRASILIA/DF



RECOLLECTION
                


                                                  Ao Pedro Simões, in memoriam.

     “nenhuma geração impaciente pode apagar o teu vestígio
     E o canto que escuto nesta noite fugitiva
  Também foi ouvido por reis “e aldeãos.”.
            John Keats, in Ode a um Rouxinol.
           
            Mais uma vez, e não será a última,
          acendo candelabros para orientar
          teus regressos, renovados nas lembranças,
          diluídas nas sombras claras dos caminhos.
          Tuas notícias chegam pelos quasares de Hermes
          e contam dos folguedos alegres que divides
          com os sagrados avós que nos antecederam.
          Aqui, exilados nessa Patmos de saudades,
          olhares fixados nas estrelas
          buscam encontrar teu rosto no mistério do espaço,
     ou ouvir a tua voz de andarilho das constelações
     recitar poemas dessa nova dimensão,
     versos que viajem pelo tempo  como luz balsâmica,
     para cicatrizar nossas feridas e amortecer as dores.



Ciro Jose Tavares*
Advogado e Escritor Potiguar radicado em Brasilia e    com status de escritor nacional. 
  

LYSIA CONDE - SHOW IMPERDIVEL!

A cantora Lysia Condé homenageia Ivan Lins.
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Dando continuidade à série de homenagens da cantora Lysia Condé aos grandes nomes da Música Popular Brasileira, o escolhido para o próximo trabalho foi Ivan Lins, que ficou conhecido principalmente pela harmonia marcante e inconfundível de suas composições.
O repertório inclui não só os maiores sucessos do artista, como: “Começar de Novo”, “Lembra de Mim” e “Guarde nos Olhos”, como também as músicas igualmente belas, porém menos conhecidas do grande público, como: “Atrás Poeira”, “Choro das Águas” e “Quero Falar de Amor”. 
 
Ao lado do virtuosismo de Juliano Ferreira (Jow) no violão, da sensibilidade de Airton Guimarães no contrabaixo acústico e da precisão de Darlan Marley na bateria, Lysia Condé promete uma apresentação sofisticada, com arranjos elaborados interpretação que lhe é peculiar.
 
Agenda: 
19 de abril (sexta) - Jobim Gastronomia e Música - 21h30
26 de abril (sexta) - Jobim Gastronomia e Música - 21h30
 
Informações:
 

domingo, 14 de abril de 2013

UFRN:SEMINARIO SOBRE LEITURA E PRODUÇÃO NO ENSINO SUPERIOR ABRE INSCRIÇÕES


A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) está com inscrições abertas para o VIII Seminário Leitura e Produção no Ensino Superior. O evento será realizado no período de 3 a 6 de julho de 2013, no Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).

Coordenado pela professora Sulemi Fabiano Campos, do Departamento de Letras da UFRN, o evento propõe-se a criar um espaço para as discussões sobre a produção de conhecimento nas universidades brasileiras, alcançando assim, uma abrangência nacional.

Com a presença de palestrantes de instituições brasileiras e estrangeiras, a pauta do evento é promover e fomentar os debates em torno da responsabilidade das instituições universitárias de formarem profissionais que apresentem uma postura investigativa, nas diversas áreas de conhecimento.

As inscrições para apresentação de trabalho vão até o dia 19 de maio. Para obter informações sobre a programação do Seminário, bem como realizar inscrições e ler as instruções para apresentação dos trabalhos, os interessados devem acessar o seguinte endereço: 8slpes.blogspot.com.br/.

por e-mail

sexta-feira, 12 de abril de 2013

NOTA DE ESCLARECIMENTO


Sobre as recentes reportagens publicadas comparando os salários dos professores das redes estaduais de todo o país, a Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Norte esclarece que:

1. é difícil encontrar um parâmetro para elaborar uma tabela correta de comparação dos vencimentos entre estados, uma vez que as cargas horárias diferem de um ente federativo para outro. As jornadas variam entre 20h, 25h, 30 e 40 horas. Outro ponto que interfere na fiel comparação é que muitos estados agregam ao valor dos salários alguns benefícios, que não estão incorporados ao vencimento real e que também variam de estado para estado.

2. é preciso entender que não é possível fazer a comparação de um estado que paga determinado valor por quarenta horas de trabalho, embutindo no piso a remuneração por benefícios de carreira, com um estado como o Rio Grande do Norte, que tem uma carga de 30 horas semanais, paga o piso integral no vencimento, sem embutir os valores de benefícios.

3. tantas peculiaridades dão margem para que os dados sejam utilizados da maneira que melhor convier aos interessados, gerando injustiças, divulgação de informações inverídicas e, por vezes, levianas. Portanto, para uma real comparação, sugerimos a utilização de um método que trate os vencimentos igualitariamente, no caso, o valor da hora atividade.

4. como os dados apresentados pela tabela publicada no site da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, não estão atualizados (são de agosto de 2012) e foram repassados pelos sindicatos regionais,  sem o devido cuidado com a atualização da informação, iniciamos uma pesquisa junto às secretarias estaduais de educação de todo o país, buscando os valores reais, estado por estado.

5. como exemplo de estado que paga menos do que o Rio Grande do Norte, podemos citar o Rio Grande do Sul. Os professores gaúchos, com nível médio, recebem um piso de R$ 977,05, por 40 horas de jornada. Já os professores graduados, recebem um piso de R$ 1.807,54, pelas 40 horas semanais. De acordo com esses números, no Rio Grande do Sul, os professores de nível médio recebem R$ 6,10 pela hora atividade e os graduados, R$ 11,30.

6. no Rio Grande do Norte, onde a carga horária é de 30 horas semanais, o valor do piso pago ao grupo remanescente de 700 professores com nível médio é de R$ 1.175,27, enquanto o professor graduado, em início de carreira, recebe R$ 1.644,00. Logo, o valor da hora atividade paga ao professor potiguar de nível médio é de R$ 9,7, e ao professor graduado é de R$ 13,7, valores bem acima dos que são pagos no Rio Grande do Sul. Essa é apenas uma das comparações que podemos fazer com outros estados que pagam menos que o Rio Grande do Norte.

7.a Secretaria de Estado da Educação reforça que o reajuste acumulado de 76,8% (2011: 34%; 2012: 22,22%; 2013: 7,97%) concedido pelo atual governo aos professores é o maior da história recente do Estado. Para comprovar, basta que os professores comparem seus contracheques entre setembro de 2011 e janeiro de 2013. Enfatiza, ainda, que não reajustou apenas o valor do piso, mas aumentou na mesma proporção, os salários de todos os professores, independente dos níveis e tempo de serviço.

8. ressaltamos, também, que nesse governo, os professores voltaram a receber benefícios represados há mais de 10 anos, como pecuniárias, quinquênios, aposentadorias, promoções verticais e horizontais, numa política de valorização dos educadores que o Estado tem a intenção de dar continuidade. Apesar dos avanços, a Secretaria de Estado da Educação reconhece que ainda é preciso fazer mais, valorizar mais, para que o professor sinta-se cada vez mais estimulado a contribuir para o desenvolvimento da Educação, pois é na escola que as grandes mudanças acontecem. As perspectivas são animadores.

Natal, 28 de março de 2013.

Assessoria de Comunicação
Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Norte


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