A revolução de 1817 era um sonho que abriria caminhos para que o Brasil se tornasse uma República, haja vista nesse período o Brasil ter um regime monárquico, sob a égide da coroa portuguesa. Nesse sentido, os brasileiros não aguentavam mais as humilhações sofridas, não toleravam mais ver os seus lucros sendo enviados para Portugal, dentre outras coisas.
O Padre Miguelinho foi um dos que saiu em defesa da transição do Brasil para um regime republicano, e foi nesse contexto que conhecemos a história desse padre potiguar, herói e guerreiro que tão bem representou sua terra mostrando que não era covarde; potiguar é povo de palavra.
Filho de Manoel Pinto de Castro e Francisca Antonia Teixeira, pai português e mãe natalense, o jovem Miguel Joaquim de Almeida e Castro ganhou o apelido de Miguelinho por causa de sua baixa estatura. Já rapaz, destacou-se pela inteligência nata e reconhecida cultura humanista.
Participava Miguelinho de associações de reconhecimento secreto, período em que alimentava idéias de emancipação política, todas voltadas para afastar os colonizadores e invasores do Brasil monárquico. O movimento revolucionário de 1817 durou três meses e aconteceu no Nordeste, mais precisamente na província de Pernambuco, e teve inspiração nos ideais de liberdade da revolução francesa, na independência dos Estados Unidos e nas lutas da emancipação da América Hispânica, tendo sido, entretanto, a mais significativa.
Infelizmente, a citada revolução não logrou o efeito desejado pelos seus participantes. Os seus líderes foram punidos com sentença de morte, por enforcamento, e Padre Miguelinho foi um desses.
Segundo registros da época, o então Frei Miguelinho, que era Secretário de Governo, queimou todos os documentos em seu poder no intuito de não comprometer ou piorar a situação dos que estavam envolvidos direta ou indiretamente no episódio frustrado.
Mostrou o Frei que era austero, sincero e tinha muita convicção do que queria. Diante do juiz que deu a sua sentença, Miguelinho não fraquejou e, mesmo quando o juiz - tentando lhe ajudar e fazendo o que podia para lhe salvar da morte - disse: “Não, senhor, não são contrafeitas; as firmas nestes papéis são autênticas e, por sinal, num deles, o de Castro (seu sobrenome) ficou pela metade porque faltou papel”.
Diante desse fato, o juiz proferiu então a sentença, quando Miguelinho ouviu em profundo silêncio e, sem o menor sinal de impaciência, encaminhou-se para o temido oratório. Minutos antes de ser enforcado, ajoelhou-se diante do crucifixo e, chorando, disse em latim: “Misere mei Deo”. O mesmo alternava sua oração com seu companheiro de infortúnio, José Luiz Mendonça.
Assim, deixava Padre Miguelinho a sua trajetóra de vida para entrar na história; assim é a história do Patrono da Escola Estadual Padre Miguelinho, batizada no governo do então governador Aluizio Alves de Instituto Padre Miguelinho, pelo qual é conhecida até hoje.
Oi Geralda...Adorei o post!
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