Essa não será a minha última inspiração,
Nem o momento de silenciar meu verso
Ante a labuta do exercício da criação,
Adejando nas planícies desse universo.
Vivo um instante de criação infinita
Na beleza inquestionável do céu e do mar
No altar do coração, a oblação bendita
Como oferta divina, agradável e salutar.
Rogo que a vida dessa poesia
Ultrapasse as barreiras do tempo,
Macróbio e mendaz da fantasia,
Resistindo as curvas do árdigo vento.
Quero voar nas asas da imaginação,
Plainando ao vento suave e lento
Que destranca meu coração
E descurva meu pensamento.
O meu corpo está suarento
Pelo esforço da criação poética,
Acariciando letras em um mundo marrento,
Dando aos meus versos beleza e estética.
Lido com a magia das letras e da rima
Num misterioso luzir de palavras e vidas
Que o amor constrói, eleva e anima,
Alimentando sonhos e reabrindo feridas.
Escrevo versos para não enlouquecer
Na convicção de que vivo, não só existo,
Apesar da cruz do entardecer, o padecer,
Espero a aurora de minha inspiração em Cristo.
Foi Deus quem me deu esse sentimento
Que cria e recria sonho e esperança,
Utopia, magia, alegria, contentamento...
Ainda espero por um tempo de bonança.
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