DE SOMBRAS
De onde está vindo o
silêncio desses passos
despertando minha quietude
debruçada na poesia?
Ergo-me para encontrá-los e
somem enigmáticos.
passa veloz pelas vidraças
das janelas, até afugentando
pássaros que se recolhem sob
estrela vespertina?
De onde chegam essas sombras
parecidas
réstias de luas fugidias
diante dos meus olhos?
Revela-te. Emerge do
interior desse lusco-fusco,
e vem, anjo ou demônio num corpo de mulher .
São os teus receios que me
abandonam no vazio?
Confessa sombra inalcançável
o medo do amor.
Evola-se na escuridão a
esperança de saber
quem realmente és, e porque me atormentas.
Fico no vazio, nas mãos
apenas os meus livros.
Como sombras não regressam deixo
–te minha ausência no poema.
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