Desejo um Natal de
dúvidas
E um ano novo de
crises
Natal de muitas dúvidas
Pra geração testemunha
Desse período da História
Aonde um bandido acunha
Em manobra e tapetões
Todas as instituições
E nenhuma lhe desacunha.
Depois de um Natal de filas,
É bom que a gente analise
O que vem no ano novo...
E com a minha expertise
Vou desejar pra vocês
Um 2016
Repleto de muita CRISE!
São deletérios querendo
Deletar uma mulher séria
Quase isolada no trono
Pela força da miséria
Do canalha-mor que forja
A CAMARilha da corja
De uma câmara deletéria.
Perante o quadro dantesco
Que revoltado eu contemplo
Me parece a inversão
Do Evangelho e seu exemplo;
Como se Deus fracassasse
E um vendilhão expulsasse
O próprio Cristo do templo!
Na dúvida como o SINÉDRIO
Deixa solto um fariseu
Enquanto prende sem provas
Tudo quanto é cireneu,
Eu constato e me aborreço
Que a lei está pelo avesso
Que o mal ao bem já venceu.
Só nos resta a esperança
Que a CRISE toque pra frente
E as dores drásticas do parto
Cuspam do ventre doente
O embrião da suástica
Dando à luz de forma drástica
Um novo BRASIL DECENTE!
Com tantas CRISES em 15
Nos jornais e nas TVs,
Nas ruas, rádios e púlpitos,
Sites e jabaculês,
Decidi não me calar,
Vir a público e desejar
Mais CRISE pra 16.
Antes eu quero pedir
Ao estranho pessoal
Que mandou Dilma tomar...
Xingou Mantega no hospital,
Gritou Chico e Pimentel
Que não me mandem Noel,
Cartões nem Feliz Natal.
Eu quero mesmo é a CRISE
Que eu vi durante este ano...
Crise de vagas nos voos
De tudo que é aeroplano,
CRISE DE ESTACIONAMENTO
Onde amarravam jumento,
Sobrando carro do ano!
CRISE DOS FALSOS PATRÕES,
Modernos escravagistas
Que às empregadas domésticas
Não permitiam conquistas...
Com opressão e safadeza
Lhes usavam em cama e mes
Sem direitos trabalhistas.
CRISE DO PREÇO DO DIESEL
Que agora está nos carrões;
Hilux e Lander Roovers
Em que passeiam barões...
E da gasolina, até
Pra quem andava de pé,
De bicicleta e busões.
Quero a CRISE DAS PRISÕES
Do denuncismo hodierno,
De algemas se confundindo
Com mansão, gravata e terno
Depois que um juiz fascista
No afã de prender petista
Abriu as portas do inferno!
A CRISE DOS MENSALÕES,
Que vá em frente também
Do MENSALÃO DO PT
Não fica impune ninguém;
Que prendam nos próximos anos
Os mensaleiros tucanos
E os mensaleiros do DEM.
Quero a CRISE DO PETRÓLEO
Da Petrobrás “sem moral”
Que vale dez vezes mais,
Que já produz no Pré-Sal
Mais de um milhão de barris
E produz, mesmo sem “Xis”
Já três milhões no total.
CRISE DE MENINO POBRE
Cursando universidades,
Nas vagas dos mauricinhos
Que com as facilidades
Esqueceram de estudar
E não podem mais comprar
Diplomas nas faculdades.
Eu quero a CRISE DAS COTAS,
Do SISU e do ENEM
Dos pretos, dos pés raspados
Dos filhos do Zé Ninguém,
Dos cegos, moucos e mancos
Sentando os bumbuns nos bancos
Das faculdades também!
Eu quero a CRISE DE MESTRES,
Doutores e Pós Doutores
Chamados a trabalhar
Nos grotões e interiores
Onde criam faculdades
E IFs pelas cidades
Precisando professores.
Quero a CRISE em municípios
Onde tem prefeito rude
Que quer embolsar as verbas
No lugar da atitude
De pagar todos valores
Do Piso dos professores
E de agentes de saúde.
Que aumente a CRISE DOS PORTOS
Pra o Brasil ser mais que é,
O maior exportador
De Soja, açúcar e café,
De frango e carne bovina,
De laranja e tangerina
De samba, alegria e fé...
Que aumente a CRISE DA BUSCA,
DE FERRO e outros minerais
Para o Brasil fabricar
Bem mais carro e muito mais
Ferrovias e navios,
Trilhos, trens, canais de rios
E aviões comerciais.
Que aumente a CRISE ÉTICA,
Escândalos de corrupção
A polêmica e os processos
A denúncia, a confusão
E o caos que a imprensa exibe
De um poder que não proíbe
Nenhuma investigação!
Que siga a CRISE “HEDIONDA”
DAS PEDALADAS FISCAIS
Para que o BOLSA FAMÍLIA
Não sofra atraso jamais,
Minha casa; Minha Vida;
Luz, carro pipa e comida...
Fome e sede NUNCA MAIS.
Quero a CRISE DOS PROTESTOS
Em tudo quanto é cidade,
Coxinhas e Vira-latas
Pedindo coturno e grade
Metrancas, grades, fuzis
Pra ver se esses imbecis
Aprendem o que é liberdade!
Que siga a CRISE DO IMPEACHMENT...
Voltado pra quem provoca,
Tem dólar fora e esconde,
Mente, rouba e faz fofoca,
Fecha escola, bate em mestre,
Impeachment pra quem sequestre
Helicóptero cheio de coca...
Quero a CRISE DESASTROSA
DOS CUBANOS E CUBANAS,
Terroristas de jaleco,
Escravos, almas tiranas,
Comunas, bichos papões
Que se embrenham nos grotões
Pra salvar vidas humanas.
Quero a CRISE DE LULINHA
Comprando o Banco Fator,
Friboi, Aple, Coca-Cola
E a Valmet de trator...
Para a Veja não falar
Que o Brasil vai quebrar
Por falta de investidor!
Quero a CRISE DO DEBATE
DE GÊNERO e de KIT GAY,
Prender machões e homofóbicos
Maria da pena, a Lei
E Simone de Beauvoir
Mandando a mulher reinar
Sem lamber os pés do rei.
Quero a CRISE DOS PARTIDOS
Sem finanças de empresas,
A da CPMF
Ferindo as máfias burguesas
Que fazem o fisco de otário
Surrupiando o erário
E acumulando riquezas.
Que a CRISE DE INVESTIGAR
Que no Brasil se instalou
Possa se espraiar por cima
De quem crimes praticou
Quem cometeu injustiças
Pra quem tem contas suíças,
Quem mentiu e quem roubou.
Que o QUANTO PIOR, MELHOR
Desta corja inconsequente
Em 2016
Seja PIOR, realmente...
Um ano mais desgraçado
Pra qualquer CUNHA SAFADO
Que cruzar na nossa frente!
Autor: Crispiniano Neto
Cordelista Potiguar.