domingo, 30 de maio de 2010

CANTINHO DO POETA ADEMAR MACEDO


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Discórdia, sonhos frustrados,
e as mágoa não resolvidas
são os nós não desatados
das cordas das nossas vidas...
(José Valdez Moura/SP)


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Minha família, sem teto,
repartia o mesmo pão...
mas sobrava sempre afeto
no final da divisão...!
(Mara Melinne Garcia/RN)


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2010 > Caxias do Sul/RS
Tema > TREM > M/H.
O “te esquecer” me conflitae a razão manda que eu tentemas...quando a saudade “apita”,cresce um “trem” dentro da gente! (José Ouverney/SP)


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VIGÍLIA

– Divenei Boseli/SP –

Insônia
presença funesta que alonga a noite...
Holofote implacável que faz surgir
da noite no negrume
visões de remorsos,
espectros de ódios,
fumaças de saudade...
Companheira
impertinente e austera.
Conselheira
tola e vulgar, às vezes,
sábia e indulgente outras vezes.
Serpe astuta
que faz presa a alma livre
e estraçalha os nervos
e definha o corpo,
mas conserva em vigília
a Razão
e cinge o cérebro da gente
qual trepadeira o muro....
Obsecante espírito noturno,
indesejável vulto a rondar-me a cama.
Todavia,
é uma quimera a mais
entre as quimeras
de que é feita a Vida!

Um corpo no ar.


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Sinto um dom que me extasia
e uma inspiração sem fim,
quando a musa da poesia
passeia dentro de mim.
(Ademar Macedo/RN)


...E Suas Trovas Ficaram:
Quis-te um dia... mas fugiste;
me quiseste... e o mesmo fiz.
Quando, enfim, nós nos quisemos,
foi a vida que não quis...
(Zálkind Piatigorsky/RJ)


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Quer fazer este mundo mais tristonho
tire o charme romântico das flores,
quer banir a beleza apague as cores
quer matar um poeta, mate o sonho;
entretanto se quer Jesus risonho
faça um gesto de amor, abrace a vida,
veja o mundo na tela colorida
da visão inspirada de um profeta;
mas, não toque no sonho do poeta
que o poeta sem sonho se liquida.
(José Lucas de Barros/RN)


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DESABAFO.

– Maria Nascimento Carvalho/RJ –
No meu semblante há traços de cansaço, e, em minha voz, vestígios de tristeza, porque jungida às rédeas do fracasso, não conservei a luz da glória, acesa. E sempre pela vida em descompasso, lutando contra o vírus da incerteza, faço, da tênue força, força de aço, e do ataque, minha arma de defesa. Este cansaço que em meu rosto aflora, não é moléstia que surgiu agora, vem desde os magros tempos de criança. E a tristeza que a minha voz embarga, foi me tornando, aos poucos, mais amarga, e cada dia mais sem esperança.

A VIVA CULTURA! DIVULGAÇÃO E EVENTOS CULTURAIS DE MINAS GERAIS COMUNICA QUE CONTINUAM ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA DOIS FESTIVAIS EM VARGINHA.

TEATRO E POESIA

Festival Nacional de Teatro de Varginha 7ª Edição

(Realização: 29 e 30 de Outubro)
Inscrições vão até 6 de agosto.

Festival de Poesia Falada de Varginha 4ª Edição

(Realização: 14 de agosto)
Inscrições vão até 30 de junho.

Informações: vivaculturavga@gmail.com

Atenciosamente
Lindon Lopes
Marcos Misael

sábado, 29 de maio de 2010

O CAJUEIRO DO POETA EMANOEL CARVALHO

O meu velho cajueiro
Que um dia me recebeu
Que doces frutos me deu
Sempre depois da florada
Posto em cima da calçada
É meu guarda-sol gigante
Seus galhos são como amantes
Enlaçados e bem cobertos
Suas folhas bem faceiras
Filtram o ar do meio dia
Ah, senhor! Como eu queria
Que seu tronco fosse eterno
Quando eu abria a janela
Bem cedo me deparava
Com uma orquestra cantando
De galho em galho pulando
Saboreando seu fruto
Sanhaçu, pardal, rolinha
De todo cantos eles vinham
De manhã e a tardinha
Meu cajueiro me parecia
Um viveiro a céu aberto
Tudo isso eu via de perto
Quando seus frutos amadurecia
Mas hoje velho e cansado
Seus galhos secos esfolados
Sem vigor pouco floresce
Seus frutos atrofiaram
Suas folhas ressecaram
E suas castanhas não crescem
Já recebi tantas propostas
De gente mal desalmada
Pra tirá-lo da calçada
Por não ter mais serventia
Mas por amor eu espero
Que ele se revigore um dia
Sem intenção de feri-lo
Querendo deixá-lo bonito
Por pura ignorância minha
Cortei uns galhos que tinham
Em outras plantas encostado
E ele sofreu com isso
Talvez tenha acelerado
O fim de sua produção
Gerando essa sequidão
Em suas folhas e galhos
Ah! Se meu arrependimento
O tornasse como antes
Nunca mais eu lhe tocava
Com objetos cortantes...
Emanuel Milhomens de CarvalhoNatal/2009

DEPUTADA FÁTIMA BEZERRA CONSEGUE AJUDA PARA CUSTEAR SBPC EM NATAL


Após reunião com o Secretário Executivo e o adjunto do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy e Gustavo Vidigal, a deputada federal Fátima Bezerra comunicou ao reitor da UFRN, Ivonildo Rego, e ao pró-reitor de Extensão, Cipriano Maia, a liberação de R$ 600 mil para a Universidade custear a programação cultural da reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que será realizada em Natal, no período de 25 a 30 de julho. A SBPC Cultural propõe realizar várias atividades durante todo o evento, com direito a espetáculo de abertura, cenários culturais, mosaico cultural, prosa-poética, simpósio, entre outras.As inscrições para a SBPC Cultural 2010 estão abertas até o próximo domingo, 30 de maio.
O formulário está disponível no site: http://www.nac.ufrn.br/.

fonte: por e-mail

tetebezerra

CANTINHO DO POETA/TROVADOR ADEMAR MACEDO


>>> Trova do Dia: >>>


Não falo por picardia,

mas é verdade no duro.

Mulher e fotografia:

- só se revela no escuro...


(Nealdo Zaidan/PE)


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Tem muita menina feia
que é como lagarta preta:
quando metamorfoseia
vira linda borboleta.


(Clarindo Batista/RN)


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2009 > Bandeirantes/PR
Tema > CHILIQUE > Venc.
Porque os sapos afugenta
com chilique e confusão,
no brejo, o que se comenta
é que a sapa é sapa...tão!


(Edmar Japiassú Maia/RJ)


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Num concurso deste ano
foi grande o meu despreparo,
na rima entrei pelo cano:
rimei Jesus com “Genaro”.


(Ademar Macedo/RN)


...E Suas Trovas Ficaram:


Duas coisas neste mundo
podemos contar a dedo:
livro que volta a seu dono,
mulher que guarda segredo...


(Albertina Carvalho/RJ)


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Obriguei Gianequini sem desejo
se casar com Marília Gabriela,
João Medeiros morrer numa novela
e Vera Fischer gemer durante um beijo,
Almir Sater mostrar o seu arpejo,
Mel Lisboa, de mim, correr atrás,
destruí o governo dos reais
e fiz Lula mandar nesse país...
Foi a coisa mais besta que eu já fiz,
e o que é que me falta fazer mais?


(Raulino Silva/RN)


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UM VICE-VERSA... AO CONTRÁRIO:

– Heloisa Zanconato/MG –

Amigo Zé Maria que surpresa,
saber-te um Casanova aposentado,
pois, sempre, existe alguma brasa acesa
por baixo do carvão enfumaçado.

Se quem foi rei não perde a realeza,
um pau-de-lei não morre carunchado
e uma viril pistola portuguesa
não vive de gatilho enferrujado...

Esquece a ostoporose... a catarata
e sai, enfim, atrás de uma mulata
que tope um “ti-ti-ti” num canto escuro...

Pois, para um português de nome honrado,
melhor ficar com fama de tarado...
que ser considerado um dedo “duro”!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

SÁBADO NA CIRANDA POÉTICA DA SPVA - PROJETO 30 MINUTOS DO POETA MÁRCIO ROBERTO


MÁRCIO ROBERTO

POETA SONETISTA,

APRESENTAÇÃO NA CIRANDA POÉTICA -


SÁBADO DIA 29/05

LOCAL: E.E. WINSTON CHURCHILL

HORA: A PARTIR DAS 17 H

VOCÊ É NOSSO CONVIDADO!

UM SERTANEJO NA CIDADE - MESTRE JOSÉ ACACI

Esse é meu ídolo Acaci, um poeta muito arretado, otimo na rima e no verso, canta e encanta quem o escuta, por onde passa faz sucesso, tudo nele é poesia, inspirado demais esse menino, um artista por demais completo.

UM SERTANEJO NA CIDADE
José Acaci


Não reclamo de nada dessa vida,
acho que tenho tudo que preciso:
Cinco filhos pra esquentar o juízo,
uma filha bem nova e já perdida,
uma sogra mandona, intrometida,
um cunhado pra eu tirar da prisão,
um malandro que me chama de irmão,
dois reais pra pagar minha cachaça,
e um espeto com cheiro de fumaça,
assistindo o Programa do Faustão.

Tenho um bicho de pé meio enfezado,
pra coçar toda noite ao me deitar,
a vizinha que vive a reclamar
do marido que chega embriagado,
tem a outra vizinha do outro lado,
que reclama da vida o dia inteiro,
cada esquina que eu passo é um puteiro,
cada carro é mais um carro de som,
eu já me acostumei e acho bom,
essa minha vidinha de pedreiro.

Aprecio essa tal modernidade...
Já esqueci das virtudes do sertão,
até me acostumei com palavrão...
Isso é coisa comum cá na cidade.
Não preciso falar sempre a verdade,
pois aqui todo mundo é mentiroso,
não preciso ser mais atencioso,
com as pessoas caídas pelo chão,
nem rezar e pedir paz e perdão,
pois meu tempo é um tempo precioso.

Mas não sei o que é que tá faltando,
tenho tudo que eu queria na vida,
mesmo assim tenho em mim uma ferida,
que eu não vejo, mas tá me magoando.
Vez em quando me pego criticando
se aquilo é que é felicidade.
Eu lhe juro que até me deu vontade
de deixar de assistir televisão,
e pedir a Jesus paz e perdão
pelo que eu aprendi cá na cidade.


Por aqui aprendi a dar valor
a assistir filme de pornografia,
a fazer coisas que eu não fazia
quando estava lá no interior.
Dizer não, se alguém pede um favor,
dizer sim, quando a coisa me interessa,
e a viver minha vida numa pressa,
sem ter tempo nem para me coçar.
E agora eu me pego perguntar
se eu queria uma vida como essa.

Já faz tempo que eu vim do meu torrão,
vim pra cá procurando vida boa,
mas aqui não achei uma pessoa
que chegasse pra vir me dar a mão.
Por aqui não é como no sertão,
que a gente trabalha o dia inteiro,
e de noite se senta no terreiro,
sem bandido dizendo “mãos ao alto”.
Não tem bala perdida, nem assalto,
e o vizinho é amigo e companheiro.

Eu queria ter mais tranqüilidade,
e queria ver se arranjava um jeito
de botar mais amor e mais respeito
dentro do peito da sociedade.
Que as pessoas falassem a verdade,
que tivessem amor no coração,
que aprendessem viver sem confusão,
a viver sem mentira e falsidade,
e que o povo vivesse na cidade
como vive o meu povo do sertão.

Eu queria ter uma amizade
como a de João Grilo e de Chicó,
dar bom dia no Bar de Zé Mocó,
ser leal e gostar de lealdade.
Concordar, porém com sinceridade.
Discordar sendo sempre verdadeiro.
Ser marido amante e companheiro,
e servir de exemplo pros meus filhos,
pra viver vendo a vida andar nos trilhos
e morrer tendo Deus como parceiro.