quinta-feira, 25 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
DOUTORANDA EM LETRAS, REJANE SOUZA PRESIDE COMISSÃO DO PELLRN DO ESTADO DO RN
PORTARIA N.º 303/2013-SEEC/GS
A SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA DO RIO GRANDE DO NORTE
no uso de suas atribuições legais,
RESOLVE
Art. 1º - Designar Rejane de Sousa, matrícula
nº 104.742-6, Isauro Beltran
Nunez; Erileide Maria de Oliveira Rocha e Jucilandia Braga
de L. Tome, matrícula nº 69.731-1; para, sob a presidência da primeira , compor
a Comissão de Elaboração do Plano Estadual da Leitura e do Livro do Estado do
Rio Grande do Norte – PELLRN, iniciando com a escrita da versão preliminar do
documento base e, em seguida, tomando as providências necessárias para a sua
conclusão, tais como: submeter essa versão preliminar do Plano a instituições
relacionadas à educação e a Cultura, e à comunidade em geral, a fim de que
possam apresentar sugestões que contribuam para a sua conclusão, fazer os
arranjos necessários decorrentes das sugestões encaminhadas e realizar a
redação final.
Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com
efeito retroativo a 01 de junho de 2012.
Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.
Natal/RN, 04 de abril de 2013.
Betania Leite Ramalho
Secretária
CHAMADA PÚBLICA PARA DAR CIÊNCIA E RECEBER CONTRIBUIÇÃO AO DOCUMENTO
BASE DO PLANO ESTADUAL DA LEITURA E DO LIVRO DO RIO GRANDE DO NORTE – PELLRN.
A Secretaria de Estado da Educação e da Cultura – SEEC/RN, neste ato representada pela Coordenadoria de Desenvolvimento
Escolar – CODESE, vem, por meio e ação deste instrumento, tornar público, para
conhecimento das entidades educacionais e sociais, promotores de fomento e
incentivo à leitura e escrita, o documento base do Plano Estadual da Leitura e
do Livro do Estado do Rio Grande do Norte.
1. Do OBJETIVO
Constitui objeto desta Chamada Pública o
Documento Base do Plano Estadual da Leitura e do Livro do Estado do Rio Grande
do Norte – fundamentado pelo Plano Nacional do Livro e Leitura – PNLL, Plano
Estadual do Livro e Leitura do Mato Grosso do Sul, do Paraná e Leis do Livro e
da Leitura Literária que existem no Rio Grande do Norte, além do PDE e PISA e
teorias pertinentes ao tema.
O referido documento conta com 58 páginas construídas, o que permite traçar o
cenário de ações e metas que delineam as políticas de
leitura do RN.
2. DAS CONTRIBUIÇÕES
Poderão contribuir com o documento base do PELLRN instituições públicas,
privadas e sem fins lucrativos, que atuem no universo educacional, em especial
na área de formação e incentivo ao fomento do livro e da leitura.
2.2. Poderão, ainda,
contribuir as entidades de classes, com Sindicatos e Conselhos na área
educacional e cultura, e que promovam ações que fortaleçam a educação crítica e
cidadã.
PARÁGRAFO I:
Serão consideradas as contribuições de propostas que promovam
o acesso à leitura, ao livro e à formação de leitores e escritores, envolvendo
ações de cidadania, inclusão social, digital, que favoreçam o desenvolvimento
humano de forma integral.
3. DO PRAZO
3.1 O
prazo de recebimento das contribuições será de 30 dias, a partir da data de
publicação desta Chamada Pública, que ficará disponibilizada no Portal da
Educação da SEEC/RN.
PARECER TECNICO DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES/RN - SOBRE O PELLRN
PLANO ESTADUAL DA LEITURA E DO LIVRO DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO NORTE
“Um
país se faz com livros e homens”
Monteiro Lobato
01.
INTRODUÇÃO
A luta das entidades da sociedade civil
para transformar o Brasil e, quiçá o RN, em uma sociedade de leitores vem de
longe. Com base neste desejo, a União Brasileira de Escritores deu a largada
articulando desde o ano de 2006 uma lei, através dos deputados Fernando Mineiro
e José Dias, que resultou na Lei nº 9.105, de 09 de junho de 2008 ( Lei do
Livro Henrique Castriciano) em homenagem a este grande intelectual . Dividida
em 05 capítulos, a lei nº 9.105, em seu
Art. 23: “o Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no que couber, no
prazo de 90 dias”; já faz cinco anos
e só agora é que parece caminhar para que a mesma cumpra o seu papel; seis
meses depois, após intensa movimentação do Instituto de Desenvolvimento da
Educação – IDE, foi promulgada outra na mesma direção: a Lei nº 9.169, de 15 de
janeiro de 2009. Antes tarde do que nunca, o Poder Público sai da letargia e
elabora (em versão preliminar) o Plano
Estadual da Leitura e do Livro do Estado do Rio
Grande do Norte e
solicita,mediante Ofício Circular nº 16/2013, um Parecer da UBE-RN:
O2. PRESSUPOSTOS
METODOLÓGICOS E FILOSÓFICOS DO PELLRN
O PELLRN está embasado em grandes pensadores
da Cultura e da Educação, como o russo Bakhtin, o brasileiro Paulo Freire. À
pag. 06 afirma o PELLRN:
“a linguagem não é um mero instrumento de comunicação e que os sujeitos,
principalmente os alunos, não são meros receptores passivos”. (Paulo Freire
diz: - ninguém ensina nada a ninguém. Os
homens se educam em comunhão).
Reconhece que até agora as ações
desenvolvidas pela SEEC tem sido isoladas e conclama todos para participarem na
sua construção e execução:
“O
Plano, como aqui se configura, objetiva evitar o caráter assistemático e
fragmentado com que se tem implementado essas iniciativas em nosso estado. Isso
só será possível se houver o comprometimento de todos os setores interessados
no tema, os quais serão convidados a darem sua contribuição em um esforço
conjunto para a qualidade deste documento”.
Por último, conclama os
professores a repensarem suas práticas
obsoletas de pensar a leitura apenas
como uma tarefa do professor de Língua Portuguesa e sim de todos. Diz, ainda,
que o PELLRN articula-se “com a proposta
que vem sendo desenvolvida pela Comissão de Currículo para a rede estadual do
RN, que tem como eixo norteador o currículo integrado”(PELLRN, pág. 12).
03. METAS E ESTRATÉGIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DAS
POLÍTICAS DE LEITURA
O PELLRN assenta-se em quatro eixos temáticos:
.Eixo 1- Democratização do acesso
.Eixo 2 – Fomento à leitura e a formação de mediadores
.Eixo 3 – Valorização
da leitura e da comunicação
.Eixo 4 – Apoio à criação e ao consumo de bens de
leitura
UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES DO RIO GRANDE DO NORTE
A FESTA EM HOMENAGEM AO "DIA DO LIVRO INFANTIL" NA SEEC/RN
As lembrancinhas que foram preparadas com muito carinho para os participantes, bela e reflexiva mensagem.
O Programa Nacional de Incentivo à Leitura - PROLER/RN, sempre em ação.
Parabéns a coordenadora Erileide e a toda equipe que anos vem fomentando a leitura pelo RN.
Mágna Fernandes - "Mestre de Cerimônia", apresentou todo o evento.
A mesa diretiva composta pela
Diretora da 1ª DIRED/Natal/RN, o Vice Presidente da Fundação Josè
Augusto, a Secretária de Estado da Educação e da Cultura - Senhora
Betânia Ramalho, e a coordenadora do PROLER/RN Senhora Erileide Rocha
O Vice Presidente da Fundação José Augusto.
Professora Rejane falou de sua experiência com a literatura infantil...
Os professores/escritores, José de Castro, Salizete e Rosa Régis.
A mesa redonda que trazia como tema: "A literatura infantil" foi composta por escritores de literatura infantil:
José de Castro, Salizete, Rosa Régis e Flauzineide.
Flauzineide enfantizou as
mulheres que escrevem livros infantis no RN, aqui mostrando o livro "As
bicicletas de papel da escritora mossoroense Dulce - membro do AFLAM,
A Antologia organizada pela
poetisa Geralda Efigênia, em um projeto promissor que teve a
participação de alunos do Instituto Ary Parreiras,
Falou também do livro da escritora Elizabeth
Rose - " Feira Livre"
Outras escritoras e escritores de livros infantis foram citados(as)
Foi uma bela manhã poética...
Neidinha agradeceu a Deus pela oportunidade e a equipe da SEEC pelo convite.
Parte do público.
veja mais em:
fonte: www.divulgadoraliterocultural.blogspot.com
segunda-feira, 22 de abril de 2013
SEEC E SEBRAE E PROJETO DESPERTAR: 10 ANOS DE UMA PARCERIA DE SUCESSO!
PROFA. VERA REIS - COORDENADORA DO PROGRAMA DESPERTAR NA SEEC, NÃO CABIA EM SI DE ALEGRIA, FICOU EMOCIONADA E FELIZ! PARABENS VERINHA SABEMOS DO SEU AMOR PELO DESPERTAR!
sexta-feira, 19 de abril de 2013
1º FÓRUM NACIONAL DE HISTÓRIA INDÍGENA ARANDÚ
(SABEDORIA
INDÍGENA)
TEMA EM
DISCUSSÃO: AS TRILHAS INDÍGENAS DO PEABIRÚ
DIA: SÁBADO 27 DE ABRIL ÁS
14:15 HS.
LOCAL: O CASTELO DE ROBSON
MIGUEL – RUA DO CASTELO – Nº 310 – 4ª DIVISÃO - RIBEIRÃO PIRES - CEP: 09434-300
– SÃO PAULO - FONE: (11) 4829-3382 //
9-7268-3698
TRAJES: ESPORTE - INGRESSO
R$10,00 - DIVULGUE
PROGRAMAÇÃO DO SÁBADO - DIA 27 DE
ABRIL DE 2013
Tema central de discussão
do Fórum:
AS TRILHAS
INDÍGENAS DO PEABIRÚ -
O Peabirú era uma trilha indígena datada de
3.000 anos Antes de Cristo, construída pelos povos Guarani, orientados pelo sol,
em busca da Iwi Marã'ei, ou “A Terra Sem Males. Sua maior parte era calçada de
pedra com 1:40 metros de largura e rebaixada
40 centímetros do solo e era
usada como rota de comunicação entre os povos Guarani e os Incas do Peru,
ligando o Oceano Pacífico ao Atlântico, com aproximadamente
3.800 km saindo do litoral
do Peru e chegando ao Brasil em 3 pontos: litoral de Santa Catarina, litoral do
Paraná e litoral de São Paulo no Porto Timiarú, atual São Vicente-SP. A malha de
caminhos ligados ao Peabirú servia de base para os indígenas visitarem parentes,
realizarem trocas e também serviu para a fundação de várias cidades brasileiras
dentre elas as do ABCDRM.
Do
Fórum: Será aberto ao público e contará com a presença e
participação de historiadores, amantes da cultura indígena, formadores de
opinião e lideranças indígenas.
Horários:
1-13h00/14h00 - Chegada e Tour pelo Castelo de Robson Miguel
2-14h00 á 14h05 -
Acomodação dos convidados
presentes.
3-14h05 á 14h10 –
Saudação de Abertura com Marlene Oliveira Spiandorelo,
Diretora do Museu Castelo de Robson Miguel e Responsável do Museu Ribeirão
Pires.
4-14h10 á 14h15 -
Apresentação dos Palestrantes Principais do
Fórum:
- Robson
Miguel:
Historiador Indígena, Cacique
e Diretor do Castelo de Robson
Miguel - Centro de Referencias e Estudo da Cultura, Tradições, Literatura
Indígena Brasileira e Medieval - Fundado em
28-08-1999; Membro do IBB – Instituto
Biográfico do Brasil; Membro da AMLAC - Academia
Metropolitana de Letras, Artes e Ciências; Membro do IHGSP - Instituto Histórico
e Geográfico de São Paulo – Fundado em 01-11-1894 ocupante da Cadeira de
Historiador Indígena;
- Julio Abe Wakahara: Museólogo e Arquiteto,
Membro do IHGSP - Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
5-14h15 á 14h30 -
Composição da Mesa e dos ocupantes
das Cadeiras Históricas do Fórum ARANDÚ e seus release resumidos:
- Índia Tikuna do Amazonas We’e’ena Miguel - Presidente
Nacional das Mulheres Brasileiras Indígenas.
- Marlene Oliveira
Spiandorelo: Responsável do Museu Ribeirão Pires e Diretora do Museu Histórico
Castelo de Robson Miguel (Lançamento).
- Lucia Administradora do
Museu Histórico Castelo de Robson Miguel
(Lançamento).
- Sr. Américo Del Corto
Presidente da Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires.
- Lina Maria Del Corto da
Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires.
- Marcelo Liochi -
Secretário Adjunto de Turismo.
- Abel Francisco Junior -
Gestor Administrativo do IHGSP- Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
- Camila Galvez repórter do
Jornal Diário do Grande ABC.
- Renan Fonseca repórter
freelancer.
- Cibele Leão - Jornalista.
- Horacio Alberto Garcia
Historiador
-
Prof. João Antonio Ramos Presidente do Conselho Municipal de Cultura e
poeta.
- Flavio Lemos -
Jornalista
- Andresa Araújo -
Engenheira Ambiental.
- Profª. Valéria Marchi -
Historiadora.
- Ubirajara Kaiser -
Fotógrafo.
- Rogério Iorio –
Presidente do IBDN - Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza
.
- Katy - Comunicação e
Fotografa.
- Eduardo Pin - monitor ambiental.
- Prof. Arnaldo Boaventura
- Historiador.
- Beto Teoria Presidente
Nacional da Nação Hip hop Brasil.
- Marcos Baquará – Mediador do
FORUM.
6-14h30 á 14h40
- Execução do Hino Nacional Brasileiro em
Guarani pelo Violonista e Cacique Robson Miguel e execução do Hino da Cidade de
Ribeirão Pires com a participação do autor Sr. Américo Del Corto
Presidente da Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires.
7-14h40 á 14h45
- Apresentação do Marcos Baquará,
Relator da Ata e
mediador do Fórum.
8-14h45 á 14h50 -
O Fórum - Regras dos debates e diálogos. O
Fórum será intercalado por perguntas do público.
9-14h50 á 15h00 -
Inicio do Fórum de debates com
Historiador Indígena Robson Miguel e Museólogo e Arquiteto Julio Abe
Wakahara.
10-15h00 á 15h30 -
1ª MESA DE DEBATES:
Tema - As Trilhas
Indígenas do Peabirú (de
3.000 A .C.), na Região da Grande São
Paulo ao Perú.
11-15h00 á 15h30 -
2ª MESA DE DEBATES:
Tema - Os povos
indígenas “ágrafos” e suas nativas tecnologias da informação e localizações
geográficas, tendo como base o Mapa de Teodoro Sampaio - Capitania de S. Vicente
- Ano 1553 - 1597.
12-15h30 á 16h00 -
3ª MESA DE DEBATES:
Tema - A Historia
de Padre Leonardo Nunes Abarebebé, João Ramalho, Bartira, Tibiriçá, Caiuby e
Piqueroby.
13-16h00 á 16h30 -
4ª MESA DE DEBATES:
Tema - A Historia
de Ribeirão Pires como Geribatiba e Caaguaçú, sendo a possível antiga Santo
André da Borda do Campo. Leitura e interpretação da II Ata de Fundação da Antiga
Vila de Santo André da Borda do Campo datada em 12 de setembro de 1556, contendo
a assinatura de João Ramalho.
14-16h30 á 17h00 -
Encerramento:
Resumo geral conclusivo para o relator escrever e
últimos pedidos, sem réplica e tréplica.
Venda do Mapa Trilhas Indígenas do Peabirú, artesanatos
indígenas, CDs e DVDs.
Você faz parte desta historia de
brasilidade!
Sua presença é muito importante.
Divulgue para seus contatos!
CARINHOSAMENTE,
O CASTELO DE
ROBSON MIGUEL
RESIDÊNCIA E ESCRITORIO ARTÍSTICO
DO
MESTRE
ROBSON MIGUEL - VIOLONISTA E HISTORIADOR INDÍGENA
Cacique e Diretor do
Centro de Referencias e Estudo da Cultura, Tradições, Literatura Indígena
Brasileira e Medieval –
Membro do IBB –
Instituto Biográfico do Brasil - Membro da AMLAC -
Academia Metropolitana de Letras, Artes e Ciências –
Membro do IHGSP -
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo – Fundado em 01-11-1894 – Cadeira
de Historiador Indígena
E-mail : robson@robsonmiguel.com.br // (11) 4829-3382 // (11) 9-7268-3698 //
Site: www.robsonmiguel.com.brfonte: Ornelas
quarta-feira, 17 de abril de 2013
A EXPRESSÃO LITERARIA DE HORACIO PAIVA - POETA E CRONISTA POTIGUAR/RN
HORÁCIO PAIVA MEMBRO DA UBE/RN
A TRAVESSIA DE CARLOS FREIRE
CRÔNICA DE HORÁCIO PAIVA.
Carlos Freire de Souza: este o meu
amigo que, dormindo, atravessou a madrugada de Cotovelo, em 11 de abril
de 2013, em direção à noite maior.
A hora não se sabe ao certo. Todos
dormiam. Marlene também dormia, e não o viu partir. Mas algo me diz que
foi na hora da Alba, quando a Estrela d’Alva procura o sol nascente e o
anuncia sobre o mar.
Depois, todos acordamos para as ilusões de mais um dia. Menos ele, já transformado em súdito eterno da Verdade.
Carlos Freire, titular de inúmeros
amigos em Natal e alhures, se fora, assim, como um passarinho, num
simples bater de asas, silenciosamente, sem despedidas inúteis, como na
certeza de nos esperar na unidade, em Deus.
A surpresa, o impacto, o alvoroço, a
dor agitaram a manhã e a Torre Amarela, onde morava. Às 7, quando me
chamaram na Torre Azul - do mesmo condomínio que tem nome e cheiro que
lembram o mar, Corais -, eu traduzia um poema de São João da Cruz, dos
mais sublimes da literatura espanhola: “Noite Escura” (“Noche Oscura”),
onde o poeta descreve o encontro da Alma com Deus. Corro ao seu
apartamento, vejo-o deitado em sua rede, o rosto sereno, sem qualquer
sinal de contração ou dor. Abraço-o, e aquela emoção, associada à
atmosfera de espiritualidade do poema de São João da Cruz, ganha
dimensões transcendentais.
E ainda porque a notícia chegou-me à
altura em que escrevia a seguinte nota: “A alma encontra em Deus a união
perfeita: a Verdade (e nela, a salvação e a beleza), que se opõe às
ilusões do mundo secular e material. Não há dúvidas que a beleza, na
harmonia de seus aspectos intrínsecos e extrínsecos, é irmã da Verdade: a
exatidão, a perfeição. E na noite escura da alma, no caminho que leva
ao Amado, a Amada é guiada pela luz da certeza, mais clara que a luz do
meio-dia...”
O acontecimento, súbito, fez-me dedicar a ele a tradução que fiz.
As coincidências (ou seriam aspectos
de um mesmo diálogo espiritual?), continuaram a ocorrer. Dirigindo-me ao
velório, onde assistiria a missa de corpo presente, ouvia, em meu
carro, um disco de salmos, entoados por monges, em canto gregoriano. No
longo percurso, várias vezes repeti o salmo 22 (23), o meu preferido, e
que também era cantado na missa que já tivera início quando cheguei.
E depois, a missa de 7º. dia, na Igreja São João, com nome igual ao do santo que redigira o famoso poema...
Dou testemunho perante Deus e os homens, sobre esse velho amigo
Pondo em relevo a ética em suas
atitudes cidadãs, Carlos era um parceiro do bem. Embora o havendo
conhecido ainda jovem, esse conceito firmou-se sobretudo quando, juntos,
participamos de alguns movimentos de cunho social: na Caixa Econômica,
na luta pelo reconhecimento profissional de seus funcionários como
bancários e pela jornada de seis horas (eu, embora do Banco do Brasil,
era o presidente do Sindicato dos Bancários do RN, à época); no
Condomínio Corais de Cotovelo, nas batalhas pela moralização
administrativa da entidade. Mas aqui há que destacar-se, também, o seu
senso de humor. Quando o seu nome era sugerido para síndico, respondia
sempre: “Não. Não tenho tempo, sou aposentado!”
A honestidade, sempre a demonstrou.
Exerceu a função de caixa na CEF por longos anos, com dignidade.
Costumava dizer que seu pai, Rafael, não tendo dinheiro para depositar
em bancos, pusera os filhos. De fato, vários deles foram bancários,
inclusive Jaime Freire, outro amigo pessoal. E mesmo fora da vida
profissional, portou-se corretamente. Pautava-se pela Verdade. Não era
homem de mentiras e sempre procurava cumprir os seus compromissos.
Mas a maior de suas virtudes era o
amor. Fez muitas amizades. Mesmo quando, às vezes, se exaltava,
corrigia-se depois, com ternura.
Dizem os textos sagrados que, ao
morrer, seremos questionados sobre o amor, tal a sua importância para a
nossa salvação. “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a
si mesmo”, ensinava Jesus, que também asseverava: “Terás um tesouro
maior no céu”.
No diálogo socrático “Timeu”, de Platão, lê-se que o tempo é uma imagem móvel da eternidade.
Há um pensamento, ou descoberta, de
Santo Agostinho, que estou sempre a repetir: não existe o tempo para
Deus, que se expressa na eternidade. Dessa forma, essa eternidade contém
o que imaginamos como passado e que, no entanto, permanece.
Assim podemos concluir, pela
revelação, e com alegria, que o nosso amigo Carlos Freire, na unidade em
Deus, vive em sua eternidade.
E-mail: horacio_oliveira@uol.com.br)
veja mais em: www.ubern.blogspot.com
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