COMBATENDO
TIGRES DE PAPEL
Públio José –
jornalista
O ser humano tem a tendência natural de ampliar em demasia seus
problemas, suas preocupações. Apesar de sermos dotados de uma capacidade
extraordinária de criar soluções, temos o hábito de enxergar nossos conflitos
numa dimensão muito superior à dimensão real em que devem ser focalizados.
Exemplo? A mulher diante de uma barata. Se um extraterrestre chegasse numa casa
qualquer e visse primeiramente a mulher, seu porte, sua graça, sua valentia
(muitas dão ordem até nos maridos) e depois tivesse contato com uma barata
(sim, aquele bicho fedorento, desprezível, horroroso), em quem apostaria? Na
mulher, não é verdade? E o que vemos, seja em Natal, Patu, Nova Iorque ou
Honolulu? Mulheres intelectualmente bem dotadas, mulheres empresárias, mulheres
atletas, médicas, professoras, aboletadas em cadeiras, com medo de uma diminuta
barata. Há exceções, é claro...
Diante
dos conflitos que a vida nos oferece tendemos naturalmente a criar tigres de
papel. Fatos, episódios, pessoas, tudo nós superestimamos em detrimento da real
dimensão que de fato esses elementos devem ter. Basta você assistir a uma
partida de futebol da seleção brasileira. Galvão Bueno vai logo comentando
“esse camisa 10 da Inglaterra é muito perigoso”. Termina o jogo, o
Brasil vence e fica demonstrado que o que parecia ser não era. É claro que, de
vez em quando, ocorre uma zebra. Mas a realidade é que os tigres de papel estão
sempre à nossa frente. O vestibular, o teste para o emprego, a concorrência da
vida em geral, os conflitos... Nossos adversários assumem proporções enormes diante
de nós, enquanto a nossa capacidade de luta, de encontrar soluções permanece
muitas vezes embutida num lugarzinho escondido do nosso cérebro.
Na vida o combate é uma constante. O nascer
é um ato de combate entre a perspectiva de vida e a realidade da morte. Sair do
aconchego do ventre materno para o enfrentamento da pedreira da vida
configura-se um desafio e tanto. Enfim, para onde você se volta, a necessidade
do combater estará sempre adiante, logo ali. O aprender, o se relacionar, o se
mover, tudo se constitui em uma operação constante a ser desafiada e vencida
– diariamente. Mas, além dessas dificuldades naturais, queremos aqui
ressaltar mais, nos fixar mais na figura do tigre de papel. Aquela dificuldade,
aquele adversário que nós fazemos bem maior do que realmente são. Hoje em dia,
com as vaidades e os egos atingindo proporções avantajadas, com o
individualismo e o egoísmo se fazendo a cada dia mais forte na vida das
pessoas, os tigres de papel pululam em todo lugar.
São pessoas que, movidas por sentimentos e instintos altamente centrados em si
mesmo, levam a vida sem considerar o espaço e os direitos do próximo. Pensam
que são espertas, inteligentes, sabidas, competentes. Na verdade, são pobres
tigres de papel, desprovidas do conteúdo interior que transforma fracos em
fortes, pequenos em grandes, derrotados em vencedores. Hitler, por exemplo, é
um digno representante desse rebanho. Enquanto teve um forte exército à sua
disposição vociferava feito leão para seus inimigos. Desprovido da espada,
quedou-se feito gelo ao sol, entregando-se à morte através de um ato covarde de
suicídio. Pilatos diante de Jesus, tendo o poderio romano à mão, bradou ao
Mestre “fala que eu posso te salvar”. Dos dois, sabe-se que Jesus
ressuscitou, enquanto Pilatos não suportou atrelar aos seus dias o peso da
morte de um justo. Suicidou-se tempos depois.
Está na hora de você começar a identificar e combater com destemor os tigres de
papel que a vida coloca à sua frente. Na África, conta-se que a gazela está na
mata fechada onde o leão não pode lhe devorar. Aí o leão ruge, a gazela se
assusta e, inocentemente, vai para o descampado – onde é caçada
facilmente pelo leão. Tem muita gente agindo como a gazela, se assustando a
toa, perdendo a capacidade de raciocinar, de analisar as condições reais da
luta, a força do adversário, a dimensão da dificuldade e desistindo de lutar.
Ou lutando sem a convicção necessária para a conquista da vitória. Lembro-me
agora de Davi diante de Golias. Preferiu escolher sua própria arma, ao invés de
ir na conversa do gigante. Uma simples pedra entre os olhos pôs fim à vida de
um tigre que rugia como tigre, mas que na verdade era recoberto de papel. Aliás,
você já sabe onde encontrar a sua pedrinha?
Fonte: por e-mail
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terça-feira, 8 de julho de 2014
segunda-feira, 7 de julho de 2014
SELEÇÃO PARA ALUNO INTEGRADO - EDITAL
A Comissão Organizadora do Curso Aluno Integrado 2014.2
composta pela Secretaria de Educação a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (SEDIS /UFRN),
Coordenadoria de Desenvolvimento Escolar – Equipe de Tecnologias Educacionais e
Subcoordenadoria de Ensino Médio da Secretaria de Estado, da Educação e da
Cultura do Rio Grande do Norte (CODESE/ETED/SUEM - SEEC), torna pública a abertura das inscrições aos
interessados em atuar como Tutores Presenciais no Curso de Qualificação em
Tecnologia Digital do Projeto Aluno Integrado (MEC).
Clique aqui e baixe o edital para seleção de bolsistas - tutor presencial.
ATENDIMENTO AO PÚBLICO NA SEEC, SERÁ SOMENTE PELA MANHÃ
A Secretaria de Estado da Educação informa que a partir da
próxima segunda-feira (07) o atendimento ao público desta secretaria será
realizado das 7h às 13h. Durante este período, todos os setores estarão
recebendo demandas de origem externa. Após o turno matutino, o expediente
restante será interno, destinado exclusivamente a assuntos da própria
secretaria.
Atenciosamente,
Gabinete da Secretária
Assessoria de Comunicação
domingo, 6 de julho de 2014
SARAUTERAPIA NA ACADEMIA NORTE-RIOGRANDENSE DE ODONTOLOGIA - CONVITE
Prezado/as Amigo/as da Poesia, da Música e do Humanismo:
Tenham sempre bons dias com saúde e paz!
Convido-lhes para o Sarau inaugural da Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia, na próxima 6ª feira, dia 11.07, no mesmo horário do Sarauterapia, no CRO/RN - das 18 às 21 horas.
Local: Rua Múcio Galvão, 480 - entre a Rua Romualdo Galvão e a Av. Prudente de Morais, ao lado do Bompreço da Av. Alexandrino de Alencar, 1º prédio à esquerda, nos fundos da Casa de Saúde de Natal.
Trata-se de mais um espaço à disposição do imenso talento e sensibilidade dos frequentadores, há 10 anos, do Sarauterapia e seus convidados, diante de um novo público, sempre em parceria com a SPVA/RN e a SBDE.
Quem tiver livros ou outros artigos poderão levar para, possivelmente, serem comercializados.
Conto, mais uma vez, com a participação de todos, enviando-lhes fraternal e poético abraço.
Até lá, portanto!
Rubens Barros de Azevedo
Diretor Adjunto de Comunicação da Academia.
sexta-feira, 4 de julho de 2014
AVOZ POÉTICA DO CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF
ATO
SAGRADO
No quarto escurecido havia
um cheiro de vida entre nós dois.
Simples, todo espartano,
beleza imaginada e fictícia.
Réstias filtradas pelas
estreitas aberturas da janela
davam à cama um estranho
matiz acobreado
e sobre mornos lençóis
amarrotados estávamos silentes,
lado a lado com receio que
nossas mãos se entrelaçassem.
Cego pelo louro dos cabelos escorridos
afundei os dedos
para receber a magia que
deles fluía como elétrica corrente.
Beijei-te a face alva e, de
repente, incontido, os ternos lábios rubros
oferecidos para mitigar a
sede do poeta apaixonado.
Veio no abraço a
intumescência dos teus seios ao meu tórax
e ao sugá-los como criança
senti o gosto do orvalho das manhãs,
até acontecer total integração dos nossos corpos.
Quando no orgasmo alcançamos
o nirvana, ficamos outra vez
silentes, lado a lado,
apenas clareados pela fugaz luz exterior,
atravessando frestas da
janela e descobrimos pensativos
que no quarto escurecido havia um cheiro de
vida entre nós dois.
ESCOLHIDO O REPRESENTANDO POTIGUAR NO PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL
transcrito na íntegra
O estudante Martins Francisco de Santos Neto viverá, dentro de alguns
meses, a experiência de ser jovem parlamentar brasileiro. Discente da
Escola Estadual Profª Terezinha Carolino de Souza, localizada no
município de Jaçanã, Martins foi selecionado para representar o RN no
Parlamento Juvenil do Mercosul. Martins concorreu com mais duas alunas a
vaga e ganhou, por meio de voto direito de outros adolescente, o
direito de representar o Brasil. A votação ocorreu durante o 3º Encontro
Nacional Parlamento Juvenil do Mercosul , realizado mês passado em
Gramado (RS).
Para chegar ao selecionado, três nomes foram escolhidos na fase estadual
e foram a Gramado para concorrerem a vaga. Além de Martins Neto, as
alunas Thaysa Fernandes de Azevedo, também da Escola Estadual Profª
Terezinha Carolino de Souza e Antonia Andrerlandia Jácome de Oliveira,
da Escola Estadual Professor Daniel Gurgel (Janduís) foram classificadas
na fase estadual e representaram o RN em Gramado.
Para serem selecionados, os jovens precisaram redigir um texto com o
tema “O Ensino Médio que queremos” e serem engajados em projetos sociais
no âmbito de sua escola ou comunidade. Durante o encontro em Gramado,
eles apresentaram propostas sobre cinco eixos temáticos: inclusão
educativa; gênero; jovens e trabalho; participação cidadã dos jovens e
direitos humanos.
Por meio de votação direta, todos os delegados escolheram os
representantes das 27 unidades federativas do Brasil. Responsável pelo
programa, Verá Reis, professora ligada a Subcoordenadoria de Ensino
Médio, explicou como os estudantes encaram o programa: “Uma experiência
enriquecedora, isso é o que define o PJM. Os alunos são convidados a
praticarem os princípios democráticos antes mesmo da jornada parlamentar
do programa, pois, na fase nacional, eles já escolhem seus
representantes”. A fase que envolve as demais nações do Mercosul será
divulgada posteriormente.
Para o estudante Martins ser eleito, uma série de atributos e
competências foram examinados. “Desenvolvo trabalho voluntário na
biblioteca de minha escola e integro o conselho escolar, onde atuo como
uma ponte entre meus colegas e a direção da escola”, explicou o aluno.
Perguntado sobre o porquê de querer ser jovem parlamentar, Martins é
direto: “Acredito que os jovens podem sim mudar nossa sociedade para
melhor”.
Martins ainda revela sua vontade de atuar em mais áreas: “Sempre quis
criar projetos que ajudassem na melhoria da qualidade de vida das
pessoas, não somente na Educação, onde julgo ser a mais importante, mas
também na saúde, esporte, lazer, defensa de minorias”.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
PONDERAÇÕES SENSATAS
ARTIGO
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes,
Escritor
Os jornais do final de semana nos trouxeram opiniões e ponderações sensatas que merecem nossa especial atenção.
Começamos com nosso Emérito Professor Dalton Mello em seu artigo no JH, intitulado “Viva a Copa”, onde com elegância, mesmo reiterando a desnecessidade de se ter gasto tanto dinheiro, ressalta o espetáculo da torcida, mas deplora a exploração comercial e conclui com uma reflexão: “Não me atrevo a dizer que a Copa, aqui, seria dispensável. Deixou recordações positivas. Mas, entre recordações e os benefícios efetivos, vai uma longa distância.”
Na Tribuna, destaco o excelente comentário do Procurador- Geral do Ministério Público de Contas do RN, o Doutor Luciano Ramos, que indaga e, ao mesmo tempo adverte: “Haverá vida depois da Copa?”. Entre as suas colocações, questiona não saber como a história do Rio Grande do Norte contará os dias transcorridos do período da Copa e o que restará depois dos acordes da banda que passou em nossos ouvidos: “Mas bastará um pouco de sensatez para ver que algumas coisas estão fora de lugar quanto uma mordida em uma partida de futebol profissional.”
De fato, o que virá depois da festa terminada, as contas, os custos, a fatura de um delírio de carnaval?
Entre os possíveis “legados” não localizamos hospitais adequados e regulares; efetiva solução para o caótico trânsito e a segurança de Natal e o articulista adverte sobre os perigos de uma escolha equivocada de modificação na destinação dos 50 milhões tomados emprestados para se construir um Hospital de Traumas...
O planejamento, realmente, não é o forte dos Governos locais.
A propósito, na coluna da TN, reservada ao competente Woden Madruga, este nos brinda com a transcrição de palestra proferida pelo jornalista Manoel Dantas, em 1909, no salão nobre do Palácio do Governo (Alberto Maranhão), onde traça uma séria advertência e indica cautelas para o Morro de Mãe Luiza. Diz do morro do perigo iminente, situado em frente à Cidade Nova, colocando-se sob a ação dos ventos rijos, espalhando as areias sobre as ruas como um vasto lençol tenebroso e mortífero.
Sua palestra despertou a preocupação do então intendente do Governo Municipal Coronel Joaquim Manoel, que cuidou logo de opor um anteparo ao vento, com cercas, plantações, guardas, postos de vigia, tudo que a ciência dos morros aconselha para a fixação das areias, com bons resultados.
Ponderava ele que num futuro ainda distante, que previu 1959, será um dos pontos mais atraentes, num misto de progresso e poesia. Acertou em parte, o progresso chegou, com construções monumentais e muito lazer, mas os governantes não cuidaram da harmonia da beleza com a segurança estrutural e, por isso, facilitaram a destruição da poesia.
Agora é tempo de reconstruir tudo em razão dos deslizamentos deste inverno, para não repetirmos, no momento inoportuno, a canção de Chico, lembrada por Luciano: “A minha gente sofrida despediu-se da dor, pra ver a banda passar cantando coisas de amor. Mas para meu desencanto, o que era doce acabou. Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou...”
Começamos com nosso Emérito Professor Dalton Mello em seu artigo no JH, intitulado “Viva a Copa”, onde com elegância, mesmo reiterando a desnecessidade de se ter gasto tanto dinheiro, ressalta o espetáculo da torcida, mas deplora a exploração comercial e conclui com uma reflexão: “Não me atrevo a dizer que a Copa, aqui, seria dispensável. Deixou recordações positivas. Mas, entre recordações e os benefícios efetivos, vai uma longa distância.”
Na Tribuna, destaco o excelente comentário do Procurador- Geral do Ministério Público de Contas do RN, o Doutor Luciano Ramos, que indaga e, ao mesmo tempo adverte: “Haverá vida depois da Copa?”. Entre as suas colocações, questiona não saber como a história do Rio Grande do Norte contará os dias transcorridos do período da Copa e o que restará depois dos acordes da banda que passou em nossos ouvidos: “Mas bastará um pouco de sensatez para ver que algumas coisas estão fora de lugar quanto uma mordida em uma partida de futebol profissional.”
De fato, o que virá depois da festa terminada, as contas, os custos, a fatura de um delírio de carnaval?
Entre os possíveis “legados” não localizamos hospitais adequados e regulares; efetiva solução para o caótico trânsito e a segurança de Natal e o articulista adverte sobre os perigos de uma escolha equivocada de modificação na destinação dos 50 milhões tomados emprestados para se construir um Hospital de Traumas...
O planejamento, realmente, não é o forte dos Governos locais.
A propósito, na coluna da TN, reservada ao competente Woden Madruga, este nos brinda com a transcrição de palestra proferida pelo jornalista Manoel Dantas, em 1909, no salão nobre do Palácio do Governo (Alberto Maranhão), onde traça uma séria advertência e indica cautelas para o Morro de Mãe Luiza. Diz do morro do perigo iminente, situado em frente à Cidade Nova, colocando-se sob a ação dos ventos rijos, espalhando as areias sobre as ruas como um vasto lençol tenebroso e mortífero.
Sua palestra despertou a preocupação do então intendente do Governo Municipal Coronel Joaquim Manoel, que cuidou logo de opor um anteparo ao vento, com cercas, plantações, guardas, postos de vigia, tudo que a ciência dos morros aconselha para a fixação das areias, com bons resultados.
Ponderava ele que num futuro ainda distante, que previu 1959, será um dos pontos mais atraentes, num misto de progresso e poesia. Acertou em parte, o progresso chegou, com construções monumentais e muito lazer, mas os governantes não cuidaram da harmonia da beleza com a segurança estrutural e, por isso, facilitaram a destruição da poesia.
Agora é tempo de reconstruir tudo em razão dos deslizamentos deste inverno, para não repetirmos, no momento inoportuno, a canção de Chico, lembrada por Luciano: “A minha gente sofrida despediu-se da dor, pra ver a banda passar cantando coisas de amor. Mas para meu desencanto, o que era doce acabou. Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou...”
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