terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A EXPRESSÃO POÉTICA DE THOMAZ SALDANHA - CURRAIS NOVOS/RN

PARA OS MENTIROSOS:

Para mim o mentiroso
É uma pessoa doente
De caráter duvidoso
E proceder indecente
Um espírito odioso
Tem todo aquele que mente.

Digo para terminar:
Cuidado com o que fala
Porque boto pra lascar
Minha língua é uma bala
Toca fogo num piscar
E no instante você cala.

Quem tiver rabo de palha
Saia de perto de mim
Que minha língua é navalha
De afiamento sem fim
Não tem santo que lhe valha
Eu rasgo a VERDADE,sim!

Thomas Saldanha.
pelo facebook

A EXPRESSÃO POÉTICA DE GIUSEPPE ARTIDORO GHIARONI - PARAIBA DO SUL/RJ

Continuidade

Existe um cão que ladra quando eu passo,
como se visse um bêbedo, um mendigo.
E no entanto, esse cão foi meu amigo,
como tantos amigos que ainda faço.

À noite, com que alegre estardalhaço
vinha encontrar-me no portão antigo;
enquanto a dona vinha ter comigo
e, sorrindo, apoiava-se ao meu braço.

Hoje ele faz a outro a mesma festa
e ela o mesmo carinho, tão honesta
como se nem notasse a transição.

Eu rio dessa triste brincadeira,
mas quando uma mulher é traiçoeira,
não se pode confiar nem no seu cão!

(Giuseppe Artidoro Ghiaroni)

Giuseppe Artidoro Ghiaroni – Nasceu em Paraíba Do Sul, (RJ), no dia 22 de fevereiro de 1919.

Jornalista, poeta, redator e tradutor; Depois de ter sido ferreiro, “office-boy” e caixeiro, passou a redator do “Suplemento juvenil ”

iniciando-se assim no jornalismo de onde passou para o Rádio distinguindo-se como cronista e novelista.

Ao mudar-se para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhou como redator do "Suplemento Literário" e no jornal "A Noite",

de onde passou para a Rádio Nacional (ambas as empresas ficavam no mesmo edifício, na Praça Mauá, centro do Rio)

onde consagrou-se como cronista daquela emissora. Foi o autor de "Mãe", uma das novelas de maior sucesso da Rádio Nacional e que em 1948 foi transformada em filme (Mãe) com a direção de Teófilo de Barros Filho.

Ghiaroni foi ainda contratado da Rede Globo. Entre outros trabalhos, assessorou Chico Anysio nadécada de 1990, quando este

produzia a "Escolinha do Professor Raimundo". Faleceu em 2008 aos 89 anos.

-- fonte:
"Amigo que foi, não era" (Pedro Ornellas) por e-mail.

O CORDEL DO CANCIONEIRO POTIGUAR - JOSÉ ACACI - PARNAMIRIM/RN

O DIREITO ROMANO
José Acaci


Recebi um desafio
de um velho camarada
que eu fiquei duvidoso
se topava essa empreitada:
Pensar num texto em cordel
e escrever no papel
sem cometer um engano,
ser bastante categórico
e escrever um breve histórico
sobre o Direito Romano.

Para escrever esses versos,
eu busquei inspiração
num texto tão bem escrito
que me chamou atenção
pelo seu ensinamento
de que oitenta por cento
dos artigos que se explana,
foram confeccionados
formulados e estudados
direto da Lei Romana.

Foi Flávia Lages de Castro
quem me chamou atenção,
que os principais fundamentos
do direito em discussão,
têm fundamento na história
de Roma, que em sua glória,
nos deu os contra e os pós,
e o texto dela retoma
que a história de Roma
é também de todos nós.

Dos três períodos da história,
chamo atenção com firmeza
para o primeiro período,
que foi o da realeza.
O rei, com poder total,
lá no seu trono real,
comandava esse cenário,
do civil ao militar,
a igreja do lugar,
e até o judiciário.

Já o segundo período
se chama republicano,
quando o senado perdeu
o seu poder soberano.
Foi quando os magistrados
passaram a ser indicados
cada qual com sua função,
como cônsules pretores,
e os edis que eram sensores
nos problemas da nação.

E seguindo essa sequência
veio o período do império,
que em relação a história,
foi um tempo muito sério.
Tempo de muito rigor,
no qual o imperador
tinha o dom de comandar
e influir no cenário,
no poder judiciário,
no civil e o militar.

A história é associada
ao Direito Romano
desde a sua fundação
até o Justiniano.
Que já no século seis
mostrou a hora e a vez
de definir novo pleito,
e buscou a direção
para a consolidação
do Estado de Direito.

O Estado de Direito
fundamentava a semente
de cada um ter o seu,
e viver honestamente.
Sem lesar o companheiro,
nem roubar o seu parceiro ,
que acaso fosse seu sócio,
pra evitar desafetos,
e dar os passos corretos
pra existir um negócio.

Eis que o Direito Romano
dividiu-se em três momentos,
que eu vou tentar explicá-los
dando os encaminhamentos:
O arcaico era o primeiro,
que tinha no seu roteiro
os vários ritualismos,
e a família como centro
do poder e sempre dentro
de todos os formalismos.

Veio o período clássico,
e durante esse momento
o direito teve o auge
do seu desenvolvimento.
Aí aparecem vultos
chamados jurisconsultos,
e a figura dos pretores,
e os artigos pensados
foram pré-organizados
por aqueles pensadores.

Já o período pós-clássico
deve ficar na memória,
e deve ficar marcado
para sempre na história
pela nova discussão
e a codificação
das leis que foram criadas,
e foram tendo reformas
e ganhando novas formas
pra hoje serem aplicadas.

Eis que o Direito Romano
trouxe novos horizontes
pra nossa sociedade,
e ele tem como fontes
os atos processuais,
e lhe acrescento mais,
costumes e plebiscitos,
dos plebeus antepassados
e os atos dos magistrados
que eram chamados editos.

Também quero acrescentar
a ação dos senadores
cujas deliberações
guiavam os imperadores.
Era o Senatus-Consultus,
que junto aos jurisconsultos
com suas opiniões,
ditaram de frase em frase,
e assim formularam a base
para as constituições.

Eu vou terminando aqui
botando em primeiro plano
a importância do estudo
sobre o Direito Romano.
Que esse cordel seja um prumo
pra que você tenha um rumo
e lhe sirva como guia,
se acaso tenha gostado,
lhe digo muito obrigado,
adeus, até outro dia.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A CRÔNICA DO DOUTOR CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF

MÁSCARAS
Ciro José Tavares•


A Ribeira é e sempre será um bairro de silêncios e reflexões, discretamente boêmio, poético nos seus quadrantes habitados por gente humilde, hoje, infelizmente, submetida à longa e quase irreversível hemóstase promovida pela incapacidade do poder público. O evento “Muitos Carnavais” deve ter sido concebido com o intuito de reacender a Ribeira e dizer à cidade que ela existe e ainda pode dar frutos.
A Ribeira não precisa desse barulho. É verdade que no passado distante, quando morávamos ali e éramos poucos, no tríduo carnavalesco pierrôs, palhaços e colombinas invadiam nossas ruas, embalados pelas marchas-rancho. À noite a nobreza dos gestos fluía nos bailes, quando se fazia a corte às mulheres escondidas nas indumentárias longas e largas, complementadas pelas máscaras venezianas. Isso jamais será reconquistado.
A voz saudosa da Ribeira repudia a azáfama. Nosso processo de emersão passa pelo planejamento eficiente em longo prazo. Gostaríamos que nos redefinissem as fronteiras, que viessem vidas e, aqui fixadas, nos dessem vida. Nossa autonomia comercial é quase tudo e precisa ser estimulada. O reaproveitamento da linha férrea como metrô de superfície e a despoluição do rio são metas vitais na travessia do regresso. Imagino-me uma espécie de Quartier Latin à margem direita do Potengi. Bares e cafés freqüentados pelos estudantes e intelectuais, saídos das salas de aulas, livrarias e bibliotecas, sob o curioso olhar dos turistas que chegam para apreciar nossas diferentes atividades artísticas, espalhadas pelos interiores dos imóveis, dantes casas de mulheres de má vida, agora reformadas, limpas, claras, ainda assim receptivas.
A inércia assombra-me e a espera da Ribeira, sofrida e demorada, parece o verso da Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge:

“Dia após dia, dia após dia,
sepultamo-nos sem ar,sem movimento.
Inútil barco imaginário
navegando um oceano pintado.”

Dou a impressão do canguleiro, ao mesmo tempo utópico e angustiado.Não importa. Destruída como está ou, amanhã, recoberta pelo areal de antigamente, ainda viverei, liberto ao sol e à brisa do oceano, para revisitá-la vezes repetidas.

• Advogado e escritor
ciroitaca@terra.com.br

DR. CIRO TAVARES - TENHO ORGULHO EM SER SUA ORIENTANDA LITERÁRIA.


APENAS UMA LÁGRIMA
Ciro José Tavares
“Somente através do tempo é o tempo conquistado”.
T. S. Eliot, in Burnt Norton

Não é sonho, estou ouvindo: Sou apenas uma lágrima.
Ruas sombrias da Ribeira mergulhadas nas saudades,
portas fechadas não respondem ao meu chamado
porque abandono toma conta e não tem voz.
Não é miragem ver conversa de silêncios nas esquinas,
Contando dos antigos que não regressarão.
Hoje, manhãs e tardes chegam anoitecidas,
a Ribeira sangra e quieta chora consolada
pelas preces na Igreja do Bom Jesus das Dores.
Não é sonho, ouço os lamentos da Ribeira:
Minha vida o rio Potengi entregou ao oceano


e apenas uma lágrima foi o que restou.

ANTONIO CARLOS DAYRELL É POESIA, É SUCESSO E É NOTICIA!

ESCRITORES

Affonso Romano de Sant'Anna e Antônio Carlos Dayrell

O poeta Antônio Dayrell obteve sucesso ao apresentar sua exposição “POESIA PARA PARAR O TEMPO”, durante a SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes de trabalho (25 a 27 de outubro de 2011), na Câmara Municipal de Belo Horizonte a qual abordou o tema: "Tempo Para Que Te Quero". Affonso Romano de Sant'Anna, jornalista, poeta e cronista, depois de apresentar palestra na abertura do evento e falar a respeito de "A Descoberta do Tempo no Caminho da Maturidade", visitou a exposição de Dayrell que na ocasião, lhe ofertou o livro de sua autoria. Affonso lhe agradeceu dizendo: "Foi muito bom voltar a Minas, e ver seu trabalho do qual eu já ouvira falar. Parabéns!" (Jornal Gazeta Montense)
MAIORES DETALHES VEJA NO BLOG:
www.poesiadelivery.blogspot.com

domingo, 19 de fevereiro de 2012

RECORDANDO MANUEL BANDEIRA - CIRO TAVARES - CEARÁ MIRIM/RN - BRASILIA/DF

Epílogo

Manuel Bandeira

Eu quis um dia, como Schumann, compor
Um carnaval todo subjetivo:
Um carnaval em que o só motivo
Fosse o meu próprio ser interior.....
Quando acabe,i -- a diferença que havia!
O de Schumann é um poema cheio de amor,
E de frescura, e de mocidade...
E o meu tinha a morta mortacor
Da senilidade e da amargura...
O meu carnaval sem nenhuma alegria !...