sábado, 31 de março de 2012

DEPOIMENTO DA PROFESSORA NAILK BATISTA SOBRE MINHA MÃE, TAMBÉM PROFESSORA NENZINHA MACEDO.

Falar de Dona Nenzinha é muito fácil... dificil é esquecê-la.
Minha primeira professora, enérgica como ela gostava de falar...
Sou muito enérgica assim dizia...
Aprendi as primeiras letras e muitas outras coisas.
Hoje sou professora mas não esqueço daquela que muito me ensinou ...
É como se fosse uma mãe...a gente nunca esquece...
fazia questão que as palavras fossem pronunciadas bem corretamente...
Eu ficava muito feliz quando ela dizia que eu estava aprendendo rápido ... sem falar nos velhos carões da época kkkkk.......
Ah, Dona Nenzinha minha eterna primeira professora.
Rogo a Deus por ter sido sua aluna.
bjos.

quinta-feira, 29 de março de 2012

PAI, FILHO E ESPIRITO DO CONTO DE LINO SAPO - CACHOEIRA DO SAPO/RN


O RIO GRANDE DO NORTE - NO OLHAR POÉTICO E CONTO MATUTO DO POETA
LINO SAPO


> CONHECENDO AS CIDADES DO RIO GRANDE DO NORTE EM UM CONTO
>
> Cumpade PEDRO VELHO me diga como você anda? Inda ta trabaiando muito?
> E como anda cumade NÍSIA FLORESTA? Caba veio tou puraqui meio perdido,
> é uma histórameia adoidaiada mai se o senhor me ouçar desbatarei sem
> arrudei. Eu vinhe pra essas bandas buscar um TOURO chamado GUAMARÉ,
> pra levar lá pru ALTO DO RODRIGUES. Meu patrão seu ANTÔNIO MARTINS
> comprou o bichinho a seu MESSIAS TARGINO, meu patrão é abastado, é um
> homem bom e influente, foi amigo de infânça de RUY BARBOSA. Ele vive
> muito bem, agora eu cumpade, é que ando com uma maruzia e uma azalação
> da mulinga.


> cumpade ultimamente eu ando meio os imboléus, já fiz inté prumessa e
> já rezei pra SÃO PEDRO, SÃO FERNANDO e inté para SÃO VICENTE, pru mode
> eles falar com meu BOM JESUS pra eu ter BOA SAÚDE. Asto dia eu fui ao
> DOUTOR SEVERIANO e ele me arreceitou um lambedor de JAÇANÃ. Inda disse
> mai, que era bom pra eu viajar, ir pra outros lugares, ele inté me
> idicou BARCELONA, MACAU, EQUADOR ou se não quisesse sair do Brasil
> fosse pra PORTALEGRE ou pru ESPÍRITO SANTO. Sabe o que eu fiz? Eu fui
> foi pro PARANÁ, mas pense cumpade cumaé pequeno, é um PARAZINHO!!. Mai
> purlá tem um TABOLEIRO GRANDE com uma AREIA BRANCA, bem pru lado tem
> uma SERRA NEGRA DO NORTE, na verdade é uma SERRINHA!, Só que lá enriba
> cumpade tem uma PEDRA GRANDE e é uma PEDRA PRETA e purriba dela tem
> uma NOVA CRUZ feita de ANGICOS. Mai lá cumpade é tão quente, tão
> quente que parece o ceará, um CEARÁ-MIRIM, claro.

> Cumpade prosiando e atencionando as coisas purcá mai que BAÍA FORMOSA,
> é muita bunita. Me alembrei de seu LUIZ GOMES, ele inda mora pru trai
> daquelas MONTANHAS? E seu PEDRO AVELINO, ainda é morador de seu AFONSO
> BEZERRA? São um povo muito prestativo. Cumpade! Tou me alembrando que
> tenho uma conta a acertar,é umas PENDÊNCIAS com seu SEVERIANO MELO,
> tou só esperano baixar a IPUEIRA pra ir cobrar meus GALINHOS que ele
> trouxe lá da SERRINHA DOS PINTOS. ITAJÁ na hora de a gente acabar com
> esse quelelé esse EXTREMOZ, esses CARNAUBAIS de desavenças,acabar de
> vez com essa picuinha.
> Cumpade, cortei esse chãozão de uma ponta a outra, em todo canto ta
> uma caristia danada, as coisas tá pelo oio da cara. Cumpade vou te
> dizer uma sabença, do jeito que a coisa tá rumando só vai piorar,
> prumode de que ultimamente passei uma fome danada. O senhor me imagina
> que nessa sumana só comie uns peixinhos, Uns ACARI pequeno que parecia
> um BODÓ. PATU ver JAPI di inté a SANTO ANTÔNIO e a SÃO MIGUEL uma boa
> forragem pru bucho, pidi com tanta esperança que chega fechei os oios
> e imaginei o rango, e falei arto e GROSSOS, SÃO MIGUEL DO
> GOSTOSO!!!!!Mudando o prosiado o cumpade se alembra da fazenda siridó?
> Pois bem, tá bunita,lá fizero CURRAIS NOVOS, só de PAU DOS FERROS duro
> feito ASSÚ e de CARNAÚBA DOS DANTAS, lá daquela LAGOA DANTA. Cumpade
> foi trabaiada danada os morão foram tudim cortado pur seu FRANCISCO
> DANTAS e o empregado dele seu JOSÉ DA PENHA.
> Cumpade ficou de primera, lá tem o mai bunito JARDIM DO SERIDÓ. O
> padroeiro da fazenda é um santo de casa, é SÃO JOSÉ DO SERIDÓ, e a
> padroeira não pudia ser de outro lugar e esculhero SANTANA DO SERIDÓ,
> mai dizem as más línguas, Cá pra nós,que ela num tá fazendo nenhum
> milagre não, tão inté quereno jogá lá no mato. Já tem inté gente
> chamando, ver se pode, de SANTANA DO MATO. Desse jeito tá rim já
> pensou cumpade, se o padroeiro não fizer milagre, e quiserem jogalo
> naquele CAMPO REDONDO, imagine só cumpade aquele CAMPO GRANDE, vão bem
> apilidar de SÃO JOSÉ DE CAMPESTRE. Magina só? Mai cumpade cum toda
> buniteza o lugar tá sem um pé de vida, logo adispois que seu BENTO
> FERNANDES bateu as botas, os filhos RAFAEL FERNANDES e RODOLFO
> FERNANDES quisero vender as terras, inda chegaro a vender uma parte
> para ALMINO AFONSO, que fez um SÍTIO NOVO, que vai do RIACHO DA CRUZ
> inté o MONTE DAS GAMELEIRAS. Cumpade num vendero todinha pruque seu
> MARCELINO VIEIRA e seu FERNANDO PEDROSA cuma era os moradores mai an
> tigo se intrumeteram. Tavam brabos e eles diziam: o resto vocês não
> vendem, o pai de vocês era um santo já esqueceram? Vocês deveriam era
> fazer uma igreja para o pai de vocês, pra noise as terras inda são
> daquele santo. E a SERRA DE SÃO BENTO ninguém toca, e do jeito que eu
> tou me agarru cum cobra piso inté em cascavel e CERRO CORÁ.Cumpade a
> confusão foi grande demai, era tanta da fofoqueira na fazenda, pisano
> purriba das plantas e se rindo, que parecia um JARDIM DE PIRANHAS. O
> qui qui foi maior quando FRUTUOSO GOMES falou que as TIMBAÚBA DOS
> BATISTAS tava sendo irrigado do OLHO DÁGUA DOS BORGES. Minina cumpade,
> quando MARTINS oiçou foi logo dizeno: quero ver irrigar lá do meu
> MONTE ALEGRE, pruque lá é uma LAGOA SALGADA! Nisso cumpade, chega
> RAFAEL GODEIRO trazendo o CORONEL EZEQUIEL e o TENENTE ANANIAS.
> Cumpade quando os homi chegaru, inté a CRUZETA, feita de OURO BRANCO,
> fincada na entrada da fazenda, num pé de BARAÚNA, ficou sem ENCANTO. O
> estrelado foi lo go falando: e essas mueres VIÇOSA não têm nada que
> VENHA VER aqui. Nesse momento cumpade, ele espiou pra eu, que me
> tremie todinho, logo ele cumpade que me achava caipira e só me chamava
> de CAIÇARA DO NORTE. Ai Ele preguntou o que é que eu fazia ali. A voz
> ficou entalada mai eu resmunguei tempodispois: vim rezar pra SÃO BENTO
> DO NORTE. Ele chega muchou e com um olhar macriado disse: aqui só tem
> rezatório só se for pra SÃO BENTO DO TRAIRI, vá simbora percurar outro
> santo. Arribe para o oeste lá tem muitos, talvez você encontre um SÃO
> FRANCISCO DO OESTE. Não precisou nem terminar a pronunciada, sai em t
> oda disparada, parecia inté que agora eu nadava e vuava que nem um
> CAIÇARA DO RIO DOS VENTOS.Cumpade! Cumpade! Fui muito azilado, na
> carreira bati num palanque que tava o GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO, o
> SENADOR ELOI DE SOUSA e mesmo na horinha que o SENADOR GEORGINO
> AVELINO tava se pronunciando. Quando os povos me viro nacarreira em
> direção ao palanque, pensava que eu ia matar os chefes políticos.
> Nisso o CORONEL JOÃO PESSOA me viu, no aperreio que eu tava eu nem
> pensava,daquele jeito eu merguiaria inté no RIO DO FOGO. Cumpade
> quando eu espio pru lado o MAJOR SALES e o TENENTE LAURENTINO já vinha
> nos meus carcanhar pega num pega.
> Ai foi que eu corri, inda mai com o tiro zunindo no peduvido, pulei
> por riba de uns PILÕES e sai com a gota serena. Escutei na carreira
> quando dona LUCRÉCIA disse, é guerra, FELIPE GUERRA! Felipe venha pra
> casa meu fio, SÃO JOÃO DO SABUGÍ pruteja meu fio. Não parei cumpade de
> correr, se eles me pegam eles iam JUNDIÁ de eu. Dei um pitú nos homi e
> sai meio escundido pru trai de uma LAJES PINTADA, peguei um RIACHUELO
> e sai sem deixar ra sto. Vie de longe uma VÁRZEA e ai eu fui em busca
> do PORTO DO MANGUE que era menos perigoso. Quando cheguei purlá só
> tinha PASSAGEM na canoa TIBAU DO SUL. A TIBAU já havia saído, elas
> chegam em PARELHAS mas uma sai meia hora antes. Ai cumpade eu pensei
> desse jeito num dá, sou nortista, no sul num vou agüentar.
> Então cumpade eu sai por um BREJINHO e vi um filete dágua conhecido,
> era do RIACHO DE SANTANA uma ÁGUA NOVA e tumei logo umas goipada.
> Adispois cheguei a uma BAIXA VERDE e vi muita arvures agrandaada fui
> andando pra lá, cumpade pense num lugar bem sombraiado paricia um
> JARDIM DE ANGICOS. Pensei ter escapado dos homi mai a armadia foi
> pior. Sai bem no meio de uma aldea dos índios JANDUIS e MOSSORÓ,
> continuei andano como se num tivesse percebido nada. Foi quando ouvi o
> pajé MAXARANGUAPE dizer pra dois índios assim: IPANGUAÇU, PARNAMIRIM
> corram atrás e PARAÚ e tragam para mim, eles realmente me pararu, me
> amarraru e me colocaru em uma LAGOA DE PEDRAS e adispois em um POÇO
> BRANCO. Cumpade o corpo todo tremia, a voz já não saia, os cabelu nem
> sentava no casco. Foi quando eu a lembrei de SANTA MARIA e do meu anjo
> da guarda, SÃO RAFAEL, e cumecei a rezar,nisso o pajé me olhou da
> cabeça aos pés e disse: UMARIZAL, TAIPÚ vá buscar CANGUARETAMA.
> Cumpade pense numa agonia danada enquanto eles saia eu me borrava todo
> nas calças. Quando vortaru o pajé falou: veja filha se esse serve?
> Enquanto eu espiava aqueles cabelus e oios pretu feito a casca de uma
> CARAÚBAS, ela tapava o nariz e balançava a cabeça em negação. Entonce
> JUCURUTU me soltou e APODI disse aqui é PASSA E FICA mai você num vai
> ficar. O pajé com um oiar dar uma ordem e ARÊS trai um jumento, ITAÚ
> inda diz: o nome dele é nema. Aí me ajuda a muntar no burro, e espanca
> o animal que sae em toda carreira, enquanto eles gritam aqui num é
> lugar pra covardes.
> Cumpade o burro curria e eu agradecia pru céu, o meu estoque de santo
> já tinha acabado, mai inda restava alguns, então comecei a agradicer,
> a SÃO PAULO DO POTENGI, SÃO GONÇALO DO AMARANTE e SÃO JOSÉ DO MIPIBÚ.
> Fiz o sinal da SANTA CRUZ e sai me escurregando nos espinhaço do
> burro, que começa a desembestar e a pular devido a catinga, e eu
> gritano aperriado upa, upa, UPANEMA, pare meu bichinho. Nisso só ouvir
> a burduada cai estatelado no tronco de um pé de MACAÍBA, e ali mesmo
> adormecie todo duido. Acordei com o canto dum CAICÓ e dum
> TANGARÁ.despertei adispois de uma madorna boa e sai andano a pé com o
> bucho roncando que parecia um trovão, a vista já tava escura de sede,
> num via mai nada. Só sei que cheguei numa LAJES e caminhei até achar
> uma LAGOA NOVA pra me banhar, e bem na frente encontrei uma LAGOA DE
> VELHOS.

> Pedi cumida e me derum umas GOIANINHAS, preguntei onde estava, e eles
> disserum na SERRA DO MEL, então sai por entre umas plantaiada que
> formava uma FLORÂNIA e que parecia uma VILA FLOR. Segui as abeias e
> achei uma JANDAIRA, e que mé, foi um SÃO TOMÉ. Rumei para o oeste e
> dicie a SERRA CAIADA na noite de NATAL. Foi lá que vi a beleza e a
> PUREZA de ALEXANDRIA, chamei um menino pru nome de IELMO MARINHO e
> pedi um favor. Só pra dar um recado aquela donzela que meu coração
> amou. Mas o minino olhou e disse: Deus que me livre meu sinhor, aquela
> muier bunita é fia de seu JOÃO DIAS e ele é o lampiã da regiã.

> Te juro cumpade, em nome da VERA CRUZ, aquela muier inté os anjos
> seduz. Tudo que hoje eu mai quiria era com ela casar, e se isso um dia
> vier a acontecer,pode ter certeza, pra eu será o trofé do meu TRIUNFO
> POTIGUAR.
>
>
Conto Poético de Lino sapo ( Andrelino da Silva) em homenagem e
respeito a todas as Cidades que pertence ao estado do Rio Grande do Norte.
Cachoeira do sapo/RN
05/03/2012

SENADORES APROVAM BENEFÍCIO INTEGRAL PARA SERVIDOR APOSENTADO POR INVALIDEZ


congresso nacional

Republico matéria do site da CNTE, 28/03/2012

O Senado aprovou na terça-feira (20) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede benefício integral aos servidores públicos aposentados por invalidez. A medida vale para funcionários da União, dos Estados e dos municípios que tenham entrado no serviço público até 31 de dezembro de 2003. Como já foi aprovada pela Câmara, a PEC segue para promulgação.
A emenda foi votada para consertar uma “distorção” aprovada com a Reforma da Previdência de 2003. Na época, uma emenda acabou com a aposentadoria integral e com a paridade no serviço público.
A reforma, que entrou em vigor em 2004, determinou que o valor do benefício por invalidez seja proporcional ao tempo de contribuição. Ou seja, um servidor que trabalhou por dez anos antes de se aposentar passou a receber um benefício menor que um colega com mesmo cargo e salário que trabalhou no funcionalismo por 20 anos e que também se aposentou por invalidez. A medida não vale para casos de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável.
Entretanto, quando entrou em vigor, passou a atingir também quem já havia ingressado no serviço público, e não apenas aos novos servidores, sem uma regra de transição. Dessa forma, atualmente apenas servidores que se aposentaram por invalidez até 2003 recebem proventos integrais por invalidez. Os demais, mesmo que tenham ingressado até essa data no funcionalismo, tinham o pagamento proporcional ao tempo de contribuição.
Agora a PEC assegura, além da integralidade, a vinculação permanente entre os proventos da aposentadoria e a remuneração da ativa para quem ingressou no funcionalismo até 2003.
Os senadores fizeram um amplo acordo para aprovar a PEC, em dois turnos, por unanimidade. Pelo texto, a administração pública terá 180 dias para revisar o valor das aposentadorias – mas os efeitos da matéria não são retroativos e entram em vigor a partir da vigência da nova regra. (CNTE, com informações da FOLHA DE S. PAULO, 22/03/12)

SABER MAIS SOBRE SERVIDORES, DIREITOS TRABALHALISTAS VEJA EM: www.janeayresouto.com.br

quarta-feira, 28 de março de 2012

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE! A ANHANGUERA FAZ, VENHA CONHECER.





I MARATONA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PROMOVIDA POR DALUZINHA TEM A PRESENÇA DA SPVA-RN



Aconteceu  no SOLAR BELA VISTA na cidade de Natal, de 23 a 25 de março, A  I MARATONA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS organizado pela DALUZINHA AVLIS. O evento teve a participação de inúmeros contadores de histórias, poetas, músicos, admiradores e amantes da arte.

ERA UMA VEZ, UM GRUPO DE POETAS E POETISAS QUE SE UNIRAM EM FAVOR DA CONTADORA DE HISTÓRIA DALUZINHA AVILIS E FIZERAM PARTE DA 1ª MARATONA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIA DO RN. VEJAM DETALHES!
 Jania Souza e Deth Haak dentre outros...
Dorinha Timóteo in performance teatral
 Ed Santos e Geralda Efigênia - Tesoureiros da SPVA - M. C. Garcia - Pres. atual e Paulo Augusto - Pres. de honra e fundador da SPVA-RN




 Poetisa Flauzineide Moura em perfermance



no sabado legal da maratona, Rosa Regis, Deth Haak, Neidinha Moura, Ed Santos, MCGarcia e Lucíola
 M.C., Lucila e Daluzinha










 Oficina com Carlos Zens
 M. C. Garcia declamando - Bisaco de Pensador e outras poesias







Cantigas de rodas

Cirandas... Vivi cirandando
A flauta doce
o Rock Japonês
Dorinha
em performance
 
 
 
Kaccianni Ferreira

Daluzinha, Vivi e João
 
 VEJA MAIS EM: www.spvarn-culturageral.blogspot.com

segunda-feira, 26 de março de 2012

A VOZ POÉTICA DO POETA ATLETA ED SANTOS - SÃO PEDRO/RN



Poeta, loucura, artista de vida dura.

Todo poeta tem um pouco de loucura

Quando falo é porque eu faço parte
Neste verso quero mostrar minha arte
Para isso vou usando uma mistura
Pra dizer que a poesia me fissura
No cordel, no galope ou no martelo
Qualquer ritmo comigo forma um elo
Divulgando a arte e a cultura
Pois a vida do artista é muito dura
Como um osso pra o gume do cutelo

Por mais dura que seja eu esfarelo

Ralo ela e ainda passo na peneira
Da cultura defendo a bandeira
Não deixando que caia no marmelo
Porque neste país verde e amarelo
O fraco cai e o forte se segura
Mas, poeta é sempre uma figura
Nos poemas falando sempre do belo
Como osso pra o gume do cutelo
A vida do artista é muito dura

A VOZ POÉTICA DA QUERIDA BARONESA DOS VERDES CANAVIAIS - ESCRITORA LÚCIA HELENA PEREIRA - CEARÁ MIRIM/RN



V I T R I N E

Lúcia Helena Pereira

Achei-me linda nessa vitrine,

Meus 66 anos com rugas e achaques da velhice

Uma cabeça ainda cheia de sonhos,

Alegrias festejadas,

Tristezas choradas.

Alguém me colocou numa vitrine

E eu gostei demais

Nela, os meus cabelos ralos,

Missangas prateando o quase louro que não tenho,

Mas, para esconder o outono chegando forte

Jorginho Barbosa me ajuda a disfarçar.

Nem preciso de disfarce

A idade chega e me olho numa vitrine verde,

Como o vale onde nasci,

Em busca deles, de todos eles

E não os encontro, só na memória festiva.

A minha vitrine está cheia de flores,

De mil pétalas sobrevoando

Resistentes às intempéries

Salvando cores e aromas.

Minha vitrine tem de tudo

Num cristal de luz e sol de final de março,

Onde meus pais vão ressurgindo

De mundos distantes

Embalando-me no berço eterno da saudade.

Quero poder mirar-me sempre numa vitrine de azul opalina

Ver os meus filhos pequeninos

Mas, poder beijar o olhar doce e bom do meu neto,

Filho do meu filho e de uma moça bonita,

Um neto que me deu a mais bela vitrine do mundo:

O seu beijo de amor.

De minha vitrine lilás posso ver os mortos recentes

E chorar sozinha, embriagando-me dos seus valores

Que o mundo não mais terá,

Que o tempo vai eliminar,

Apenas registrando em biografias

E...talvez, livros e livros.

Deus sabe quanto chorei a partida

Daquele sorriso do tamanho do Brasil,

Do Chico cearense gargalhada-talento.

Mas, de todo, nada está perdido,

Restou outro Chico - o poeta que escreveu "Carolina"

E faz a música-poesia!

Na minha vitrine cabe muita gente,

Não tenho nomes, tenho lembranças

Guardadas, protegidas, diletas.

Nomes do alfabeto da afeição,

Batizados em meu coração,

Como aqueles que aprendi a amar.

Vou guardar minha vitrina,

Apagar a luz e fechar a porta,

Sair um pouco,

Dançar ao som de Dodora Cardoso e Marina Elali,

Enquanto dou uma revisada em meu livro,

Sobre Juvenal Antunes,

Que o Acre tanto amou,

Que Ceará-Mirim respeita

E o Rio Grande do Norte precisa lembrar

E enaltecer!

As luzes se apagaram...

Fecho os olhos...

Nenhuma imagem restou...

Apenas sombras...sombras...sombras!