A NELSON MANDELA - IM MEMORIAM.
UM HOMEM CHAMADO PAZ
Poema à Memória Bendita de Nelson Mandela
by Roberto Lima de Souza
Um dia, a paz despojou-se das convenções humanas
E foi nascer, de novo, vestindo pele negra,
No hemisfério sul, no continente mais negro
Deste mundo de meu de Deus...
É que a paz se cansou de ser branca no hemisfério norte,
Onde surgiram, meu Deus, as grandes guerras,
Embora tantos por lá tenham sempre buscado a paz,
Tenham sempre sonhado com a paz, sempre ela,
Vestida de branco e sempre bela...
A paz, porém, naquele extremo sul, não foi reconhecida
Porque estava vestida de negro E os que governavam,
Iguaizinhos aos homens do outro hemisfério,
Imaginavam que ela, a paz,
Nascesse branca, dócil e subserviente ao regime
Que apartava os homens pelas diferenças de cor...
E a paz, tomando as dores da sua prima-irmã, a igualdade,
Precisou endurecer-se na vida para poder lutar
E enfrentar as duras injustiças sofridas pelos seus irmãos,
Só porque tinham a mesma cor da sua pele...
E porque defendia direitos iguais para os seus,
Foi a paz considerada subversiva
E, por longos vinte e sete anos, banida,
Privada do convívio dos seus...
E a paz, então, começou a cantar pela voz dos seus irmãos de cor
E de todas as outras cores que tem o amor...
E o seu canto foi ouvido pelo mundo inteiro,
Do hemisfério sul ao hemisfério norte,
Porque o canto da paz é um grito que vence o furor;
Que não teme a força bruta, que não teme mesmo a morte...
E tão forte foi o canto da paz
Que, um dia, num dia de muita claridade,
Mandela, que nasceu livre,
Reencontrou a liberdade
E, a ela, de mãos dadas, fez esquecer a ideia de norte e sul:
Vestiu-se com as cores todas da diversidade,
E, entre os homens de pele branca e de pela escura,
Passou a conviver no coração de todos
Com o nome de fraternidade,
Até que, um dia, foi chamado, de novo, de paz,
Nos braços do Pai de toda a humanidade...
Natal, 6 de dezembro de 2013.
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