sábado, 7 de abril de 2012

INSTITUTO PADRE MIGUELINHO: 2012 ANO DO SEU CENTENÁRIO!


Imponente, garboso e varonil.
Es dotado de inegável importância
Na história seu nome e  brasão
É escola que tem renome e tem vitória.

Teu patrono um mártir importante
Um humanista cheio de sonho e luz
A Escola Padre Miguelinho é cultura
Educa, seus educando com competência.

Desde 1912, vem essa escola fazendo história.
Formando cidadãos para exercer a cidadania
E com zelo vem educando com precisão
Com orgulho vem trazendo o saber
Sem, contudo lhes trazer submissão.


Cem anos se passaram... E com solidez
A escola tem se tornado cada bem melhor
Aos potiguares o saber tem indicado
Engrandecendo cada dia a sua vida.

No Alecrim está cravada a sua história
Muitos potiguares tão bem a completou
Luiz Soares foi seu primeiro diretor
Escola Miguelinho és digna de louvor.

Centenária ela agora se transformou
Muita gente dessa história participou
Escola briosa, Altiva e gloriosa
O RN tem sempre contemplado.
Pois ela é luz é destino e é vitória
É escola de mui grande valor
Eu também faço dessa história, e dela
Falo com bastante ardor.

Instituto Padre Miguelinho
Cem anos...
Formando gerações e disseminando saberes.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

AS REFLEXÕES SOBRE A PÁSCOA DO COMPETENTE CIRURGIÃO DENTISTA E ESCRITOR RUBENS AZEVEDO.

Concordo com o meu amigo Rubens Azevedo - Presidente da Sociedade de Dentistas Escritores/SPDE.

Para reflexão e aplicação prática imediata:

Aproveitemos esta semana da Páscoa para refletir sobre o seu verdadeiro significado.
Sejamos realistas e coerentes, deixando de lado os badalados e tão disputados ovos de chocolate - cada vez mais caros, logicamente, pois o consumo aumenta na mesma proporção.
Mas ovos de quê? De coelho? Ele não é ovíparo... Nem bota ovo nem se reproduz através dele...
Não importam as lendas etc... Mas, sim, o verdadeiro sentido da efeméride.
Jesus esteve encarnado entre nós há mais de 2 mil anos, trazendo-nos mensagens de amor, de paz, de perdão incondicional, alterando os paradigmas até então vigentes, isto é, a lei do "olho por olho, dente por dente".
No entanto, passado todo esse tempo, ainda não conseguimos desenvolver, pelo menos em parte, o que Ele tenta nos passar e, principalmente, morreu por isso, isto é, nos deixar essas metas a serem atingidas, independente da religião que cada um escolha, exercendo assim o seu inalienável direito ao livre arbítrio.
Portanto, tanto nesta época quanto no Natal, aproveitemos o Seu exemplo para refletir sobre a grandiosidade dessas mensagens, esforçando-nos para justificar o sacrifício Dele. Nesse sentido, FELIZ PÁSCOA!
Sejamos CRISTÃOS, quer dizer, seguidores dos ensinamentos de Jesus, o Cristo, o ungido!
Que assim seja!
Saúde e paz a todos!

COLÓQUIO GLOBALIZAÇÃO E MULTICULTURALISMO

CONVITE




Colóquio Globalização e Multiculturalismo, evento que integra a programação do VII FÓRUM TMÁTICO SOCIEDADE E EDUCAÇÃO, que se compõe de eventos cíclicos durante todo o ano de 2012, no âmbito das comemorações dos 20 anos do Grupo de Pesquisa Cultura, Politica e Educação da UFRN.





Palestrante: Profª Drª. Maria da Conceição Pereira Ramos-Universidade do Porto (Portugal)
Coordenação: Profº Dr. José Willington Germano-UFRN
Profª Dra. Vania de Vasconcelos Gico
Data: 13 de abril de 2012
Local: Auditório do Laboratório de Comunicação Social da UFRN (Labcom)
hora: 8 às 12h


VOCÊ NÃO PODE PERDER!


INSCRIÇÕES NO LOCAL DO EVENTO

fonte: informação recebida por e-mail.

MANDATO GEORGE CÂMARA/PCdoB - RN, REALIZA AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO ENEM/SISU NA UFRN

Vereadores e Estudantes debatem ENEM/SISU na Câmara de Natal

Na próxima segunda-feira (9), a Câmara Municipal de Natal (CMN) realiza Audiência Pública para debater sobre “o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem/Sistema de Seleção Unificada – SISU como novo sistema de acesso à UFRN”. O debate foi proposto pelo vereador George Câmara (PCdoB) e ocorre às 14h30min no plenário da Casa legislativa. É esperada a presença de representantes da UFRN e Comperve; Secretarias Estadual e Municipal de Educação; UNE, DCE/UFRN, UBES, UMES e APES; diversos Grêmios Estudantis; Colégios e Cursinhos estaduais e privados.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) recentemente propôs ofertar metade das vagas previstas em seu próximo vestibular (2013) via ENEM/SISU. A intenção da UFRN é que no vestibular 2014 o total das vagas a serem conquistadas sejam disputadas por meio do Sistema de Seleção Unificada (SISU), que se vale das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A decisão sobre ambas as adesões, no entanto, se dará durante a reunião do Conselho Universitário, previsto para o próximo dia 17 de abril. Na avaliação da UFRN, a mudança não implica desqualificar o vestibular tradicional pelo ENEM, mas fortalecer o instrumento de acesso ao ensino superior.

De acordo com dados da Comperve, das 31 mil inscrições que a UFRN acolheu no vestibular 2012, cerca de 20 mil inscritos concorreram as 385 vagas destinadas através do Enem. Neste sentido, é correto afirmar que o ENEM/SISU diminuirá a desigualdade entre o número de estudantes oriundos da escola pública e privada que chegam às universidades públicas.

Segundo o vereador George Câmara (PCdoB) a ideia é realizar um debate sobre os diversos aspectos do exame, buscando ouvir as mais diferentes opiniões, muitas vezes divergentes, mas que devem ser confrontadas: “na opinião de entidades estudantis nacionais como a União Nacional dos Estudantes – UNE e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES, o ENEM/SISU deve ser adotado integralmente. Já as instituições privadas de ensino, em especial os Cursinhos colocam o Exame como prejudicial ao sistema educacional. Temos que avaliar quem realmente está com a razão”, declara George. A opinião de George é a de que se faz necessária a ampliação do ENEM/SISU, já que para ele, o exame proporciona oportunidades iguais aos estudantes mais humildes, pois garante que mesmo as famílias de baixa renda que não disponham de recursos para pagar colégios ou cursinhos, tenham a perspectiva de verem seus filhos ingressarem na educação superior pública de qualidade.

Para quaisquer esclarecimentos favor entrar em contato através dos telefones:

Mandato Comunista: (84) 3201-1336

Vereador George Câmara: (84) 9983-6468

Assessoria de Comunicação: (84) 9138 8141 (Arthur Varela)

fonte: grupo linguagens e versos - facebook

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ESTÃO ACABANDO COM O MAGISTÉRIO - ARTIGO DE AURÉLIO MUNHOZ - CARTA CAPITAL


A mais nobre das profissões no rol das gloriosas ocupações que integram o universo da Educação está a um passo de entrar em colapso. O magistério nunca esteve tão desmotivado e nem nunca foi tão vilipendiado como tem sido na 6ª maior economia do planeta.

Não que o drama da classe seja novidade. Professor é desrespeitado desde sempre. Mas esqueçamos as barbaridades cometidas contra o magistério no passado para nos concentrar em apenas um dos problemas centrais da categoria no Brasil de hoje: os baixos salários dos professores.

Foto: Galeria de JD Hancock/Flickr

O novo piso do magistério, anunciado no mês passado pelo MEC (Ministério da Educação), recomenda aos estados e municípios pagar um salário mensal de 1.451 reais aos professores por um regime de 40 horas semanais de trabalho. Note-se que este valor é apenas uma recomendação. Não uma exigência.

Mesmo sendo baixo para uma categoria desta importância, o piso proposto é inatingível à grande maioria das 5,5 mil prefeituras brasileiras.

Levantamento divulgado em março no Paraná, estado onde o cenário de crise da Educação é menor, revelou um dado assustador: 51% dos 399 municípios do Estado já concederam reajustes salariais ao magistério em 2012.

Mesmo assim, não atingiram o valor. E o quadro deve piorar em 2013. Primeiro, devido à insuficiência das receitas das prefeituras. Depois, em função do efeito cascata que a correção do piso acarreta sobre as folhas de pagamento dos governos municipais devido à necessidade de repasse do valor aos professores aposentados e a todos os beneficiados pelos Planos de Cargos e Salários do Magistério – fato que, aliás, deve obrigá-los a superar o limite dos 52% de comprometimento de sua receita corrente líquida com pessoal, fixados pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Em estados mais pobres, o quadro é ainda pior. Seus governadores podem pedir ajuda à União para complementar os valores que as prefeituras pagam até atingir o piso. Mas apenas 1.756 municípios de nove estados do Norte e Nordeste (AL, AM, BA, CE, MA, PA, PB, PE e PI) que recebem recursos do governo por meio do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério) têm este direito garantido. Os demais penam em tirar da cartola soluções financeiras mágicas para honrar as exigências previstas na Lei do Piso.

Esta é uma das razões pelas quais, como denunciam os prefeitos, um dos pilares do problema é a insuficiência dos recursos para o financiamento da Educação. De acordo com o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, de cada 1 real arrecadado em impostos pelo Brasil, 57 centavos ficam com a União e apenas 18 centavos, com os municípios.

Isto não significa que os municípios não tenham culpa pelos baixos vencimentos pagos aos professores, mas que a política salarial do magistério não pode ser tratada apenas como uma questão econômica e de responsabilidade apenas das prefeituras. Há um componente fortemente político na solução dos baixos salários dos professores, que passa por uma ampla reforma tributária – seguida de uma distribuição mais justa de receitas entre os Entes Federados – para garantir o custeio dos aumentos de vencimentos que os professores merecem.

Mas o caos do magistério é extremamente grave por outra razão – e é neste aspecto que reside o eixo deste artigo. É que a consequeência direta do descaso imposto ao magistério é o desinteresse dos jovens pela carreira e a fuga dos profissionais que já atuam na área para outras atividades, mais rentáveis e menos desgastantes.

Os dados justificam esta preocupação. Estudo encomendado pela Fundação Victor Civita à Fundação Carlos Chagas revelou que somente 2% dos estudantes do ensino médio têm como primeira opção no vestibular cursos ligados ao magistério.

E isto não é tudo.

De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), entre 2001 e 2006, o número de cursos de licenciatura cresceu 65%; o de matrículas, apenas 39%. As conseqüências do problema são palpáveis: ainda segundo o Inep, considerando-se apenas o Ensino Médio e as séries finais do Ensino Fundamental, o déficit de professores com formação adequada passa dos 710 mil no Brasil todo.

Como se percebe, a degradação das condições de vida do magistério é muito mais que a degeneração de uma categoria profissional. É sinal da grave crise enfrentada pela instituição Educação.

E não se diga que a culpa pelo problema é apenas dos governantes e legisladores que prometem – e nunca cumprem – posicionar a Educação como sua prioridade. A imprensa, o setor privado e a sociedade adotam rigorosamente a mesma atitude.

A mídia porque, ao invés de promover um debate sério e profundo sobre a Educação, prefere concentrar seu poder de fogo na divulgação sistemática da mediocridade e da cretinice, classificadas de notícias. “Notícias” que agradam ao andar de baixo mas que, acima de tudo, rendem mais reais porque possuem perfil marcado por apelo supostamente popular – futebol, sexo, escândalos, criminalidade e as costumeiras idiotices envolvendo celebridades midiáticas.

O setor privado porque, embora se defina como de vanguarda no ensino, guardadas as exceções de sempre, paga aos seus professores menos que a grande maioria dos profissionais com formação universitária e lhes oferece condições de trabalho nem sempre dignas. Com a diferença de que, pela pressão da lógica capitalista, cobra deles muito mais resultados que no setor público.

A sociedade também é responsável pelo problema. Ao invés de enfrentar este cenário com a seriedade que o tema merece, intensificando as cobranças tanto dos agentes públicos quanto dos privados, prefere desestimular seus filhos a seguir a profissão, rendendo-se à lógica pragmática do capital. Ou apenas se omitir do processo, quando entrega às escolas o ingrato papel (que é seu) de educar os próprios filhos.

O Brasil, que sonha em ser alçado ao seleto rol dos países desenvolvidos, está acabando com a carreira do magistério. Por analogia, está comprometendo seriamente a Educação e, o que é pior, o futuro que estamos reservando aos nossos descendentes. Triste que seja assim.

*Aurélio Munhoz é jornalista, sociólogo, consultor em Comunicação e presidente da ONG Pense Bicho. Pós-graduado em Sociologia Política e em Gestão da Comunicação, foi repórter, editor e colunista na imprensa do Paraná.

Facebook – https://www.facebook.com/aureliomunhoz
Twitter – http://twitter.com/aureliomunhoz

ARTIGO DE PÚBLIO JOSÉ - JORNALISTA

ONDE ESTÃO AS IDÉIAS?

(publiojose@gmail.com)

Tornei-me um político ao longo do ano de 2002 quando coordenei, aqui no estado, a campanha do candidato a presidente Anthony Garotinho. Antes, tinha com a atividade política uma ligação meramente profissional. Como profissional de marketing, tomara parte em várias campanhas eleitorais, elaborando trabalhos para candidatos a prefeito, deputado estadual, federal, senador, governador... Enfim, todos os níveis da disputa eleitoral. Como coordenador da campanha presidencial de Garotinho restringi meu trabalho à área urbana de Natal em virtude da falta de recursos para me deslocar pelo interior. Já em 2004, tendo em vista os excelentes resultados que o trabalho de coordenação em 2002 apresentara, vários companheiros acharam por bem lançar minha candidatura a prefeito de Natal, lamentavelmente destruída por uma aliança que, cheios de esperança, imaginávamos seria benéfica.

Para alavancar a candidatura fizemos contato direto com o eleitor. Foram centenas de reuniões, encontros de bairros, participação até em atividades festivas, tudo com o objetivo de estabelecer um relacionamento estreito com o eleitor, além de ouvir seus desejos, sonhos, frustrações. Foi um período muito rico. Experiências novas, modificação de conceitos, conhecimento de novas realidades e o estabelecimento de um elo de esperança entre nós e as pessoas que nos recebiam. Porque? Pela valorização do debate de idéias. Nesses encontros, as lideranças de bairros, as donas-de-casa, até mesmo os jovens (injustamente acusados de alienados e desinteressados do processo político) apresentavam idéias, articulavam proposições, se abriam, enfim, para um debate sério, profícuo, inovador. Por esse processo, os problemas locais eram passados a limpo, deixando de existir espaço para o besteirol, para a conversa fiada.

Durante o tempo em que esses encontros foram realizados, sempre priorizei o debate de idéias. A conseqüência, extremamente positiva, foi a formatação de um belíssimo programa de governo, por sinal bastante elogiado, e as condições de apresentá-lo, discuti-lo, debatê-lo. Tornei-me, assim, um político desejoso de manter acesa a chama da exposição construtiva de idéias, com o objetivo de enriquecer a discussão, de ocupar espaços nas mentes e nos corações das lideranças com propostas que apontassem soluções para as dores coletivas do povo. Entretanto, as dificuldades são inumeráveis para o político que quer se manter nesse diapasão, pois a quase totalidade das lideranças não está disposta a trilhar esse caminho. E o que se vê, com raras exceções, é tão somente a partidarização da atividade política, com o noticiário e as agendas entupidas com especulações as mais variadas possíveis.

Tudo gira em torno do novo partido de fulano, da nova filiação de beltrano, da candidatura de fulano a isso ou àquilo, quem vai trair quem, quem vai largar quem no meio do caminho, quem vai ser passado para trás. O político celebrado passa a ser, então, o que sabe enrolar mais, dissimular mais, trair mais. Sabido, matreiro, experiente não é aquele que levanta e defende uma bandeira, uma causa. Sabido e matreiro é aquele que sabe indicar o maior número de afilhados para cargos comissionados, é aquele que vence o adversário com estocadas próximas da marginalidade, que pratica a maior taxa de fisiologismo, que tem um discurso cujo conteúdo ninguém sabe qual é. Que, enfim, não se compromete com nada, muito antes pelo contrário. Ideologia não existe mais, virou palavra fora de moda. Eu, contudo, não penso assim. E por pensar assim, continuarei a luta pela exposição das minhas idéias.

por e-mail.

DÚVIDAS E INQUIETAÇÕES RONDAM O ENSINO MÉDIO - ULTIMA ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA. SERÁ MESMO TOLICES!


Tolices curriculares (Editorial)

Há dois meses, o Conselho Nacional de Educa- ção (CNE) baixou a Resolução n.º 2/12, definindo as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o ENSINO MÉDIO, que é considerado desvinculado da realidade social e econômica do País, quando comparado aos programas do ensino fundamental e superior. Elaborada com base num extenso parecer aprovado uma semana antes pelo MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC), a Resolução tem 23 artigos, muitos deles caracterizados por uma retó- rica vazia.
A Resolução, por exemplo, propõe a incorporação, como conteúdo obrigatório do currículo do ENSINO MÉDIO, "do reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da desigualdade da exclusão na sociedade brasileira". Também recomenda "a valorização dos direitos humanos, mediante temas relativos a gê- nero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiência". E enfatiza a importância de "práticas que contribuam para a igualdade e enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência" e de "atividades intersetoriais de promoção da saúde física e mental, saúde sexual e saúde reprodutiva e prevenção do uso de drogas".
Não são apenas esses os pará- grafos da Resolução tautológicos ou ininteligíveis. "O trabalho é conceituado na sua perspectiva ontológica de transformação da natureza, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo de produção de sua existência
- diz o § 1.º do inciso VIII do artigo 5.º da Resolução. "A organização curricular deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos e atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados, a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múltiplos interesses e aspirações dos estudantes", determina o inciso XI do artigo 14. "O projeto político-pedagógico, na sua concepção e implementação, deve considerar os estudantes e professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade" -reza o § 2.º do artigo 15 da Resolução. E vai por aí afora.
Além disso, a Resolução do CNE impõe ao currículo do ENSINO MÉDIO quatro áreas de conhecimento e nove matérias obrigatórias, chamadas de "componentes curriculares com especificidades e saberes próprios e sistematizados",subdivididas em doze disciplinas. O novo currículo vai na contramão dos países desenvolvidos, onde o ENSINO MÉDIO não tem um programa mínimo obrigatório. A diversificação é vista naqueles países como forma de adequar melhor o ensino à realidade cultural, econômica e social dos estudantes.
Não são de estranhar, portanto, as críticas que têm sido feitas à Resolução n.º 2/12. "O BRASIL não diversifica e mantém a ideia de que todo mundo tem de fazer a mesma coisa", diz João Batista Araújo e Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, depois de classificar o texto da resolução como "erudição boba". "É uma montoeira de matérias. O resultado é que ninguém aprende, só decora.No resto do mundo, há segmentação", afirma o economista Cláudio Moura Castro. "Acredito em soluções mais individualizadas e segmentadas, porque há muitas diferenças", assevera Priscila Cruz,do movimento Todos pela Educação.
Além das altas taxas de evasão, o ENSINO MÉDIO esbarra no despreparo dos alunos - por exemplo, 85% dos estudantes desse ciclo ingressam na 1.ª série da rede pública com um nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental. Segundo o MEC, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos não estão matriculados no ENSINO MÉDIO, onde o índice de reprovação é de 13,1%. Dos estudantes que completam as três séries do ciclo,metade obtém média inferior a 4 na prova objetiva do ENEM.
Ao justificar a Resolução n.º 2/12, alguns membros do CNE alegaram que ela foi um"resultado de opções" e que "nem todo mundo pensa a escola do mesmo jeito". O que eles não conseguiram explicar é por que, em vez de definir diretrizes mais objetivas e realistas, optaram por um palavrório tolo e sem sentido, e por medidas inócuas, que só poderão aprofundar a crise do mais problemático dos três níveis de ensino.
A tentativa de reformar o ENSINO MÉDIO mantém seus velhos problemas e acrescenta novos.

fonte:
O ESTADO DE S. PAULO - SP | NOTAS E INFORMAÇÕES
29/03/2012