quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

1º FORRAU EM NATAL/RN


A CRÔNICA DE JOSÉ EDUARDO VILAR CUNHA - NATAL/RN



Urinol etílico José Eduardo Vilar Cunha.  (*)


                Normalmente as quartas feiras se reúnem no Iate clube do Natal para o almoço de confraternização, os afiliados da Ágape, uma entidade recreativa sem fins lucrativos. Numa quarta feira do encontro costumeiro, se assentavam lado a lado na mesa posta para o almoço, muitos dos seus adeptos, quando de repente surgem pela a porta principal, Affonsinho e Marcelo Morais que pareciam mais com a dupla dinâmica Robin e Batman. 
               A conversa é o ponto alto do encontro e, diante de mim, estava num animado papo, Affonsinho, que dizia que, na sua família havia nomes muito estrambólicos e, começou citando: Minha avó se chamava Occidentina e suas irmãs; Orientina, Ocasina, Poentina, Astrolina, Luina Marina e Orizontina. Da mesma maneira com nomes estranhos eram denominados os seus irmãos: Eraldim, Podalírio, Waldencolk e Trasíbolo. Entretanto, todos eram designados por apelidos, o de minha avó Occidentina era Picucha. Durante o rango, Affonsinho relata acontecimentos que sucederam na sua vida na década de 1950 e, com desembaraço foi narrando; primeiramente que a sua avó Picucha tinha um belo sitio no Município de Caxias, RJ. Durante o relato ele conta que, num certo dia, Picucha e seu irmão Eraldim, apelidado de Peri, que era um exímio tocador de bandolim, os dois, resolveram organizar uma feijoada para homenagear os músicos da Velha Guarda, e dentre eles estavam: Pixinguinha, Donga, Nelson Cavaquinho, João da Bahiana e Jacó do Bandolim. Todavia, para animar mais a festa a avó de Affonsinho o convida e estende a invitacão aos seus amigos e amigas, já que a feijoada era abundante. A questão estava como ir para Caxias, contava Affonsinho, dado a distância, mas, seu amigo Luciano Toscano “O Lucky” se prontificou de conseguir um caminhão da firma João Fortes Engenharia, onde trabalhava. Estava tudo combinado para o dia da festa, o caminhão deveria passar bem cedo, em frente a sua residência no posto 6, bairro de Copacabana. 
             A ansiedade tomava conta da turma de Copacabana, que nesse dia compunham a algazarra os amigos: Hélio Nelson, Afraninho Guerreiro, Ezequiel Ferreira, Abdiel Karin, Carlos Alberto, que tinha o apelido de Cabelo Bom, Breno Capistrano, Edmundo Miranda e algumas namoradas. O alvoroço aumenta quando surge o caminhão na esquina da rua, a euforia foi total e no momento que o veículo para, a procura por um bom lugar foi acirrada, na boléia, continuava lucky e na carroceria todo grupo se aboletava. 
           Durante o trajeto para Caxias o grupo cantava e brincava, todos estavam animadíssimos com aquele acontecimento e, com a perspectiva de uma boa farra, pois haveria um confronto entre a Velha Guarda que era composta pelos músicos e Nova Guarda, o intuito era para ver quem bebia mais e aguentava o tranco. Ao chegar ao sitio, a rapaziada desembarca do caminhão ávida para iniciar os trabalhos e partem logo para a coleta dos limões que foram retirados do pé.
                Com os limões já colhidos e com toda pressa, correm para a cozinha, com as cachaças, o açúcar e gelo para confeccionar a batida que, na época, não era conhecida como caipirinha. Todavia, faltava um elemento, a jarra, foi então que Affonsinho pediu a sua avó um recipiente para fazer a mistura. Ela então lhe disse que não tinha mais nenhum recipiente, além dos que tinha utilizado na colocação do feijão, das carnes, da farofa, linguiça, couve, arroz e que também não possuía mais nenhuma panela disponível.
             Eu aloprei, contou Affonsinho, pois como é que iríamos enfrentar a batalha sem munição. Foi então que a avó Picucha, disse: ”Peraí, tem em um penico”. Muito bem, pensei, como ela era uma senhora de formas avantajadas achei que a peça oferecida serviria para a finalidade a que se propunha. Tá legal vovó, traz o penico. Realmente o urinol era grande o suficiente, e desta maneira foi dado o início da confecção do precioso líquido. 
            Após realização de diversas misturas e provas com os participantes, surge uma dúvida que foi indagada: ”Vovó este penico é novo”? E ela respondeu: Novinho, só usei uma vez, e está bem limpo. Naquela altura da bebedeira não tinha mais jeito de parar, continuamos a usá-lo, com o maior gosto e alegria. No final da disputa etílica, entre a Nova e a Velha Guarda, conta Affonsinho, o confronto terminou empatado, arriou um dos nossos, o Edmundo e um deles o Nelson Cava-
quinho.

(*) Prof. Doutor em Engenharia, Jornalista escritor. Membro do IHGRN / UBE
veja mais em: www.ubern.blogspot.com

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

GÉLSON PESSOA, ESCRITOR DE SANTO ANTONIO DO SALTO DA ONÇA/RN

ENSAIO DO EDUARDO GOSSON - NATAL/RN

O SENTIDO DA VIDA HUMANA

Qual é o sentido da vida? 
Pelo menos uma vez na vida você  já fez essa pergunta. Para o filósofo romeno Cioran não há sentido algum.... uma luta feroz para terminar em nada; voltar ao não-ser através de um transporte de terceira classe: Um caixão quente, sem ar condicionado, muita terra no rosto...
Por esses e outras motivos é que há dois mil e quatorze anos surgiu  JESUS de Nazaré, o  maior de todos, trazendo uma boa-nova: a Esperança. Foi, é e será um Pai bondoso que  com suavidade lhe diz o essencial da vida e, como todo pai, preocupa-se com a sua prole :”De que adianta  o homem ganhar todo o tesoura na terra e perder a sua salvação?”
Você, amigo (a) com certeza ainda não pensou nesta questão? 
Já notou que a nossa  viagem de volta é mais solitária de  todas? 
E mais: não levamos nada.

ENSAIO DO JORNALISTA PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

CIVILIZAÇÃO ENJAULADA




                   Certas imagens – embora aparentemente sem importância – deveriam marcar a paisagem profundamente. Mas não conseguem. A rotina diária, impregnada de violência acontecente a todo momento, faz com que certos fatos ocorram e sumam na poeira do tempo sem deixar rastro, sem nenhum registro. Esse contexto, por sinal, se insere na luta da grande mídia em selecionar o que acontece nos mais variados recantos para trazê-lo à presença do expectador. E, apesar das modernas tecnologias à sua disposição, e do batalhão de profissionais que emprega, inúmeros episódios fogem ao foco da grande mídia. Frise-se, porém, que tais fatos, embora não sofrendo registro, permanecem importantes, impactantes, e cumprem o papel de expressar, de expor, para quem os presencia, o modus vivendi das gerações de hoje. Em suma, coisas acontecem, muitos não tomam conhecimento – mas elas estão aí. Acontecem.  
                        Essa introdução serve para trazer à tona o registro de um fato e de como ele expressa o paradoxo de fazermos parte de uma nação dita civilizada e que, ao mesmo tempo, produz episódios de pura selvageria, coisa de deixar de queixo caído bárbaros de épocas pré-históricas. Para demonstrar essa realidade, não precisamos nem nos apegar à espantosa roubalheira que toma conta dos altos escalões da administração pública em todas as instâncias. Basta, apenas, nos fixarmos no futebol. Por sinal, em termos de imagem impactante, o futebol é cenário farto e rico. E é uma imagem de um jogo de futebol – ou melhor, de seu final, que nos deixa a refletir sobre o impacto que certas cenas deveriam causar e como somem na fumaça da rotina e do anonimato. E, afinal, o que se viu? Teve tiros, mortes, cenas em delegacias de polícia ou em emergências de hospital? Não. Foi pacífico, então, o que se viu? Foi.
                        Então, onde está a estupefação, o queixo caído, os olhos arregalados? Era fim de um jogo entre os times do ABC e do América, noite de uma quarta-feira qualquer. De fora do estádio, dava para se ver o cortejo de torcedores americanos em direção ao estacionamento e às paradas de ônibus. E aí, o que chamou a atenção? Só havia ali, naquele momento, torcedores de um time só. E os da outra agremiação, do ABC, onde estavam? Enjaulados. Enjaulados? Isso mesmo. De fora do estádio, via-se o frenesi dos que tratavam de ir pra casa, enquanto a outra torcida permanecia trancafiada no interior do estádio. Alguns agarravam-se às grades dos portões, como querendo apressar a saída, dando a nítida impressão, a quem olhava de fora, de que algo de grave acontecera e que fora necessária a retenção de alguns para o restabelecimento e a manutenção da ordem. Engano. Nada de grave acontecera.
                        Explicação: aqueles torcedores não estavam presos, retidos. Porém, a polícia e os administradores do estádio não se arriscavam a permitir que as duas torcidas saíssem ao mesmo tempo. Elas não poderiam se encontrar. Uau! Seria, digamos, uma medida de prevenção. Certamente, baseada em fato anterior que levou as autoridades a adotar a cautela. Que cena! Ali, presos – à espera de que os outros torcedores tomassem seus destinos – estariam homens simples do povo, mas também, e com certeza, magistrados, políticos, altos funcionários públicos, jornalistas, médicos, advogados, professores, empresários... Gente de poder, responsável, em grade parte, pelos destinos da cidade. Estranha civilização essa em que tais pessoas, em função de uma paixão, se veem na condição de bárbaros, de incivilizados, de irracionais – por não poderem conviver com outros que nutrem paixão diferente. Enjaulados. Uau...        

A VOZ POÉTICA DO CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF



DO AMOR
          Ciro José Tavares.
Amo-te infatigável e indefinidamente.
Amo cada fragmento do teu corpo desolado.
Amo-te como amei inesquecíveis putas brancas,
acolhido no calor do leito de  lençóis macios.
Amo-te como rios que beijam margens e sem dizer adeus
passam sôfregos numa fuga inconsolável,
 ou como ventos outonais agitando árvores
e que veem nas ruas sonolentas o esvoaçar das  folhas secas.
Amo-te como amei dias venturosos num tempo de loucuras.
Amo-te degradada, infeliz, cristã, vazia sem ninguém.
Amo-te na pobreza e silêncio inquietantes porque és pura e meu amor.

O POEMA DE EDUARDO GOSSON - NATAL/RN


DUBLIM E JAMES JOYCE
Para Conceição Flores

Dublim é muito longe
mas o amor de avó é maior do que as distâncias geográficas.
Dublim tem Michael
Joyce e Nora
a camareira que tornou-se sua esposa
Em Dublim não tem a luminosidade nordestina mas tem ULISSES.
(Eduardo Gosson).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

PREMIO JOVEM CIENTISTA - INSCRIÇÃO ABERTA


As inscrições para o 28º Prêmio Jovem Cientista seguem até o próximo dia 19 de dezembro. Para esse ano o prêmio busca soluções e inovações para a segurança alimentar e nutricional. O objetivo é valorizar e dar visibilidade às pesquisas nacionais no setor.
Para orientar os estudantes, o regulamento do prêmio definiu 11 linhas de pesquisa para as categorias mestre, doutor e estudante da educação superior. Para o ensino médio, são cinco subtemas. As pesquisas devem ter aplicação prática na solução de problemas de uma localidade específica ou do país.
Os estudantes do ensino médio ainda têm disponível aulas pela internet sobre segurança alimentar e nutricional, que ajudam a dar os primeiros passos na elaboração da pesquisa. O material didático e informações para inscrição podem ser encontradas no site da premiação.
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e conta com patrocínio da Gerdau e da BG Brasil.
Podem participar estudantes do ensino médio e do ensino superior, mestres e doutores.Entre as áreas do conhecimento envolvidas no tema estão nutrição, engenharia de alimentos, medicina, agronomia, ciência de alimentos, farmácia e bioquímica.
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), em parceria com a Fundação Roberto Marinho e a Gerdau. Para mais informações sobre as inscrições, acesse a página do facebook e pelo site: ww.jovemcientista.cnpq.br. Anualmente, são oferecidos mais de R$ 800 mil em prêmios, incluindo laptops, viagens e bolsas de estudo e pesquisa, em várias categorias, entre elas a de ‘Estudante do Ensino Médio’ e do ‘Mérito Institucional para a escola do Ensino Médio’. E o mais importante: o Prêmio reconhece publicamente a criatividade e a capacidade de inovação do jovem brasileiro.
 
fonte: Danilo Bezerra

domingo, 7 de dezembro de 2014

ENSAIO DO JORNALISTA PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

DEUS LHE OUVE? 


                    Uma das maiores dúvidas do homem está relacionada ao seu contato com Deus e a incerteza de ser ouvido. Essa questão está ligada a duas realidades: a primeira é que ninguém tem a capacidade de visualizar Deus, de vê-lo fisicamente como se vê as demais pessoas; a segunda é que ninguém ouve a Deus do ponto de vista físico, como se ouve o trinar de um passarinho ou o bate-boca de dois adversários. Para quem nunca o fez, ouvir a Deus, na verdade, é atividade de demasiada complexidade e que habita um terreno intrincado – o terreno da fé. Entretanto, embora pouco relacionada entre as dificuldades que compõem o dia-a-dia atual, a incerteza de que se é ouvido ou não por Deus é uma das piores calamidades de hoje. 
                      O fato de um governante não ouvir os reclamos de um segmento já gera um desconforto e uma incômoda sensação de rejeição, quanto mais o fato de não ser ouvido pelo Pai Eterno. Assim, o fato de não ver Deus e concluir que não é ouvido por Ele – em razão de não escutar claramente a sua voz – tem levado muitas pessoas a abdicar totalmente de um contato com Sua Pessoa e, em consequência, adentrar perigosamente no terreno da descrença e da incredulidade. Pois a pior sensação experimentada pelo ser humano, no encaminhamento de seus problemas existenciais, é quando cessam suas tentativas, suas buscas para a solução que almeja, e sua mente é invadida pelo vazio, pelo sentimento de que nada mais resta a fazer. A não ser se defrontar com o fruto cruel e amargo da impotência e da insustentabilidade. 
                 É também o tempo de se abraçar com a conclusão e a certeza de não se ter mais a quem recorrer. E agora? Do interior, angustiado, parte o grito, o clamor: “Por que ninguém me ouve? Por que ninguém me socorre; qual a razão para tamanho menosprezo?”. Imaginemos, por exemplo, a situação de um suicida. Por que o atentado à própria vida? Com certeza, pelo sentimento de que o momento de continuar a luta chegou ao fim, exauriu-se a força para permanecer na peleja. E, se nas pessoas que vivem essa dolorosa experiência, se aconchegar uma certeza de que alguém lhe ouve, de que alguém muito poderoso está disposto a lhe escutar? Certamente as atitudes serão outras, não é verdade? Mas, afinal de contas, Deus nos ouve ou não? Se nos ouve, como é a Sua voz? Grave, aguda, alta, baixa, calma, tonitruante, acariciadora, intimista, impositora ou audível, simplesmente? E, se não nos ouve, qual o tom do seu silêncio? Duro, seco, ausente ou tão somente o ronronar do nada? Muitas pessoas há no mundo dando testemunho de que ouviram a voz de Deus. E ficaram maravilhadas. 
         Dizem até que tal experiência modificou totalmente as suas vidas. E o que fizeram de tão especial para ouvir a voz de Deus? Creram. Simplesmente creram. Personalidades bíblicas do porte de Davi também testemunharam ter ouvido a voz de Deus. No salmo 40, versículo 1, por exemplo, Davi assegura: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro”. Também no salmo 54, versículo 17: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz”. E ainda como escreveu no salmo 120, versículo 1: “Na minha angústia, clamo ao Senhor, e Ele me ouve”. 
       O profeta Daniel também viveu essa certeza, como está escrito no livro que leva seu nome, capitulo 10, versículo 12: “Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim”. Vários escritores bíblicos asseguram, além do mais, que o próprio Jesus Cristo, como homem, como carne, também suportou todos os seus sofrimentos por conta da certeza de que Deus lhe ouvia. Essa convicção, para nós salvadora, está bem registrada em João, capítulo 17, versículo 1 ao 26, na célebre oração sacerdotal quando agradeceu a Deus que, “dos que me deste, protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição”, se referindo a Judas. Também no livro de João, capítulo 11, versículo 41, na conhecida passagem da ressurreição de Lázaro, Jesus agradece de público a Deus o fato de ser ouvido: “E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste”. Assim, com fé, está na hora de passarmos a ter, em Deus, um conselheiro e confidente especial. 
        Afinal, como nos assegura Davi, “se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá”. Beleza, não?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

SONETO DE GILMAR LEITE - POETA PERNAMBUCANO

Rebento Materno

À minha mãe Rita Leite

Hoje,  três de dezembro, neste dia,
Minha mãe rebentava para o mundo,
Vinte e seis, foi o ano, o bem profundo,
Que brotou minha flor, com alegria.

Grande luz, confidente e companhia,
Um viver que jamais eu me confundo,
Do sorriso exalava um ser tão fundo,
Cada afago era um mar de poesia.

Eu queria cobrir-lhe de presente,
Mas, seu corpo se faz de mim ausente,
Só me resta o perfume da lembrança.

É e por isso que busco a flor do verso
Pra sentir no meu peito o riso imerso
De mamãe me cobrindo de esperança.

Gilmar Leite

domingo, 30 de novembro de 2014

14º CONGRESSO ESTADUAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO RN


Teve início na tarde da quinta-feira (27), o 14° Congresso Estadual dos Trabalhadores em Educação. O congresso tem como tema o PNE (Plano Nacional de Educação) Desafios e Perspectivas na Sua Implementação.
O evento acontece até o sábado (29), no Mardunas Centro de Eventos, em Nísia Floresta, e tem a participação de profissionais e pessoas ligadas a educação pública do RN, além de representantes da  nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da CUT, lideranças locais das centrais sindicais CUT, CSC Conlutas e CTB e mandatos políticos ligados à luta da educação no Estado.
Ao todo mais de 500 delegados se inscreveram para o Evento. Desses 80% são oriundos do interior do Estado. Para garantir todas as condições para o sucesso do evento, a direção do SINTE/RN investiu em organização e infraestrutura, inclusive no que diz respeito a  transporte e hospedagem dos delegados.
A Conferência sobre Conjuntura Internacional, Nacional e Estadual da educação pública abriu o Congresso. Nela, participaram Carlos Abicalil, Presidente da CSI, Jandira Uehara, Diretora Executiva da CUT/Brasil e o Deputado Estadual Fernando Mineiro (PT/RN). Em seguida, o regimento do evento foi aprovado e os recursos foram votados. Um jantar encerrou as atividades do primeiro dia.
Confira as fotos do primeiro dia de evento AQUI
Já nesta sexta-feira (27), pela manhã, foi realizada a Mesa Temática I: “Desafios da Formação e Valorização Profissional dos Trabalhadores em Educação”, ministrada pelo Presidente da CNTE, Roberto de Leão.
A segunda Mesa Temática abordou o Financiamento da Educação no PNE e a construção do Sistema Nacional de Educação e foi proferida por Joel de Almeida Santos, Secretário de Imprensa e Divulgação da CNTE.
Ao meio-dia houve parada para o almoço. As tarefas foram retomadas às 13h com Grupos de Trabalhos que discutiram a conjuntura educacional e as políticas sindicais, educacional, os planos de luta.
A partir das 16h30 ocorre a aprovação do balanço patrimonial do SINTE/RN. A noite acontece um jantar, e as atividades do segundo dia do 14° Congresso Estadual dos Trabalhadores em Educação serão encerradas com lazer coletivo.
No sábado, de 8h às 12h, acontecerá a Plenária Final. Na ocasião, serão discutidos e aprovados os relatórios dos grupos de estudos do documento base. O Congresso será encerrado às 13h com um almoço entre os participantes.
fonte: SINTE/RN

A VOZ POÉTICA DE GIL RIBEIRO - SERRA DE SÃO BENTO/RN

Na casinha do Sítio onde morei
Esqueci uma foto amarelada
Nas costelas da aba duma serra
Num recanto do solo potiguar,
Eu nasci, e por isso vou lembrar
Divulgando e mostrando minha Terra,
Sou daqueles que lutam contra a guerra
Relembrando a terra esfarelada
Fui rever minha casa abandonada
Vi a foto de pai e abracei,
Na casinha do sítio onde morei
esqueci uma foto amarelada...

Mãe zelava o retrato na parede,
Com um pano tirava a poeira,
Era um quadro de vidro com madeira,
Encostado ao "cantim" da minha rede,
Mãe chamava a sobrinha Marileide
Pra mostrar sua joia mais amada,
A família já era acostumada,
A amar o que sempre amarei
Na casinha do sítio onde morei
Esqueci uma foto amarelada.
As lembranças do tempo de criança
Se misturam ao presente e ao futuro,
Fui em busca de ideais seguro,
Resgatando a minha confiança,
Numa espécie de vida e de herança,
Minha mente já estava preparada,
Fui buscar minha foto empoeirada
Me sentei no batente e chorei
Na casinha do sítio onde morei
Esqueci uma foto amarelada...

MARIA DO CARMO DANTAS (MARIQUINHA) PROFESSORA NOTA 10 DE SÃO PAULO DO POTENGI/RN



Meta cumprida
Estou realizada e agradeço a Deus pela meta cumprida. Já realizei vários projetos de leitura em todas as escolas onde lecionei, principalmente na Escola Estadual Maurício Freire. Desde que terminei minha especialização em Leitura e Literatura sempre tive um sonho : realizar uma Feira Literária na EEMF. ( já havia feito na EE Dinarte Mariz e E.Municipal Djalma Marinho)
O Programa Ensino Médio Inovador veio solidificar esse desejo.
Este ano continuei com a mesma oficina Gêneros Textuais: leituras possíveis, culminando com a I Feira Literária da Escola .
Dia 24/11/14 às 19hs, houve a abertura da I Feira Literária da Escola Estadual Maurício Freire. Iniciamos com um Sarau Tributo ao Amor homenageando ex-funcionários da Escola pela grande contribuição de conhecimento e formação na vida dos nossos educandos. No segundo momento foi realizado um concerto em homenagem ao maestro Tiãozinho.
25/11/14 às 8hs (da manhã) - uma confraternização: Café Sabor Literário. Em seguida todos os alunos foram para as salas. Começa a exposição.
Atividades proporcionadas: Artes Visuais (leitura imagética) com desenhos, pinturas em telas e de várias técnicas, xilogravura; a Arte da Fotografia; Reciclarte: trabalhos com jornais, colagem cômica, garrafa pet, palito de picolé, pintura em vidro (...) Convidado especial para colaborar na orientação dessas atividades – Leandro Levy , cursando Artes Visuais na UFRN.
O Ensino da leitura pela arte dos mamulengos: ação na escola . Festival de mamulengos, textos e bonecos construídos pelos alunos, aprendizagem através do lúdico.
A Música como forma de expressão. A história da música em São Paulo do Potengi, homenagem aos músicos desta cidade. Essa atividade desenvolveu-se no decorrer desse ano com aulas de violão e flauta, culminando com o Concerto Maestro Sebastião Ferreira Neto, Tiãozinho, o grande incentivador da nossa Cultura Musical . Matheus Wingles,nosso aluno e convidado especial para nos ajudar nessa atividade( cursando violão na UFRN.)
Na Literatura norte-rio-grandense : feito uma explanação Histórica “ Os Mártires de Cunhaú, e trabalhados também algumas biografias, com destaque para: Aluisio Azevedo, nosso conterrâneo, Câmara Cascudo, Auta de Souza, Nízia Floresta, Fabião das Queimadas, Euclides da Cunha, e Monteiro Lobato (...)
Em forma de contação de história e encenação, foram trabalhados textos reflexivos, apólogo: A Agulha e a Linha de Machado de Assis, A renovação da Águia, Ou isto ou aquilo de Cecília Meireles, As borboletas de Vinícius de Moraes, Estrelas e Cometas, O Caso do Espelho, a fábula: O Vagalume e a Serpente (...)
Linguagem Teatral – trabalhamos Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, O Auto da Compadecida de Ariano Suassuna e Romeu e Julieta de Shakespeare. Essas atividades foram filmadas e apresentadas à comunidade escolar em forma de CINEMA NA ESCOLA, uma adaptação desses textos literários apresentados pelos próprios alunos.
Gêneros da Internet - Trabalhado: Internetês e Redes Sociais
Temporada de Poesia e outras diversidades de Gêneros textuais: crônicas, memórias, contos, cartas, gêneros jornalísticos e entretenimentos(...)
Quero agradecer a todos que colaboraram para que essa Feira se realizasse: Verônica Lira, minha convidada para a Oficina, parceira, grande desempenho na produção de Gêneros Textuais, no teatro Romeu e Julieta e no Internetês; Alcione Ribeiro , muito criativa, trabalhou bulling com os personagens do Sítio do Picapau Amarelo e através de mamulengos expressou a crônica de sua aluna que foi selecionada para a Olimpíada de Língua Portuguesa no RN; Professora Lucivânia, brilhantemente trabalhou o gênero teatral; agradecer ao professor Helder José pela brilhante apresentação musical na abertura da Feira, pelo aluno Geniedson exibindo a música através da sanfona, orientado pelo colega Helder, professor de Artes. Ex-aluno e hoje colega de trabalho, o professor Eduardo, que trouxe Os Sertões de Euclides da Cunha, em forma de maquete, muito bem elaborada e orientada.Agradecer de coração ao universitário Leandro Levi , da UFRN e ao nosso aluno Matheus Wingles que também é aluno da Escola de Música (violão) na UFRN. Agradecimento sincero à direção da Escola Jean, Alana e Francinete; à nossa amiga Anailda, incansável coordenadora do Proemi, nossa gratidão e o agradecimento especial aos nossos alunos, razão maior dessa Feira Literária. Enfim, agradecemos a todos que de alguma forma contribuíram com esse evento.
Agradeço respeitosamente às autoridades convidadas que vieram prestigiar a abertura desse evento: Maestro Tiãozinho, Neci, Secretária de Educação e Conceição Silva,coordenadora de Cultura.
Nossa gratidão especial aos professores e alunos da cidade de São Pedro que vieram prestigiar as atividades literárias desta escola, em especial à minha grande amiga Josenaide, sempre presente.
Um agradecimento sincero ao professor Tarcisio que nos deu a alegria de trazer seus colegas professores e os seus alunos da cidade de São Pedro, grande participação.
Aos nossos queridos acadêmicos da Academia Juvenil de Letras Maria Nini Araújo
Souto, vocês são do meu coração, parceiros em toda situação, meu muito obrigada.
DEDICATÓRIA
Todo esse trabalho estamos dedicando para as professoras: Maria Nini Araújo Souto, Geralda Efigênia, Rejane Souza e Jaqueline.
Maria do Carmo Dantas (professora Mariquinha)

A CRÔNICA DE EDUARDO GOSSON - NATAL/RN

REBECA, MULHERES E CAMELOS
Por Eduardo Gosson(*)

A  mulher é um ser de alta complexidade. Há um ditado em árabe que diz que o advogado    das mulheres suicidou-se. Sucumbiu às pressões. Vamos aos fatos:
Minha  primeira neta, hoje com dez anos, quando nasceu ganhou um poema chamado Canção para Rebeca Jamyle. Ao final digo: Deixam que eu te encha de ternura e camelos/porque jovem graciosa/os dias e as noites agora terão mais brilho.
Esta semana  saiu-se com a seguinte  pergunta:
--Vovô, ternura o senhor tem muita. Mas... cadê os camelos?
É poeta. Presidiu a UBE-RN de 2008 a 2013

A VOZ POÉTICA DE CLAUDIA BARBOSA DOS SANTOS - EQUADOR/RN


CIDADE GRANDE
Da janela do último andar
Vejo a cidade cinzenta
Abaixo do céu vem a vida
Que pulsa nas árvores, nas pessoas
No movimento claro
Da vida na cidade grande
Vejo a luz do sol penetrante
Na vida da cidade grande
Sou grão pequenino
Na imensidão dessa cidade
Meu coração fica apertado
De emoção, extasiado
Perante tanta beleza
O rio junto ao mar
Banha a cidade
Não sei o que é maior
O rio, o mar, a cidade
Ou minha emoção!


OBRA PRIMA
O arco-íris beija o rio
Na manhã acinzentada
Espetáculo da natureza
Obra-prima no quadro
Da janela do ônibus
Cena bucólica
Na cidade do sol
Árvores passando, ruas,
Pessoas, animais
Barco ancorado
Manguezais,
raízes explicitas
Homens e mulheres
a Caminho do trabalho
Histórias viajantes,
raízes implícitas
Olhares pela pequena janela
Micro espaço que se abre
Para o macro movimento
De um dia normal de trabalho 


VOO LIVRE
Num voo livre
Me joguei
E sobrevoei no gozo
Inexorável da emoção
Contemplei o intenso desejo
De realizar-me em um ser,
Vislumbrei o sonho
De completude em você
E no infinito espaço
De um amor transcendental
Aterrissei!


A VOZ POÉTICA DE EDUARDO GOSSON - NATAL/RN

VIVER


Vivi
o Tempo que me foi dado
Nem mais!,
Nem menos!
Agora
como do Pão Sagrado
e bebo
no Cálice da Salvação

ENSAIO DO PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

DEUS LHE OUVE?

      Públio José – jornalista

                        Uma das maiores dúvidas do homem está relacionada ao seu contato com Deus e a incerteza de ser ouvido. Essa questão está ligada a duas realidades: a primeira é que ninguém tem a capacidade de visualizar Deus, de vê-lo fisicamente como se vê as demais pessoas; a segunda é que ninguém ouve a Deus do ponto de vista físico, como se ouve o trinar de um passarinho ou o bate-boca de dois adversários. Para quem nunca o fez, ouvir a Deus, na verdade, é atividade de demasiada complexidade e que habita um terreno intrincado – o terreno da fé. Entretanto, embora pouco relacionada entre as dificuldades que compõem o dia-a-dia atual, a incerteza de que se é ouvido ou não por Deus é uma das piores calamidades de hoje. O fato de um governante não ouvir os reclamos de um segmento já gera um desconforto e uma incômoda sensação de rejeição, quanto mais o fato de não ser ouvido pelo Pai Eterno.
                        Assim, o fato de não ver Deus e concluir que não é ouvido por Ele – em razão de não escutar claramente a sua voz – tem levado muitas pessoas a abdicar totalmente de um contato com Sua Pessoa e, em consequência, adentrar perigosamente no terreno da descrença e da incredulidade.  Pois a pior sensação experimentada pelo ser humano, no encaminhamento de seus problemas existenciais, é quando cessam suas tentativas, suas buscas para a solução que almeja, e sua mente é invadida pelo vazio, pelo sentimento de que nada mais resta a fazer. A não ser se defrontar com o fruto cruel e amargo da impotência e da insustentabilidade. É também o tempo de se abraçar com a conclusão e a certeza de não se ter mais a quem recorrer. E agora? Do interior, angustiado, parte o grito, o clamor: “Por que ninguém me ouve? Por que ninguém me socorre; qual a razão para tamanho menosprezo?”.
                       Imaginemos, por exemplo, a situação de um suicida. Por que o atentado à própria vida? Com certeza, pelo sentimento de que o momento de continuar a luta chegou ao fim, exauriu-se a força para permanecer na peleja. E, se nas pessoas que vivem essa dolorosa experiência, se aconchegar uma certeza de que alguém lhe ouve, de que alguém muito poderoso está disposto a lhe escutar? Certamente as atitudes serão outras, não é verdade? Mas, afinal de contas, Deus nos ouve ou não? Se nos ouve, como é a Sua voz? Grave, aguda, alta, baixa, calma, tonitruante, acariciadora, intimista, impositora ou audível, simplesmente? E, se não nos ouve, qual o tom do seu silêncio? Duro, seco, ausente ou tão somente o ronronar do nada? Muitas pessoas há no mundo dando testemunho de que ouviram a voz de Deus. E ficaram maravilhadas. Dizem até que tal experiência modificou totalmente as suas vidas.
                        E o que fizeram de tão especial para ouvir a voz de Deus? Creram. Simplesmente creram. Personalidades bíblicas do porte de Davi também testemunharam ter ouvido a voz de Deus. No salmo 40, versículo 1, por exemplo, Davi assegura: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro”. Também no salmo 54, versículo 17: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz”. E ainda como escreveu no salmo 120, versículo 1: “Na minha angústia, clamo ao Senhor, e Ele me ouve”. O profeta Daniel também viveu essa certeza, como está escrito no livro que leva seu nome, capitulo 10, versículo 12: “Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim”.
                        Vários escritores bíblicos asseguram, além do mais, que o próprio Jesus Cristo, como homem, como carne, também suportou todos os seus sofrimentos por conta da certeza de que Deus lhe ouvia. Essa convicção, para nós salvadora, está bem registrada em João, capítulo 17, versículo 1 ao 26, na célebre oração sacerdotal quando agradeceu a Deus que, “dos que me deste, protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição”, se referindo a Judas. Também no livro de João, capítulo 11, versículo 41, na conhecida passagem da ressurreição de Lázaro, Jesus agradece de público a Deus o fato de ser ouvido: “E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste”. Assim, com fé, está na hora de passarmos a ter, em Deus, um conselheiro e confidente especial. Afinal, como nos assegura Davi, “se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá”. Beleza, não?