DO
AMOR
Ciro José Tavares.
Amo-te infatigável e
indefinidamente.
Amo cada fragmento do teu
corpo desolado.
Amo-te como amei
inesquecíveis putas brancas,
acolhido no calor do leito
de lençóis macios.
Amo-te como rios que beijam
margens e sem dizer adeus
passam sôfregos numa fuga
inconsolável,
ou como ventos outonais agitando árvores
e que veem nas ruas
sonolentas o esvoaçar das folhas secas.
Amo-te como amei dias
venturosos num tempo de loucuras.
Amo-te degradada, infeliz,
cristã, vazia sem ninguém.
Amo-te na pobreza e silêncio
inquietantes porque és pura e meu amor.
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