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Geralda,
Infelizmente atingimos o nível que queriamos.
Os professores, históricamente, deixaram que a situação chegasse onde chegou.
Aceitamos passivamente obrigações que não eram nossas, em benefício de uma sociedade que é mais corrosiva que o próprio governo, que olha para o próprio umbigo, que se precisar nos faz de escada para atingir um degrau ainda mais alto, para ver quem está brigando do outro lado do muro.
Eu já não sinto mais vergonha. Tenho pena. Pena de nós mesmos.
Quanto a merenda, já nem sei o que é isso, porque há muito tempo não sei o que é almoçar e jantar dignamente, porque normalmente nesse período ou estamos estudando ou nos deslocando para mais uma escola para lecionar.
Professor não merenda, lancha.
Infelizmente vivemos a política do pão e circo.
Eles tem o que comer, e a nós para ridicularizar. E viva o Brasil, um país de todos.
Então, não importa se sobra ou deixa de sobrar na merenda, se o aluno come ou deixa de comer.
O que importa é que somos professores, formadores de todas as profissões, não porcos para comer sobras.
Nosso caso já não é mais de união, de sindicato ou coisa parecida. É de valor.
Cada um de nós olhar para o espelho e ver refletida nele a imagem de uma pessoa que tem uma importância sem igual para esse país. A de uma pessoa que é capaz de multiplicar sonhos e ideais, de aditivar potenciais. NÃO DE VENDEDORES AVON, VIAGENS PARA APARECIDA DO NORTE OU RIFAS DE BIJUTERIAS.
Eu estou cansado disso tudo, mas a minha consciência não permite que eu desista.
Então, basta a mim me escorar em pessoas dignas como você, e ver se juntos chegamos vivos ao final dessa longa caminhada.
Obrigado por existir!!!
terça-feira, 4 de outubro de 2011
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROFISSÃO PROFESSOR,
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