Prof. Francisco Cândido (Berto )
Currais Novos do meu coração,
Umbral sagrado do sertão Seridó.
A ti uma coroa de flor de algodão
A ser depositada no Pico do Totoró.
Recorro ao doce encanto da rima
Para acariciar a vida dessa terra,
Exaltando um povo de alta estima
Que a bravura do amor encerra.
Respiro o seu ar cosmopolita
Nos traços de sua arquitetura,
No glamour da capital da xelita,
Nas raízes históricas de sua cultura.
Curvo-me para beijar esse chão
Em reverencia aos que aqui viveram,
Semeando no solo sagrado desse rincão
E, esperando em Deus, colheram. .
Abro o relicário do meu coração,
E dedilho nas contas da emoção
Uma oração de eterna gratidão
Pelos antecessores de minha geração.
Quem são seus benfeitores,
Os autores de sua história?
São analfabetos e doutores
Na visão dessa holografia.
Agora os conto, mas são tantos!...
Não caberiam na Serra do Chapéu.
Em vida foram verdadeiros santos
E hoje moram nas planícies lá do céu.
Em nome de Auleta e Joventino Pereira
Destaco os que construíram sua história
Com o perfume sagrado da roseira,
E as marcas de um passado de glória.
Homenageio a alma do poeta Zé Milanês,
A voz incansável dos fracos e oprimidos,
No seu tempo de agir, falava com altivez,
Semeando a cultura do bem aos desvalidos.
Sob o sol causticante do sertão do Seridó
Faço uma oração ao meu Senhor Jesus,
Bem no alto sagrado do Pico do Totoró,
Pela alma de Zé Dantas eu peço: Haja luz!
O coreto Guarani, o simbolismo,
Marco indelével de nossa cultura,
A efervescência do modernismo,
Abrigo de sua mais correta postura.
Canto um cântico a gratidão
Na imensidão de minhas lembranças,
Andanças nas festas de apartação
Num tempo de tantas bonanças.
O pôr do sol no Totoró,
O vôo da garça branca,
O canto alegre do curió
Que o coração destranca.
Na Praça, o Cristo é sempre Rei!
Outrora, o encontro da juventude.
No altar do Cristo um dia celebrou
A festa da sua tão sonhada liberdade.
Um poema que fiz para homenagear Currais Novos no dia de sua emancipação política.
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