O historiador marxista britânico Eric Hobsbawm, considerado um dos
pensadores imprescindíveis do século passado, morreu nesta segunda-feira
1º aos 95 anos. Dono de uma vasta obra, Hobsbawm tem como livro mais
famoso a Era dos Extremos(1994), no qual narra sua perspectiva sobre o
que chama de “breve século XX”, o período iniciado com o começo da
Primeira Guerra Mundial, em 1914, até o colapso da União Soviética, em
1991. O livro foi traduzido para quase 40 línguas e recebeu muitos
prêmios internacionais.
“Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã em Londres”,
afirmou a filha do historiador, Julia Hobsbawm. “Ele fará falta não
apenas para sua esposa, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um
bisneto, mas também por seus milhares de leitores e estudantes ao redor
do mundo”, completou.
Hobsbawm, que influenciou gerações de historiadores e políticos, é
reconhecido também por sua história do “longo século XIX”, que para ele
se deu entre o início da Revolução Francesa (1789) e o início da
Primeira Guerra Mundial (1914). A história do “longo século XIX” foi
publicada em três volumes – A Era da Revolução: Europa 1789-1848, A Era
do Capital: 1848-1875 e Era do Império – 1848-1914.
Biografia
Nascido em 9 de junho de 1917 em uma família judaica de Alexandria,
Egito, Hobsbawm foi criado em Viena no período entre as duas grandes
guerras mundiais, antes de seguir para Berlim em 1931. Ele se mudou para
Londres dois anos depois, quando os nazistas chegaram ao poder.
Depois de estudar História e obter o Doutorado na Universidade de
Cambridge, Hobsbawm se tornou professor em 1947 no Birkbeck College de
Londres, centro ao qual seguiu ligado por toda a carreira. Também foi
professor convidado na Universidade de Stanford, no Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade de Cornel.
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