sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A EXPRESSÃO POÉTICA DE ZÉ MARTINS - NATAL/RN


ALCOÓLATRA

Como ontem,
Como ele
Hoje sou eu,
O corpo no copo
E a fala no mundo,
Alegre sou aparente
Quando a amada
Me olha triste,

Parece paraíso,
Este inferno,
Quando o copo esvazia
Nesta boca que fala,
Na rua carinhosa
Em casa agressiva
Quando a criança
Sorrir.

Penso na conta
E esqueço,
Quando bebo,
Sou violento calado,
Quando bêbado,
Sou eu mesmo,

Todos me escutam
Pois falo
O que não devo.

Falo do homem,
Falo da mulher,
Sou rico pra você
E a fome me espera
No portão,
Dentro da minha
Mulher
Chorando calada.

Chore! meu filho,
Este é o aperitivo
Do viver,
Eu sei,
Não sou um imbecil,
Só seguir
As normas sociais,
Agora!
A sociedade me persegue.

Vem meu filho!
Chora neste coração
Embebedado,

Ele ainda bate,
Como ontem,
Como ele,
Hoje era eu
E o botequim na esquina.

O mundo girando
Entorno do meu corpo
Pra me ver morrer
Na calçada,
Outro gole,
Nova dimensão.

Pra que chorar
Se a amada foi embora?
Novo trago,
Estás aqui,
Na bebida.

Já corri no século!
O jovem que bebeu
Por amor,
Hoje um viciado
Por esporte,
Pareço um destrambelho
Diante do que fui.

Sou o rei
Diante do bar,
Sou o mendigo,
Quando a noite fria
Me vê na calçada
Deitado.

Há!
Que vontade de acordar,
Que vontade de falar,
De ouvir
Palavras não embriagadas,
Que vontade de chorar,
Pra o mundo
E ficar calado
Dentro de mim
Sem buscar o fim.

E meu filho?
Minha mulher?
Me esqueceram
Ou sofrem me amando?
E eu?
No leito deste manicômio
Xingo o passado
E não tenho culpa do crime.

ZÉ MARTINS - Poeta, Cantador, Engenheiro Quimico, Professor Universitário, Membro da SPVA/RN.
(ZM) josenetom@bol.com.br

OFICINA DE PERCUSSÃO MUSICAL COM KACIANNI - NATAL/RN



Kacianni, esta bonita e prendada moça , envia e-mail avisando que estará mais uma vez ministrando  oficina de Percussão Musical,  dia 10 de novembro (sábado).
Local: Livraria Paulinas.
Horário: de 9h00 às 12h00.
Restam 8 vagas.
fones para contato:
9999-9250 / 8807-7738

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A VOZ POÉTICA DO JOSÉ IVAM PINHEIRO - CURRAIS NOVOS/RN

Foto
SÃO SANTOS HOMENS TODOS OS DIAS
Ivam Pinheiro




É primeiro de novembro.
Dia universal do homem.
Dia de Todos os Santos.


Entes santos só lhes cabem
se são até seres pecadores,
o amor e meigos carinhos.
Mas, se não ama seu querer
alguns são trastes também.


E na força da bruta vida e luta
na aposta diária da sina do bem
são muitos os freios do trem...
O futebol e a mágica do gol...
E a blitz da amada que chegou.


Tantos santos homens que:
Ao nascer são belos anjinhos...
São uns adoráveis amores...


Pois, são santos tão enamorados
e mil machistas inveterados são
a paixão do doce amor na labuta,
santa alquimia de seres amados.
Santos são entes de leve coração.


Tantos são os leves nós da vida:
Santos filhos, problemas e família...
Santa farra do fim de semana...
A cerveja, uísque, choop e cana...
E santo amor que deita na cama.


No dia dos que são santos homens
Mortais amantes bebem ao dia...
Primeiro de novembro da alegria.



Natal, RN, Brasil, 01.11.2012.
15 h: 18 min. - 15 h: 56 min.



Ser Santo - Imagem disponível no sítio:
unijovemitac.blogspot.com

DESAFIOS DA GESTÃO MUNICIPAL DE NATAL NO CAMPO DA CULTURA


ENSAIO DE
FRANCISCO ALVES*

 Pela sua complexidade, uma reflexão sobre a gestão da cultura em Natal exige, antes de tudo, a colocação de algumas premissas que sirvam como balizadoras das discussões a serem desenvolvidas com vistas à tomada de atitudes e a adoção de medidas concretas no rumo das resoluções, reconhecendo-se que as dinâmicas do processo de construção das políticas públicas impõem um ciclo de formulações, exigindo ampla integração das ações de planejamento sociocultural do município e das demandas da sociedade civil. Sabe-se que, no plano institucional e governamental, a área cultural de Natal tem sofrido muito, pela inexistência de programas, projetos (e propósitos),verificando-se que tem imperado a improvisação e o descompasso, revelando-se a inoperância e o descompromisso dos que foram alçados, de forma improvisada, à condição de gestores culturais, aos quais, claramente, a chefe do executivo não prestigiou. E isso é bem o retrato da administração municipal de Natal que se encerra, deixando para o Prefeito que assumirá o desafio de trabalhar aceleradamente, e de forma planejada, para, ao mesmo tempo resgatar (e fazer cumprir) os compromissos existentes e construir um programa cultural que seja capaz de desencadear ações e elaborar planos e projetos que contribuam para estruturar as políticas públicas da cultura. No nível da sociedade civil, há a urgente necessidade de uma mobilização que reúna os produtores e agentes culturais e os fazedores de arte, de um modo geral, para que sejam pactuadas novas formas de atuação e se contemple a cidade, retirando-a do marasmo em que se encontra no plano cultural, abrindo-se um amplo debate sobre a estruturação de um plano de cultura para Natal. PRINCIPAIS DESAFIOS FORMULADOS Desta maneira, considerando que a área cultural se encontra em estado de abandono, agravado por haver uma herança maldita a ser administrada, no que diz respeito ao atendimento de compromissos não cumpridos pela administração municipal que agora se encerra, os maiores e mais urgentes desafios são: 1- A elaboração do Plano Municipal de Cultura de Natal, a ser firmado estrategicamente como instancia articuladora da política cultural, afirmando-se o direito à cultura, ordenando-se as diretrizes e estabelecendo-se os eixos de atuação que orientarão as ações e os procedimentos na gestão publica da cultura; 2- Lutar pela afirmação de Natal como importante pólo de cultura do nordeste brasileiro, na amplitude das suas linguagens artísticas e na multiplicidade de valores das manifestações culturais existentes; 3- Fortalecer a ação do Município no planejamento e na execução das políticas culturais, reafirmando o seu papel indutor e garantidor do pluralismo de gêneros, estilos, tecnologias e modalidades, cabendo-lhe formular diretrizes, planejar, implementar, acompanhar, avaliar e monitorar ações e programas culturais, em permanente diálogo com a sociedade. O FUNDO DE CULTURA E A LEI DJALMA MARANHÃO O Fundo Municipal de Cultura, por sua vez, deverá ser vinculado à Lei Orçamentária do Município – LOA, tratando-se de objeto legalmente estabelecido e consolidado, não devendo, portanto, ficar à mercê dos humores de nenhum gestor de plantão. Essa é uma das principais reivindicações da comunidade artística, avalizada e encaminhada através do Conselho Municipal de Cultura de Natal. Com isso, teremos assegurados os valores em tempo hábil, além da transparência na aplicação dos recursos e nos procedimentos adotados. Sabe-se, ainda, que existem várias dividas a serem resgatadas, sobretudo no que diz respeito ao FIC – Fundo de Incentivo à Cultura de Natal, cujos valores referentes aos anos de 2011 e 2012, inexplicavelmente, encontram-se sustados e ainda não liberados pela administração municipal, prejudicando enormemente diversos projetos aprovados e agentes culturais contemplados. Por esta razão, o próprio Conselho Municipal de Cultura, por unanimidade dos seus conselheiros, emitiu Notificação Extrajudicial à Prefeita, expondo-lhe os fatos e chamando-a ao cumprimento da responsabilidade, e, não obtendo resposta, ainda articula-se e estabelece parceria com a OAB para dar prosseguimento aos trâmites legais visando sanar tal deficiência. Como não há política cultural em Natal, nem sequer a pasta responsável por este setor (a Fundação Capitania das Artes) encontra-se apta a realizar maiores voos, carecendo, no mínimo, de ser readequada e reaparelhada para cumprir com seus objetivos, a partir de uma abordagem prospectiva e avaliadora e de ampla reflexão sobre os sentidos socioculturais, educacionais e econômicos da cultura e o papel da arte no processo de desenvolvimento da cidade, defendemos que uma política cultural para Natal deve ser estabelecida a partir de amplo acordo entre os diferentes setores de interesse, articulando-se com as diversas áreas e definindo-se um referencial de compartilhamento de recursos coletivos (financeiros, materiais e imateriais, bens e serviços) fortalecido por consensos que garantam a sua legitimidade, tratando-se de um planejamento estruturante e consolidador, em longo prazo para a área cultural, visando sua completude. Ressalte-se, porém, como honrosas exceções, o desempenho dos conselheiros do Fundo Municipal de Cultura e os do Programa Djalma Maranhão de Incentivo à Cultura, constituídos por representações paritárias e integrados por pessoas comprometidas com o fazer artístico e cultural da cidade, cujas marcantes atuações, sem quaisquer remunerações, teem contribuído significativamente para manter em funcionamento, operacionalizar, defender, aperfeiçoar e buscar ampliar esses mecanismos de apoio, que representam importantes conquistas da comunidade artística e cultural. A GESTÃO CULTURAL DA CIDADE Por todos esses motivos e razões, entendemos que a gestão cultural deve ser preparada para enfrentar esses desafios, compreendendo que é preciso fazer emergir e salientar os personagens visíveis e invisíveis que compõem o universo natalense, assegurando-lhes o direito à visibilidade, o direito à diferença, o direito legitimo de habitar a cidade e nela ser feliz, sendo capaz de revelar e valorizar o seu repertório utilizando-se da multiplicidade de suas linguagens. O seu gestor, portanto, deve ser ‘do ramo’, isto é, participante do movimento artístico e cultural, conhecedor da lógica e da linguagem nele praticada, capacitado a propor e fomentar o debate e dele participar proativamente, pautando-se pela ética. Deve ser reflexivo, criativo e empreendedor, articulado e articulador, devendo possuir uma visão transdisciplinar da gestão cultural, promovendo o diálogo permanente entre os saberes e as diversas maneiras de criação, fruição, difusão, disseminação e consumo dos bens e serviços culturais. Enfim, conhecer, inserir-se e contribuir para aprimorar as regras e os mecanismos de financiamento das atividades culturais, via fundos públicos, orçamentos e leis de incentivos, situando-se em relação aos pactos federativos para a divisão das prerrogativas e responsabilidades entre as esferas de governo federal, estadual e municipal.
 
* O autor é:
 Conselheiro do Conselho Municipal de Cultura de Natal, do Programa Djalma Maranhão de Incentivo à Cultura e da Lei Cultural/RN Câmara Cascudo. É membro da UBE/RN, do ICAP, do Fórum Potiguar de Cultura, do Fórum Estadual/RN do Livro e Leitura e da Rede Nordeste do Livro e da Leitura. Editor, Produtor e Gestor cultural.
 
Mais detalhes veja: www.blogubern.blogspot.com.br

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A EDUCAÇÃO E A ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.





 Refletir sobre a proposta de ampliação do tempo integral de permanência do aluno na escola merece análises diversas e minuciosas sobre esse pensar. Pois implica em pensar sobre condições físicas e pedagógicas. 
A constituição Federal de 1988, e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA. 1990) conclama Estado, Sociedade e Família para a necessidade urgente da frase que correu o Brasil inteiro na década de 90: Educação direito de todos e dever do Estado e família, em que essa educação seja promovida, também acompanhada e até mesmo incentivada pela sociedade.
Nesse sentido compreende-se que somente assim encontrar-se-á o desenvolvimento pleno do sujeito bem como a prática correta do pleno exercício da cidadania.
Algumas ações foram implementadas ao longo dos anos. Nesse sentido, podemos destacar o Plano Nacional de Educação que pensa objetivamente em um aumento da jornada escolar diária, hoje de quatro horas, para pelo menos 7 horas diárias.
Assim poderemos afirmar que há deveras uma tendência para que a educação brasileira passe a ser em tempo integral, haja vista está se pensando, que esta realidade possa ser uma política fundamentada na concepção de uma educação onde, sejam desenvoltas em sua totalidade em que as dimensões: Física, afetiva, cognitiva, ética assim como a dimensão da intelectualidade onde compreendemos e  sabemos existir e tanto as crianças como os adolescentes precisam, e que a sociedade almeja.
Considerando existir todas as dimensões citadas, é interessante afirmar que a isso acontecerá uma importante contribuição para a qualidade da educação no nosso país.
 Em resumo a ainda muito que estudar e o que aprender sobre essa temática, que consideramos ser de grande importância e que deverá ser discutida, refletida no âmbito das redes escolares, da sociedade e dos governos, que o assunto ora em pauta deva ser parte de política publica direcionada aos que pensam e atuam na educação brasileira, e que anseiam por uma educação em tempo integral instaurada e instalada devidamente e com sucessos.




A EXPRESSÃO POÉTICA DE M. C. GARCIA - NATAL/RN



Leitura: viagem e sonho
 
Se pretendes viajar
Sem gastar nenhum tostão
Invista na viagem do sonho
Crie tudo na imaginação
Na nave literatura
Com uma boa leitura
Entre o real e a ficção.

É sabido que toda escola
Nos ensina a estudar
Se aprende a escrever o nome
Mas também a se pensar
O fato de se aprender
É ler, viver e escrever
A estória do seu lugar.


M.C - Mauricio Garcia
Atual Presidente da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins
SPVA/RN

ESTÓRIA PARA PASSAR O TEMPO...



A barata voadora


Ontem ao anoitecer eu observava
Uma barata voadora que teimava
Em importunar a vida  de Birico e
Biringa duas lindas e amáveis crianças
Comportadas e responsáveis.

A barata voa, voa e parece querer falar...
Alguma coisa...
Birico e Biringa ficam completamente intrigados
E com mais medo ainda.
A barata voadora parece dizer.

Vocês não estão ouvindo?
Eu quero brincar com vocês,
Eu preciso de companhia,
Eu não faço mal nenhum.
Sou apenas um inseto
Não sou cascuda
Como dizem que sou...

A barata voava, voava  e
Parecia desnorteada,
ai então com uma chinelada
bem segura...
pum a barata vai ao chão.
E birico e biringa
Caem na gargalhada
Alegres e certos que
Venceu a uma  guerra
A guerra entre o bem e o mal.