domingo, 30 de novembro de 2014

ENSAIO DO PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

DEUS LHE OUVE?

      Públio José – jornalista

                        Uma das maiores dúvidas do homem está relacionada ao seu contato com Deus e a incerteza de ser ouvido. Essa questão está ligada a duas realidades: a primeira é que ninguém tem a capacidade de visualizar Deus, de vê-lo fisicamente como se vê as demais pessoas; a segunda é que ninguém ouve a Deus do ponto de vista físico, como se ouve o trinar de um passarinho ou o bate-boca de dois adversários. Para quem nunca o fez, ouvir a Deus, na verdade, é atividade de demasiada complexidade e que habita um terreno intrincado – o terreno da fé. Entretanto, embora pouco relacionada entre as dificuldades que compõem o dia-a-dia atual, a incerteza de que se é ouvido ou não por Deus é uma das piores calamidades de hoje. O fato de um governante não ouvir os reclamos de um segmento já gera um desconforto e uma incômoda sensação de rejeição, quanto mais o fato de não ser ouvido pelo Pai Eterno.
                        Assim, o fato de não ver Deus e concluir que não é ouvido por Ele – em razão de não escutar claramente a sua voz – tem levado muitas pessoas a abdicar totalmente de um contato com Sua Pessoa e, em consequência, adentrar perigosamente no terreno da descrença e da incredulidade.  Pois a pior sensação experimentada pelo ser humano, no encaminhamento de seus problemas existenciais, é quando cessam suas tentativas, suas buscas para a solução que almeja, e sua mente é invadida pelo vazio, pelo sentimento de que nada mais resta a fazer. A não ser se defrontar com o fruto cruel e amargo da impotência e da insustentabilidade. É também o tempo de se abraçar com a conclusão e a certeza de não se ter mais a quem recorrer. E agora? Do interior, angustiado, parte o grito, o clamor: “Por que ninguém me ouve? Por que ninguém me socorre; qual a razão para tamanho menosprezo?”.
                       Imaginemos, por exemplo, a situação de um suicida. Por que o atentado à própria vida? Com certeza, pelo sentimento de que o momento de continuar a luta chegou ao fim, exauriu-se a força para permanecer na peleja. E, se nas pessoas que vivem essa dolorosa experiência, se aconchegar uma certeza de que alguém lhe ouve, de que alguém muito poderoso está disposto a lhe escutar? Certamente as atitudes serão outras, não é verdade? Mas, afinal de contas, Deus nos ouve ou não? Se nos ouve, como é a Sua voz? Grave, aguda, alta, baixa, calma, tonitruante, acariciadora, intimista, impositora ou audível, simplesmente? E, se não nos ouve, qual o tom do seu silêncio? Duro, seco, ausente ou tão somente o ronronar do nada? Muitas pessoas há no mundo dando testemunho de que ouviram a voz de Deus. E ficaram maravilhadas. Dizem até que tal experiência modificou totalmente as suas vidas.
                        E o que fizeram de tão especial para ouvir a voz de Deus? Creram. Simplesmente creram. Personalidades bíblicas do porte de Davi também testemunharam ter ouvido a voz de Deus. No salmo 40, versículo 1, por exemplo, Davi assegura: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro”. Também no salmo 54, versículo 17: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz”. E ainda como escreveu no salmo 120, versículo 1: “Na minha angústia, clamo ao Senhor, e Ele me ouve”. O profeta Daniel também viveu essa certeza, como está escrito no livro que leva seu nome, capitulo 10, versículo 12: “Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim”.
                        Vários escritores bíblicos asseguram, além do mais, que o próprio Jesus Cristo, como homem, como carne, também suportou todos os seus sofrimentos por conta da certeza de que Deus lhe ouvia. Essa convicção, para nós salvadora, está bem registrada em João, capítulo 17, versículo 1 ao 26, na célebre oração sacerdotal quando agradeceu a Deus que, “dos que me deste, protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição”, se referindo a Judas. Também no livro de João, capítulo 11, versículo 41, na conhecida passagem da ressurreição de Lázaro, Jesus agradece de público a Deus o fato de ser ouvido: “E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste”. Assim, com fé, está na hora de passarmos a ter, em Deus, um conselheiro e confidente especial. Afinal, como nos assegura Davi, “se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá”. Beleza, não?










sexta-feira, 28 de novembro de 2014

ATENÇÃO SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO!


sexta-feira, 28/11, é o último dia para inscrever seu município para o Técnicas Didáticas 2015!
Gratuito, o curso irá ajudar professores, diretores e coordenadores pedagógicos da rede pública a melhorarem as aulas em suas escolas, fazendo com que os alunos aprendam mais e mostrando a importância da leitura para o aprendizado de qualquer conteúdo.
Saiba mais e inscreva-se! http://ow.ly/EWyTV

A VOZ POETICA DE GIL RIBEIRO - SERRA DE SÃO BENTO/RN




 

A cidade de Serra de São Bento
Tem história e nome muito forte
Orgulhando o Rio Grande do Norte
No terreno do empreendimento
Temos: Fábricas, escolas e talentos
Produzindo aqui neste recanto
Até mesmo o nome já é Santo
Pode vim conferir nossos papéis
Tudo isto registro em meus cordéis
Nosso povo a cultura e seu encanto.

Nossos jovens às vezes vão embora
Porque faltam empregos para o povo
Tem projetos pra investimento novo,
Temos cursos profundos toda hora
Tem pessoas querendo vim de fora
Estudar e viver neste recanto...
Até mesmo a beleza deste canto
Quem visita termina dando um dez...
Tudo isto registro em meus cordéis
Nosso povo a cultura e seu encanto.

A beleza da nossa natureza
É notável bem antes do açude
O Cruzeiro naquela altitude
Destaca-se aqui na redondeza,
Tem colina, tem campo e tem riqueza,
Tem os pássaros nas flores desse canto,
Os devotos rezando para os santos
Com o padre, "São Bento" e os fiéis
Tudo isto registro em meus cordéis
Nosso povo a cultura e seu encanto.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA DO RN RECEBE JOVEM SENADOR


Na tarde desta segunda, a secretária de Educação Betania Ramalho recebeu a visita do estudante José Patrocínio Dantas Neto, de 17 anos. Natural de Parelhas, José é o novo jovem senador do Rio Grande do Norte. Recém-chegado da capital federal,  o estudante relatou a titular da pasta um pouco de sua experiência durante a semana que passou em Brasília.
Na função do cargo, José Patrocínio foi relator do Projeto de Lei do Senado Jovem 4/2014, que institui o Programa Bolsa Jovem Estudante e beneficiará alunos com baixa renda familiar. Para a secretária, José descreveu a experiência como única: “Um aprendizado que levarei por muito tempo”.
Entusiasmada com o feito do estudante, Ramalho destacou que cada vez mais os estudantes tem conquistado êxito em concursos e competições nacionais: “esses jovens devem ser exemplos, pois inspiram sucesso, mas devem focar nos estudos, pois nada melhor do que o ensino para aprimorar esses resultados”.
Sobre o concurso
São convidados a participar todos os alunos do 2º e do 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, com idade de 16 a 19 anos. Os 27 finalistas no Concurso de Redação são automaticamente selecionados para participar do Projeto Jovem Senador e terão a oportunidade de simular, em Brasília, a atuação dos Senadores da República, vivenciando o processo de discussão e elaboração das leis do nosso País.
Além disso, os finalistas serão premiados com notebook, medalha, certificado e publicação da sua redação no livreto produzido pelo Senado Federal. As escolas dos alunos classificados nos três primeiros lugares na etapa nacional receberão computadores (desktops), publicações técnicas e multimídia produzidas pelo Senado Federal e certificado de participação. 
 
fonte: Danilo Bezerra
portal da educação
republicado na íntegra

terça-feira, 25 de novembro de 2014

COMENIUS E A DIDÁTICA MAGNA: Algumas considerações



 republico na íntegra

Comenius foi o criador da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século XVII; já no século 17, ele concebeu uma teoria humanista e espiritualista da formação do homem que resultou em propostas pedagógicas hoje consagradas ou tidas como muito avançadas. Entre essas idéias estavam: o respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem, a construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação e uma educação sem punição, mas com diálogo, exemplo e ambiente adequado. Comenius pregava ainda a necessidade da interdisciplinaridade, da afetividade do educador e de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico. Estão ainda entre as ações propostas pelo educador checo: coerência de propósitos educacionais entre família e escola, desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito científico e a formação do homem religioso, social, político, racional, afetivo e moral.
     Jan Amos Komenský, nome original de Comenius, nasceu em 28 de março de 1592, na cidade de Uherský Brod (ou Nivnitz), na Moravia, região da Europa central pertencente ao antigo Reino da Boêmia (atual República Tcheca). Com a morte dos pais, vence muitas adversidades e estudou Teologia na Faculdade Calvinista de Herbon (Nassau) onde foi aluno de Alsted e se familiarizou com a obra de Ratke sobre o ensino das Línguas. Começou nessa época a elaboração de um Glossário Latino-Checo no qual trabalhou cerca de 40 anos e que perdeu quando Leszno, cidade em que então vivia (1656) foi invadida por um exército católico e incendiada.
     Com 26 anos de idade, regressa à Morávia. Foi professor na sua antiga escola e tornou-se pastor religioso em Fulnek. Assume então o encargo de dirigir as escolas do Norte da Morávia. Mas a insurreição da Boemia, que praticamente dá início à guerra dos 30 anos, vai marcar em definitivo a sua vida.
     A guerra político-religiosa  e que foi também uma guerra civil com brutal perseguição aos não católicos, obrigou Comenius a deixar a sua igreja e a entrar em clandestinidade. As perseguições religiosas acentuam-se e Comenius trabalha para ajudar os seus irmãos na fé.
     Expulso da Boemia em 1628 refugiou-se em Leszno, na Polonia. A partir daí, e durante 42 anos, percorre a Europa (não católica) trabalhando sem descanso pelo seu país e pelos projetos científicos e educacionais que o movem. Alimenta e divulga o seu sonho reformista de, por meio da Pansophia, promover a harmonia entre os indivíduos e as nações. Desenvolve então suas principais idéias sobre educação e aprofunda um dos grandes problemas epistemológicos do seu tempo – que era o do método. Escreveu a Janua Linguarum Reserata e a Didactica Magna (1633-38), sempre buscando seus objetivos fundamentais “de uma reforma radical do conhecimento humano e da educação” – unidos e sistematizados numa ciência universal.
     Alguns amigos tentaram fazê-lo sair de Leszno e fizeram chegar o seu trabalho ao conhecimento de Luis de Geer, filantropo sueco de origem alemã. Foram esses mesmos amigos que publicaram uma obra sua, com o título Prodomus Pansophiae, livro esse que mereceu a atenção do próprio Descartes. Em 1641, vai para Londres com a missão de estabelecer algum entendimento entre o Rei e o Parlamento, e fundar um círculo de colaboração pansófica. Aí permaneceu durante um ano.
     Em 1642 recebe um convite de Luís de Geer e do governo de Estocolmo para promover a reforma do sistema escolar da Suécia, onde permaneceu por seis anos, porém, sua missão na Suécia não teve o êxito esperado, pois suas idéias, particularmente as religiosas, não foram bem aceites pelos luteranos suecos. Em 1648 estabelece-se em Elbing, na Prússia oriental, (então território sueco) e escreve o Novissima Linguarum Methodus, publicado em Leszno. Começou nova obra com vistas à reforma universal da sociedade, trabalho este que o autor não chegou a concluir e que era o De rerum humanorum emendatione Consultatio catholica ; sendo que segundo muitos autores esta obra inacabada é a que mostra de modo mais claro a grande consistência entre o seu pensamento filosófico, educacional e social.
     Todos os pesquisadores são unânimes em apontar a Didacta Magna ou A Grande Didacta, como sendo sua obra-prima e sua maior contribuição para o pensamento educacional. Comenius escreveu ainda O Labirinto do Mundo (1623), Didactica checa (1627), Guia da Escola Materna (1630), Porta Aberta das Línguas (1631), Didacta Magna (versão latina da Didactica checa) (1631), Novíssimo Método das Línguas (1647), O Mundo Ilustrado (1651), Opera didactica omnia ab anno 1627 ad 1657 (1657), Consulta Universal Sobre o Melhoramento dos Negócios Humanos (1657), O Anjo da Paz (1667) e A Única Coisa Necessária (1668) entre outros.
     Continuou a ter uma vida bastante atribulada e movimentada, produzindo cerca de 200 títulos, vindo a morrer no dia 15 de novembro de 1670, em Amsterdam.
Comenius, uma voz quase solitária em seu tempo, defendia a escola como o “locus” fundamental da educação do homem, sintetizando seus ideais educativos na máxima: “Ensinar tudo a todos”, e que para ele (1997, p.95), significava os fundamentos, os princípios que permitiriam ao homem se colocar no mundo não apenas como espectador, mas, acima de tudo, como ator.
O objetivo central da educação comeniana era formar o bom cristão, o que deveria ser sábio nos pensamentos, dotado de verdadeira fé em Deus e capaz de praticar ações virtuosas, estendendo-se à todos: os pobres, os portadores de deficiências, os ricos, às mulheres.
Suas concepções teóricas apresentavam consistência na articulação entre suas diversas facetas: do filosófico ao religioso, passando pela organização e divulgação do saber, pelo processo educativo de todos, e pela reforma da sociedade; mas, nem por isso pode garantir que fossem postas em prática de uma maneira mais ampla ou que obtivessem à sua época  um maior reconhecimento de seus pressupostos inovadores; logicamente no contexto histórico da época e também da trajetória de vida do autor. Não podemos desvincular o que uma pessoa faz, da sua filosofia de vida, seus ideais, sonhos, frustrações e experiências. Sua obra deve ser analisada no contexto em que surgiu: o Renascimento e a Reforma religiosa.

No que diz respeito à Educação o ideal pansófico evidencia-se no desejo e possibilidades de ensinar tudo e todos. Esta necessidade se forjava e se sustentava na crença de que Deus, em sua infinita bondade, colocara a redenção ao alcance da maioria dos seres humanos, mas para tanto era necessário educá-los convenientemente. Dizendo em outras palavras, para o autor, negar oportunidades educacionais era antes ofender a Deus do que aos homens. A Pansophia constitui uma forma de organização do saber, um projeto educativo e um ideal de vida. Para que se obtenha esse ideal o processo a ser desenvolvido é a Pampaedia, ou educação universal através da qual se conseguirá a reforma global das “coisas humanas” e um mundo perfeito ou Panorthosia.
Comenius aponta como necessária a constante busca do desenvolvimento do indivíduo e do grupo, pois um melhor conhecimento de si mesmo e uma melhor capacidade de autocrítica levam a uma melhor vida social, assim como deve haver a solidez moral que pode ser conseguida por meio da educação. Para ele, didática é ao mesmo tempo processo e tratado. É tanto o ato de ensinar como a arte de ensinar.
A arte de ensinar é sublime, pois destina-se a formar o homem, é uma ação do professor no aluno, tornando-o diferente do que era antes. Ensinar pressupõe conteúdo a ser transmitido, e eles são postos pela própria natureza: são a instrução, a moral e a religião. O conhecimento que temos da natureza serve de modelo para a exploração e conhecimento de nós próprios. Mas não é a natureza “natural” o exemplo a ser imitado, mas a natureza “social”. Sua proposta pedagógica dirige-se, sobretudo à razão humana, convocando-a a assumir uma atitude de pesquisa diante do universo e de visão integrada das coisas. Pretendia que o homem deve ser educado com vistas à eternidade, pois, sendo Espírito imortal, sua educação deveria transcender a mera realização terrena.
Salientava a importância da  educação formal de crianças pequenas e preconizou a criação de escolas maternais por toda parte, pois deste modo as crianças teriam oportunidades de adquirir desde cedo as noções elementares das ciências que estudariam mais tarde.
Comenius defendia a ideia de que a aprendizagem se iniciava pelos sentidos pois as  impressões sensoriais obtidas através  da experiência com objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela razão. Seu método didático constituiu-se basicamente de três elementos: compreensão, retenção e práticas. Através delas se pode chegar a três qualidades fundamentais: erudição, virtude e religião, as quais correspondem três faculdades que é preciso adquirir: intelecto, vontade e memória.
 O método deve seguir os seguintes momentos:
    Tudo o que se deve saber, deve ser ensinado;
    Qualquer coisa que se ensine deverá ser ensinada em sua aplicação prática, no seu uso definido;
    Deve ensinar-se de maneira direta e clara;
    Ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas;
    Explicar primeiro os princípios gerais;
    Ensinar as coisas em seu devido tempo;
    Não abandonar nenhum assunto até sua perfeita compreensão;
    Dar a devida importância às diferenças que existem entre as coisas.
A obra de Comenius constitui-se num paradigma do saber sobre a educação da infância e da juventude, através de uma “nova tecnologia social”: a escola. A Didática Magna apresenta as características fundamentais da instituição escolar moderna. Entre elas podemos apontar: a construção da infância moderna já como forma da uma pedagogização dessa infância por meio da escolaridade formal; uma aliança entre a família e a escola por meio da qual a criança vai se soltando a influência da órbita familiar para a órbita escolar; uma forma  de organização da transmissão dos saberes baseada no método de instrução simultânea, agrupando-se os alunos e, não menos importante, a construção de um lugar de educador, de mestre, reservado para o adulto portador de um saber legítimo.
Tal plano se desenvolve tendo em vista a evolução do homem ___ da infância à juventude já ____ antecipando ROUSSEAU.
O método único e seus fundamentos naturais
“não se consegue de uma só semente produzir a mesma árvore? De um só método farei alunos capazes!”
Eis as razões pelas quais para o autor, o uso de um só método se justifica:
    O fim é o mesmo: sabedoria, moral e perfeição;
    Todos são dotados da mesma natureza humana, apesar de terem inteligências diversas;
    A diversidade das inteligências é tão somente um excesso ou deficiência da harmonia natural;
    O melhor momento para remediar excessos e deficiências acontece quando as inteligências são novas.

FONTE: CENTRO DE REFERÊNCIA EDUCACIONAL

domingo, 23 de novembro de 2014

PRESIDENTE DA UBE/RN CONVIDA

  Escritor Roberto Lima de Souza - convida para a noite de autógrafos da confreira JANIA MARIA SOUZA, membro e secretária desta instituição de escritores da terra de Poti.



 
JANIA SOUZA

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

ARTIGO DO JORNALISTA PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

EGOÍSMO, O ISMO DO EU

    


                        Todos nós já estamos acostumados com os ismos da vida. Nacionalismo, esquerdismo, anarquismo, direitismo, numa sucessão sem fim, entronizada para rotular tendências religiosas, políticas, econômicas, esportivas, culturais de quem quer que seja. Por mais esforços que se faça, ninguém escapa de ser encaixado em um ismo qualquer. É latente, intestina a necessidade no ser humano de rotular, de entalar o outro num ismo. “Fulano é de um esquerdismo revoltante”. Com certeza você já ouviu esse tipo de comentário de alguém a respeito de outra pessoa. Ou por outra: “Sicrano não passa de um reles defensor do capitalismo selvagem”. Os artistas, os intelectuais, os políticos, sofrem muito com esse, digamos, rotulismo. Independente de serem ou não o que os outros pensam a respeito deles, são logo encalacrados, mal surgem, como sementes do modernismo, conservadorismo, populismo, expressionismo...
                        O ismo é um sufixo que encerra em si mesmo um projeto de doutrinação, um conjunto de ações voltadas à implementação de uma tendência, de uma escola, de um movimento ou princípio artístico, filosófico, político ou religioso. Tem sempre atrás de si mil interesses. Nunca surge de graça, como também ninguém inventa um deles por acaso. Ao longo da história da humanidade os ismos se sucederam como panacéia para inúmeros males, ditando moda, hábitos, costumes, além de pautarem a rotina das atividades artísticas, políticas, econômicas, culturais e sociais. Alguns ismos se caracterizam pelo seu conteúdo exterior. É o caso do militarismo, do expansionismo, do ativismo voltado a fazer uma comunidade tentar um crescimento para fora de suas fronteiras. Outros são mais intrínsecos aos sentimentos e posicionamentos interiores, como idealismo, comodismo, egoísmo, altruísmo, individualismo – e por aí vai.
                        Há os de conotação política, como comunismo, nacionalismo, esquerdismo, direitismo, como também os mais sintonizados com a administração pública: monetarismo, liberalismo, capitalismo, socialismo, trabalhismo, todos, logicamente, direcionando a visão, as políticas, ações e projetos nos governos onde se enraizaram. A prática de um ismo qualquer diz bem a pessoa ou o conjunto de pessoas adeptas de sua essência. O ateísmo, por exemplo, enquadra em torno de si os que são contrários à existência de Deus. O altruísmo, por seu lado, já inclui o sentimento de quem põe o interesse dos outros à frente dos seus. E o egoísmo... Ah, esse é bronca! Bronca pura! Significa a eleição do próprio ego, do próprio eu, como início, meio e fim de todas as coisas. Ou seja, uma vida calcada na celebração de tudo que diz respeito a si. Só e somente só. Em suma, a doutrina da valorização excessiva do eu.
                        Se o sufixo ismo caracteriza a junção de atividades em torno de uma tendência, de um movimento, o egoísmo, por sua vez, encarna todo um posicionamento interior no sentido de erguer um trono à própria personalidade, um culto fanatizado à defesa dos próprios interesses. Entretanto, se o egoísmo ficasse por aí tudo bem. O problema com seus detentores é que, na medida em que supervalorizam os próprios interesses, agem no sentido contrário na escala de importância em que catalogam as pessoas. Para o egoísta o próximo vale muito pouco – quando não coisa nenhuma. E, muitas vezes, percebendo ou não, o egoísta vai deixando pelo caminho um rastro de destruição e ódio, oriundo de ações carregadas de um profundo menosprezo pelo outro. E agora? Agora? É constatar-se, vida a fora, o altruísmo de uns poucos em contraponto ao egoísmo de muitos. De muitos. Ah, o egoísmo... Que bronca!