TA PIOR, ENTÃO TÁ MELHOR - Quando envelhecemos, constatamos que adquirimos muita experiência na longa jornada, e que essa experiência nos
concede, senão sabedoria, ao menos uma conduta de ponderação que nos leva
sempre a refletir sobre cada uma das questões que nos são submetidas. A isso o senso comum chama de maturidade.
Pois é com ma...turidade que me ponho a refletir sobre a onda de protestos e de paralizações que assola o país. Motivos não faltam. Desgovernos e atos de improbidades são as noticias mais frequentes nesses nossos Brasis.
No entanto, como toda terapia, os efeitos colaterais são também devastadores. Despertamos muito tarde do nosso "berço esplendido" e acordamos alvoroçados, como os que despertam de sono secular. A consciência cidadã estava há mais de quinhentos anos paralizada e quando a pusemos para funcionar, com os desajustes de quem nunca foi ativada, passou a trabalhar com excesso de velocidade.
As frequentes manifestações de protesto e de greves são um sintoma desse desajuste. O objetivo - parece - é a paraliza
ção do próprio país, num ritmo e numa intensidade que sugere o "quanto pior melhor". Melhor para quem? Para o país? Para a sociedade? Para a nosso "manifesto destino de potência hegemônica"?
Creio que não. Melhor para certos interesses partidários e certos ranços ideológicos. Lembro que na recente campanha para a presidência da repúbica, alguns manifestos chegaram a sugerir a volta ao regime de 64, e a um estado autoritário, para coibir os abusos. E alguns absurdos chegaram a ser considerados, como a prisão de subversivos e a matança de seres humanos.
Quando não é isso, a sociedade organizada é manipulada por agremiações partidárias oposicionistas para servir à sua estratégia de sucessão de poder. Não é a toa que um dos mais influentes teóricos do sistema oposicionista define c
omo estratégia mais eficiente para o fortalecimento oposicionista, a cooptação da classe média, exatamente o segmento que está mais associado aos protestos.
Estou de acordo com as manifestações e com o sagrado direito de a sociedade buscar as suas mais legitimas reivindicações através das greves e das manifestações públicas.
Creio na possibilidade da uma terceira via, em que o poder Politico seria descentralizado cada vez mais dos eixos formais em favor da sociedade civil organizada. Mas devemos submeter as nossas posições às seguintes questões: a quem aproveita a manifestação, quem se aproveita dela e quais os desdobramentos dessa ação para a governabilidade necessária ao regular funcionamento das instituições públicas que servem à própria sociedade.
Finalmente, é forçoso admitir que somos todos responsáveis pelo estado de coisas contra o qual nos insubordinamos. Ou não fomos nós os eleitores que concedemos o mandato a esses que hoje repudiamos? Ou não fomos nós que legitimamos a representação do s nossos legisladores, responsáveis pelo corpo de leis que temos com injustas? Então, vamos começar mudando os critérios da nossa escolha - menos siglas, pastoris e puxa-votos carismáticos. Vamos votar em programas, em compromissos ideológicos, despersonalizando e desmistificando os pontos de vista, substituindo-os por questões de princípios.
Vamos começar a revolução por nós mesmos. A verdadeira revolução, de fato, se faz através do voto.Ver mais
concede, senão sabedoria, ao menos uma conduta de ponderação que nos leva
sempre a refletir sobre cada uma das questões que nos são submetidas. A isso o senso comum chama de maturidade.
Pois é com ma...turidade que me ponho a refletir sobre a onda de protestos e de paralizações que assola o país. Motivos não faltam. Desgovernos e atos de improbidades são as noticias mais frequentes nesses nossos Brasis.
No entanto, como toda terapia, os efeitos colaterais são também devastadores. Despertamos muito tarde do nosso "berço esplendido" e acordamos alvoroçados, como os que despertam de sono secular. A consciência cidadã estava há mais de quinhentos anos paralizada e quando a pusemos para funcionar, com os desajustes de quem nunca foi ativada, passou a trabalhar com excesso de velocidade.
As frequentes manifestações de protesto e de greves são um sintoma desse desajuste. O objetivo - parece - é a paraliza
ção do próprio país, num ritmo e numa intensidade que sugere o "quanto pior melhor". Melhor para quem? Para o país? Para a sociedade? Para a nosso "manifesto destino de potência hegemônica"?
Creio que não. Melhor para certos interesses partidários e certos ranços ideológicos. Lembro que na recente campanha para a presidência da repúbica, alguns manifestos chegaram a sugerir a volta ao regime de 64, e a um estado autoritário, para coibir os abusos. E alguns absurdos chegaram a ser considerados, como a prisão de subversivos e a matança de seres humanos.
Quando não é isso, a sociedade organizada é manipulada por agremiações partidárias oposicionistas para servir à sua estratégia de sucessão de poder. Não é a toa que um dos mais influentes teóricos do sistema oposicionista define c
omo estratégia mais eficiente para o fortalecimento oposicionista, a cooptação da classe média, exatamente o segmento que está mais associado aos protestos.
Estou de acordo com as manifestações e com o sagrado direito de a sociedade buscar as suas mais legitimas reivindicações através das greves e das manifestações públicas.
Creio na possibilidade da uma terceira via, em que o poder Politico seria descentralizado cada vez mais dos eixos formais em favor da sociedade civil organizada. Mas devemos submeter as nossas posições às seguintes questões: a quem aproveita a manifestação, quem se aproveita dela e quais os desdobramentos dessa ação para a governabilidade necessária ao regular funcionamento das instituições públicas que servem à própria sociedade.
Finalmente, é forçoso admitir que somos todos responsáveis pelo estado de coisas contra o qual nos insubordinamos. Ou não fomos nós os eleitores que concedemos o mandato a esses que hoje repudiamos? Ou não fomos nós que legitimamos a representação do s nossos legisladores, responsáveis pelo corpo de leis que temos com injustas? Então, vamos começar mudando os critérios da nossa escolha - menos siglas, pastoris e puxa-votos carismáticos. Vamos votar em programas, em compromissos ideológicos, despersonalizando e desmistificando os pontos de vista, substituindo-os por questões de princípios.
Vamos começar a revolução por nós mesmos. A verdadeira revolução, de fato, se faz através do voto.Ver mais
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