ENÉLIO
LIMA PETROVICH: TRÊS ANOS DE SAUDADES
Por
Eduardo Gosson(*)
Hoje, no calendário Católico, dia 6 de Janeiro, faz
três anos que o amigo embarcou na Nau da Eternidade, trocando esta vida (falsa
e provisória) pela outra (verdadeira e definitiva) deixando o Rio Grande do
Norte mais pobre.
Enélio tinha inimigos declarados e sobretudo ocultos
(mais perigosos) porque nos pega de tocai sem que possamos nos defender. Era
acusado de ser um caudilho, porque passara 48 anos no cargo de presidente da
instituição mais antiga do Estado, berço
de grandes intelectuais. Ora, o caudilhismo é um problema do Brasil e da
América Latina, fruto do pouco exercício da
Democracia. Além do mais, para
dar vida a essas instituições é preciso de Comandantes fortes para manter a
chama acesa. Fidel Castro, Luís Carlos Preste, Diógenes da Cunha Lima e Enélio
Petrovich, só para citar alguns dirigentes políticos e culturais, se encaixa
naquela frase célebre do filósofo Ortega y Gasset: “eu sou eu e as minhas circunstâncias”. Na verdade, numa
sociedade onde tudo vira mercadoria, e
cada um tem seu preço, NINGUÉM trabalha sem remuneração. Todos querem fama e
dinheiro.
Enélio amava os livros porque sabia que semear Educação e Cultura é o caminho para
uma vida melhor. A advocacia previdenciária que exerceu por cinquenta anos era
o seu ganha-pão (continuada por seu filho Enélio); mas a menina dos seus olhos
era o Instituto Histórico e Geográfico do RN – IHGRN. Ia todos os dias. Era
auxiliado por Lúcia e Antonieta, funcionárias exemplares e na parte intelectual
pelo Amigo e Historiador Olavo de Medeiros Filho que chegava às 6h da manhã
para consultar livros e documentos, produzindo uma obra significativa de mais
de vinte livros. Às 9h encerrava as suas pesquisas e se tornava Relações Públicas,
ajudando e orientando os que iam pesquisar.
Se a sua gestão não avançou na área da Informática,
não importa. Essa questão está sendo resolvida pelos atuais dirigentes, que
formam uma Diretoria de Notáveis. Em convênio com a UFRN todo o acervo será
digitalizado e jogado em rede na INTERNET.
Para encerrar cito o Mestre Cascudo: “a morte existe; os mortos, não”. Por sua vez afirmou o Sub-Comandante Marco “Morrer não dói, o que dói é o esquecimento”.
Mestre, você viverá
para sempre em nossos corações!
(*)
Poeta e Historiador presidiu a UBE-RN
(2008-2013) e atualmente é Tesoureiro do IHGRN (2014-2016).
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