domingo, 18 de novembro de 2012

A VOZ LITERÁRIA DE CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF

OS BONDES
PARTE III
  Sempre fui um admirador incondicional dos bondes. Meu pai ensinou-me essa grande lição. Ele mesmo, estudante de Medicina no Rio de janeiro, usou o transporte repetidamente e sempre que ia ao Rio, já médico, tinha nos bondes sua predileção. Isso é o que chamo herança bendita. Depois, vivendo na Capital da República, final dos anos quarenta e princípio dos anos cinquenta, toda nossa família fazia dos bondes o transporte prioritário. Saíamos do Méier, onde residia minha tia Gisélia, na Rua Dona Claudina, até aoTabuleiro da Baiana, no largo da Carioca. Além da Sears Roebuck, em Botafogo, as boas lojas da cidade estavam na Avenida Rio Branco,nas Ruas Uruguaiana e do Ouvidor. Era na Príncipe: “Príncipe veste hoje o homem de amanhã”, que minha mãe comprava minhas roupas.
Antes de regressar ao Méier, no bonde que se dirigia à Piedade, Tomávamos sorvete na Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias. . Descíamos na frente do Colégio
Metropolitano, na Rua Dias da Cruz. Raramente usávamos os trens da Central do Brasil e as loucas lotações, cuja velocidade e a destreza dos condutores assustaram o campeão de fórmula Um, o argentino Juan Manoel Fangio que, numa entrevista disse que ele era um campeão, mas os melhores motoristas do mundo eram os das lotações do Rio de Janeiro.

Impossível não registrar fatos hilariantes. O marido da minha tia, Ezequiel de Sousa, era professor e dava aulas em colégios de outros bairros, nos períodos vespertino e noturno. As aulas terminavam tarde e ele vinha para casa de bonde. Cansado e aproveitando o balanço e a brisa que chegava pelas laterais abertas, adormecia no trajeto para ser acordado, no fim da linha,pelo cobrador. Envergonhado fazia novo pagamento avisando onde ficaria no retorno. Certa feita, meu pai e eu fomos num domingo ao estádio de São Januário assistir um jogo do Vasco contra o Palmeiras. Ao término, já no bonde, desabou um temporal de matar sapo e trechos alagados impediam a normalidade da viagem.Pparalisados na cabine, recebendo a chuva forte que nos ensopava, meu pai decidiu enfrentar o problema andando, calças arregaçadas e sapatos nas mãos até encontrar um taxi. Engano brutal. Com a tempestade o que existia de taxi sumiu, mas por sorte, acabamos encontrando um perdido e conseguimos chegar em casa, bem tarde e esfomeados.

sábado, 17 de novembro de 2012

UFRN/COMPERVE: PREPARATIVOS PARA ULTIMO VESTIBULAR


O último Vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) será realizado entre os dias 25, 26 e 27 de novembro, em Natal e nos municípios de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz e Mossoró. Neste ano, os 28.614 candidatos irão concorrer a 3.015 vagas, distribuídas nos 84 cursos de graduação presencial da universidade.

Os candidatos terão acesso aos locais de provas a partir das 7h20, onde os portões ficarão abertos até às 8h. Após esse horário não será permitida a entrada de nenhum candidato. As provas terão a duração de 4h30, exceto para os candidatos com necessidades especiais, que terão 5h30 para a realização de suas provas.

O Núcleo Permanente de Concursos (COMPERVE) recomenda aos quase 10 mil candidatos que irão realizar as suas provas no Campus Central da UFRN, que se dirijam aos locais de provas com antecedência, para evitar os tradicionais engarrafamentos nas entradas do Campus Universitário.

Para ter acesso ao local de prova, os candidatos devem apresentar o original do mesmo documento de identificação utilizado na inscrição, dessa forma, não será aceita cópia de documento de identificação. A COMPERVE informa, ainda, que a Carteira de Estudante não é documento válido para identificação do candidato.

Será expressamente proibido aos candidatos portarem celular (ligado ou não), relógio eletrônico, calculadora, câmera fotográfica ou qualquer outro tipo de aparelho eletrônico; arma; dicionário, livro, apostila, “dicas” ou qualquer outro material didático; lápis grafite, corretivo, borracha; boné, gorro, chapéu, óculos escuros.

Para a realização do Vestibular 2013 da UFRN, a COMPERVE contará com o apoio de 2.200 fiscais, 123 coordenadores e auxiliares, 210 pessoas que auxiliarão no apoio, além de 112 seguranças. Todo esse contingente será distribuído entre os 51 locais de aplicação das provas.

fonte: agecom/sigaa

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

OS MOMENTOS INESQUECÍVEIS DA ESCRITORA FLAUZINEIDE MOURA NO LANÇAMENTO DO SEU LIVRO...

Foram momentos inesquecíveis... Sou muito grata a todos que me apoiaram

Joriana da AFLAM, ela é co-autora do livro " O Alfabeto a brincadeira das letrinhas"
Amigas da AFLAM - Mossoró
Amigas
Maria José e Tânia- Angicos
A equipe da "Escola´Centenária" e o Pe. Severino
Meus amados amiguinhos,
Modesto e Ana Guilhermina
Lindos!
WWW.DIVULGADORALITEROCULTURAL.BLOGSPOT.COM

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A SARAU DAS LETRAS EDITORA LTDA. APRESENTA O LIVRO DE RIZOLETE FERNANDES - ESCRITORA DO RN


A Sarau das Letras Editora Ltda. tem a grata satisfação de
apresentar-lhe o livro Cotidianas, de autoria de Rizolete Fernandes.


Rizolete Fernandes já é um nome respeitado pelo seu trabalho na área poética, com dois livros publicados: Luas Nuas (Una, 2006) e Canções Abril (Una, 2010), como, também, por um trabalho publicado retratando um período da histórica luta feminina potiguar: A história oficial omite, eu conto - Mulheres em luta no RN (Edufrn, 2004). Rizolete Fernandes, socióloga, norte-rio-grandense de Caraúbas, reside em Natal. Na luta por um mundo melhor, integrou-se aos movimentos sociais; nos dias atuais, combate com a palavra escrita. Cotidianas marca a estreia da autora no gênero crônica. Em cada página, a prosa poética de uma escritora madura, sensível e em pleno domínio do mister literário. A obra traz ilustrações da escritora e artista plástica Miriam Carrilho.

Sobre a obra:
    Se atentarmos bem, o livro traduz muito mais que o olhar cotidiano de Rizolete, pois consegue sintetizar um tanto de sua trajetória de vida.
Se não, vejamos: como típica “menina do interior”, que largou a vida
provinciana para estudar na capital, Rizolete entremeia seus textos
com afetuosas lembranças.

David de Medeiros Leite
Membro da Academia Mossoroense de Letras (AMOL)


    Nas conversas de calçada, Rizolete constata que há: “Uma permuta inusitada”. Bem como, no pregão do bairro, nos gritos dos vendedores: de feijão verde, picolé, espanador, rodo, pano de prato, vassoura, jarro, camarão, caranguejo... O cotidiano da lida. Paisagem humana da urbe, que Rizolete espirra. Desculpe-me, espia. Espia e transubstancia, num corpo poético a exalar o sublime perfume das ruas e de sua gente.

Clauder Arcanjo

Contato com a autora: (84) 3217.1452 ou (84) 9962-6813

A EXPRESSÃO LITERÁRIA DE CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF





OS BONDES
PARTEII

A linha Ribeira Alecrim obedecia, na ida e na volta, o mesmo trajeto.
Vindo da lagoa Seca pela Avenida Coronel Estevão, o bonde contornava o relógio da Praça Gentil Ferreira inflectindo pela Avenida Amaro Barreto até alcançar a Avenida Rio Branco, onde despontava o novo centro comercial, face ao processo falimentar da Ribeira que se desestruturara como organização populacional e de grandes negócios. Entre outras, ali estavam As Duas Américas, dos irmãos Nagib e Fuad Salha, A Formosa Síria, do Sr. José Abyzayan,a Casa TIC TAC, A Casa Rubi, dos Srs. Alfredo e Eider Mesquita, a Casa Rio, do Sr. Alcides Araújo, o Armazém Petrópolis, do Sr. Militão Chaves e a Casa Machado.
Na Rua Ulisses Caldas tomava à esquerda, onde estavam a Casa de tecidos do Sr. Epifânio Fernandes, a Farmácia Natal, do Sr. Cloro e a Prefeitura. Depois, à direita na Avenida Junqueira Aires, passando ao lado do velho Atheneu para mergulhar no coração da Ribeira, antiga e inesquecível, da encantadora Praça Augusto Severo,do Teatro Carlos Gomes (hoje Alberto Maranhão),do Grupo Escolar Augusto Severo (depois Faculdade de Direito), do Colégio Pedro Segundo (do professor Severino),do Grande Hotel,da Igreja do Bom Jesus,do Banco do Brasil, e da Alfândega de Natal ( hoje Receita Federal).
Aí seguia em direção da Rua Frei Miguelinho, onde estava a loja Quatro e Quatrocentos, devorada pelo fogo, num incêndio chocante que me parece ter sido o grito de alerta da decadência e o adeus da alma canguleira. Pela Avenida Tavares de Lira voltava á Duque de Caxias retomando seu original caminho de retorno. O bonde número cinco e seu condutor “Manga Rosa” agitam minha alma de saudades. Posso ver a estudantada do Atheneu passando sabão nos trilhos para impedir a passagem e o velho “Manga”, rápido, atento, desafiador com sua lata de areia que lançava para neutralizar o obstáculo. E o bonde seguia e nele minhas lembranças também.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A EXPRESSÃO LITERÁRIA DO ESCRITOR CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF

OS BONDES
PARTE I

Ainda bem pequeno eu acompanhava meu pai que, todos os domingos, levava flores ao túmulo de minha avó, no Cemitério do Alecrim. Morávamos na Avenida Deodoro, numa casa alugada a Palatnik. Ele mantinha uma vila de imóveis, concentrada numa grande área entre as Ruas General Osório, Ulisses Caldas e parte da Felipe Camarão. Eram todas assemelhadas, pintadas numa tonalidade ocre. Tempo em que a Avenida Deodoro era areia, grama, um longo canteiro, no centro, a dividi-la e com seus fícus-benjamins, espalhando sombras que amenizavam os dias estivais.
Saíamos andando para pegar o Bonde na Avenida rio Branco. Mas, ao retornar meu pai promovia um passeio agradável até Lagoa Seca, na Avenida Quinze, o final da linha. Era daí que partia na direção da Ribeira, cruzando a cidade, numa viagem demorada, divertida, animada na conversa sem segredos, o repetido toque da sineta acionada pelo motorneiro, a molecagem dos espertalhões que morcegavam estribos, para fugir do cobrador. Hoje não faço a menor ideia do tempo que gastávamos, da Praça Gentil Ferreira, no Alecrim, á Esplanada Silva Jardim, limite da Ribeira com as Rocas, onde víamos a secular tatajubeira, à sombra da qual, na infância, meu pai brincava com os filhos de D. Maria Farache, Joaquim Noronha, Adriano Rocha e outros de sangue canguleiro.

domingo, 11 de novembro de 2012

MEC, POR MEIO DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ESTA ELABORANDO OS CHAMADOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM...

23092515022012PROFESSOR
MEC ELABORA NOVIDADES SOBRE DIREITOS DE APRENDIZAGENS

O Ministério da Educação (MEC), por meio de sua Secretaria de Educação Básica, está elaborando os chamados direitos de aprendizagem, antes denominados “expectativas de aprendizagem”, documento que trará orientações complementares às novas diretrizes curriculares da Educação Básica, propostas e aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). As diretrizes previam o estabelecimento das expectativas em todos os níveis dessa etapa de ensino, o que não ocorreu até agora (clique aqui para saber mais (http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/noticias/24678/entenda-a-diferenca-entre-os-diferentes-tipos-de-documentos-curriculares/)).


De acordo com Cesar Callegari, secretário de Educação Básica do MEC, assim que estiverem finalizados, os direitos de aprendizagem serão homologados pelo ministro e submetidos ao Conselho Nacional de Educação, que editara resolução normativa. Acompanhe a seguir a entrevista sobre o tema concedida por Callegari ao Todos Pela Educação.

Em que fase está a elaboração dos direitos de aprendizagem?

Estamos finalizando os direitos de aprendizagem relacionados ao ciclo de alfabetização. Ou seja, os três primeiros anos do Ensino Fundamental. O documento está sendo redigido.
Estamos começando por essa etapa porque é a área onde há maior convergência de opiniões. O MEC, as universidades e os gestores vêm trabalhando numa mesma linha em relação à formação de professores nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Quando se fala em currículo, há sempre muita polêmica. Mas o MEC não quer entrar numa batalha. Queremos avançar. E é adequado e respeitoso começar por onde há menos polêmica.
Devemos lembrar também que existe uma fase muito importante e fundamental de todo esse processo que já está encerrada: o estabelecimento das diretrizes curriculares nacionais. Elas estão sendo absorvidas e implementadas. É um processo de decantação. Elas atualizaram as antigas diretrizes curriculares nacionais, o que era essencial. As diretrizes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio já chamavam por uma complementação, denominadas expectativas de aprendizagem. Mudamos para direitos de aprendizagem porque é mais apropriado no que tange ao direito à Educação.

Há previsão de divulgação do documento?

Até o fim deste ano, os direitos de aprendizagem do ciclo de alfabetização devem ser encaminhados para o CNE.

E os direitos de aprendizagem dos outros níveis da Educação Básica?

As diretrizes curriculares elaboradas já são base suficiente para todas as fases. Não é preciso esperar. Vamos completar [os direitos de aprendizagem] com os dois anos que faltam no ciclo I do Fundamental – na verdade, é possível que o CNE, ao receber os direitos do ciclo de alfabetização, já queira resolver de uma vez a questão para os cinco anos que representam os anos iniciais. Depois virá o ciclo II. Além disso, até o fim do primeiro semestre de 2013, enviaremos ao CNE o documento com os direitos de aprendizagem do Ensino Médio. Já começamos a trabalhar nisso.

Desde a divulgação do Ideb 2011, intensificou-se o debate sobre as mudanças na base curricular do Ensino Médio, por conta dos resultados ruins. O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) também está estudando a questão. De que forma isso se relaciona com os direitos de aprendizagem do Ensino Médio em elaboração no MEC 

Estamos em permanente debate com as secretarias estaduais de Educação, na expectativa de ter o Consed como norteador dessas mudanças. Mas a atribuição formal da preparação das diretrizes curriculares e dos direitos de aprendizagem, que derivam delas, é da União – do CNE, para ser mais preciso. E essa responsabilidade não pode ser perdida de vista.

Podemos dizer que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai embasar os direitos de aprendizagem dessa etapa de ensino?

Sim, por meio dele já temos uma base do que está sendo realizado em todo o País, na forma de conteúdos e livros didáticos, por exemplo. Vamos aproveitar essa experiência. Não estamos começando nada do zero. Vamos detalhar o que já existe.

Podemos dizer que os direitos de aprendizagem configuram um currículo nacional?

Não. Somos contrários a isso. Não estamos construindo um currículo mínimo. Por isso que a ideia é estabelecer os direitos por ciclos, não por séries ou anos. Queremos fugir da ideia da lista de conteúdos que devem ser dados para cada ano. Quem faz isso é a escola, ao mesmo tempo em que desenvolve estratégias de ensino e interage com o entorno. O MEC não trabalha com a eliminação ou a dissolução de disciplinas, muito menos com a ideia de estabelecer esse currículo mínimo. Isso é um reducionismo que só leva a empobrecer a Educação no Brasil. No entanto, não há direito se ele não for enunciado. O direito é objetivo, não subjetivo. Ele diz claramente o que cada brasileiro tem direito de saber e desenvolver em cada etapa de ensino. Se não for enunciado, não existe e não pode ser cobrado.

O que vai acontecer com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)?

Os parâmetros foram recomendações e até hoje servem. Alguns têm sido atualizados pelas diretrizes e pelas secretarias e redes de ensino. Mas sabemos que muitos foram superados e estão obsoletos.

Os direitos de aprendizagem serão mandatórios? Precisam se homologados pelo MEC?

Sim. Tecnicamente, é um parecer com projeto de resolução que precisa ser homologado pelo ministro. Após essa fase, o CNE edita a resolução, que será uma norma nacional. Tem caráter mandatório e deve ser cumprida. Representa mais força para o estabelecimento da qualidade porque é norma, não referência.

FONTE:Todos Pela Educação – Mariana Mandelli
veja também em: www.janeayresouto.com.br