Impossível não
registrar fatos hilariantes. O marido da minha tia, Ezequiel de Sousa,
era professor e dava aulas em colégios de outros bairros, nos períodos
vespertino e noturno. As aulas terminavam tarde e ele vinha para casa
de bonde. Cansado e aproveitando o balanço e a brisa que chegava pelas
laterais abertas, adormecia no trajeto para ser acordado, no fim da
linha,pelo cobrador. Envergonhado fazia novo pagamento avisando onde
ficaria no retorno. Certa feita, meu pai e eu fomos num domingo ao
estádio de São Januário assistir um jogo do Vasco contra o Palmeiras. Ao
término, já no bonde, desabou um temporal de matar sapo e trechos
alagados impediam a normalidade da viagem.Pparalisados na cabine,
recebendo a chuva forte que nos ensopava, meu pai decidiu enfrentar o
problema andando, calças arregaçadas e sapatos nas mãos até encontrar um
taxi. Engano brutal. Com a tempestade o que existia de taxi sumiu, mas
por sorte, acabamos encontrando um perdido e conseguimos chegar em casa,
bem tarde e esfomeados.
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