segunda-feira, 30 de junho de 2014

PONDERAÇÕES SENSATAS

ARTIGO
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes, 
Escritor


Os jornais do final de semana nos trouxeram opiniões e ponderações sensatas que merecem nossa especial atenção.
Começamos com nosso Emérito Professor Dalton Mello em seu artigo no JH, intitulado “Viva a Copa”, onde com elegância, mesmo reiterando a desnecessidade de se ter gasto tanto dinheiro, ressalta o espetáculo da torcida, mas deplora a exploração comercial e conclui com uma reflexão: “Não me atrevo a dizer que a Copa, aqui, seria dispensável. Deixou recordações positivas. Mas, entre recordações e os benefícios efetivos, vai uma longa distância.”
Na Tribuna, destaco o excelente comentário do Procurador- Geral do Ministério Público de Contas do RN, o Doutor Luciano Ramos, que indaga e, ao mesmo tempo adverte: “Haverá vida depois da Copa?”. Entre as suas colocações, questiona não saber como a história do Rio Grande do Norte contará os dias transcorridos do período da Copa e o que restará depois dos acordes da banda que passou em nossos ouvidos: “Mas bastará um pouco de sensatez para ver que algumas coisas estão fora de lugar quanto uma mordida em uma partida de futebol profissional.”
De fato, o que virá depois da festa terminada, as contas, os custos, a fatura de um delírio de carnaval?
Entre os possíveis “legados” não localizamos hospitais adequados e regulares; efetiva solução para o caótico trânsito e a segurança de Natal e o articulista adverte sobre os perigos de uma escolha equivocada de modificação na destinação dos 50 milhões tomados emprestados para se construir um Hospital de Traumas...
O planejamento, realmente, não é o forte dos Governos locais.
A propósito, na coluna da TN, reservada ao competente Woden Madruga, este nos brinda com a transcrição de palestra proferida pelo jornalista Manoel Dantas, em 1909, no salão nobre do Palácio do Governo (Alberto Maranhão), onde traça uma séria advertência e indica cautelas para o Morro de Mãe Luiza. Diz do morro do perigo iminente, situado em frente à Cidade Nova, colocando-se sob a ação dos ventos rijos, espalhando as areias sobre as ruas como um vasto lençol tenebroso e mortífero.
Sua palestra despertou a preocupação do então intendente do Governo Municipal Coronel Joaquim Manoel, que cuidou logo de opor um anteparo ao vento, com cercas, plantações, guardas, postos de vigia, tudo que a ciência dos morros aconselha para a fixação das areias, com bons resultados.
Ponderava ele que num futuro ainda distante, que previu 1959, será um dos pontos mais atraentes, num misto de progresso e poesia. Acertou em parte, o progresso chegou, com construções monumentais e muito lazer, mas os governantes não cuidaram da harmonia da beleza com a segurança estrutural e, por isso, facilitaram a destruição da poesia.
Agora é tempo de reconstruir tudo em razão dos deslizamentos deste inverno, para não repetirmos, no momento inoportuno, a canção de Chico, lembrada por Luciano: “A minha gente sofrida despediu-se da dor, pra ver a banda passar cantando coisas de amor. Mas para meu desencanto, o que era doce acabou. Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou...”

domingo, 29 de junho de 2014

COMBATE ÀS TREVAS - 31


E  Por que não?
Por Eduardo Gosson

Para que serve o Estado de Direito Democrático? Sem medo de ser considerado ultrapassado, afirmo: para transformar tudo em piza.
Com o Mensalão nós esperávamos  que o Brasil fosse passado a limpo. Todos  nós sabemos que Sarney, Fernando Henrique, Color  mantiveram no exercício do poder a compra de votos e nunca deu em nada. Foi então que o Partido dos Trabalhadores ´- PT embarcou nesta prática e se deu mal... o Brasil está mudando (apesar de ser em passo de tartaruga) e conseguiu botar uma parte da cúpula  do partido na cadeia. Ledo  engano! Só de mentirinha. Aos poucos, através das brechas na lei, os advogados contratados  à  peso de ouro vem colecionando vitórias. José Dirceu,  por exemplo, conquistou o direito de trabalhar durante o dia num escritório de advocacia, ganhando R$ 2.500,00. Quanta hipocrisia, meu Deus! Todos nós sabemos que esse salário está aquém do seu padrão de vida. E ainda tem idiotas partidários que embarcaram em várias campanhas para arrecadar fundos para pagar uma multa que foi imposta pelo Supremo Tribunal Federal – STF. Dirigentes com bastante dinheiro arrecadado no caixa dois da política fazendo-se de  pobre.
À propósito, para que serve  essa  Democracia? Perguntar não ofende. Vimos, por exemplo, durante a copa a SEGURANÇA PÚBLICA funcionar 100%. Com a presença das Forças Armadas nas ruas parecíamos  que estávamos vivendo numa pequena cidade do interior há 20 anos: janelas abertas, cadeiras nas calçadas, o tráfico de drogas acuado. Por que não deixarmos de lado o véu da hipocrisia e prolongarmos a  estadia dos militares nas ruas e, principalmente, nos 16.000 kM de fronteiras que permanecem desprotegidas. O papel das FORÇAS ARMADAS não deve ser só defender a Pátria  do inimigo externo; isto  porque o  mesmo já está aqui dentro, acabando vidas, principalmente a da juventude!
Por esse e outros motivos, somos favoráveis a  uma PEC que venha redefinir os papéis das Forças de Segurança em nosso Brasil. Precisamos devolver o Brasil aos brasileiros!

(*) Sociólogo. Ex-Presidente da UBE-RN por três mandatos.

ADÁGIO PARA A RIBEIRA - CIRO JOSÉ TAVARES




Ciro José Tavares

Alba atlântica no estuário renascida,
vieste nos fios de prata de nuvens marchetadas de vermelho
e serás, no fim da tarde, alba menstruada
espraiada pelo corpo sagrado do Rio Potengi.
Essa cor que assisto escorrer na indumentária
é o resto do sangue  aspirado da Ribeira,
de ruas assombradas na arquitetura arruinada,
de fantasmas emigrantes com receio da última visão.
Alba atlântica vieste tardinha para morrer crepuscular
sepultada no silêncio das margens e dos mangues,
sob o noturno adeus do sino da Igreja do Bom Jesus,
que nas dores a Ribeira enternece e abençoa
por seus anjos na hora das Ave Marias.  

sexta-feira, 27 de junho de 2014

PROFESSORES DO RN CONHECEM O PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO


Professores das dezesseis regionais de educação estão reunidos no Hotel Imirá Plaza, Natal, durante todo o dia de hoje (26) para discutirem as metas e desafios para o Ensino Médio. Trata-se do I Seminário Estadual de Mobilização, ação que faz parte do Plano Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. O evento, que é uma realização da SEEC e da UFRN em parceria com o IFRN, UERN, Instituto Kennedy e Ufersa, conta com a participação de 600 professores.
Por meio do seminário, a Secretaria de Educação pretende divulgar e debater as ações do plano junto ao professores da rede estadual de ensino, instituições educacionais públicas do Estado, como as universidades públicas, institutos de educação, gestores em educação e os formadores que atuarão para o fortalecimento do plano.

A mesa de abertura do seminário contou com a presença de representantes de todas as entidades envolvidas, como a secretária de Estado de Educação, Profª  Betania Ramalho e a vice reitora da UFRN, Drª Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes. “Em atividades como esta, valorizamos a formação continuada dos professores e coordenadores pedagógicos que atuam no Ensino Médio público, sendo nas áreas urbanas ou rurais, seguindo o que determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação”, disse Betania Ramalho.

O evento conta com duas grandes mesas de discussão, uma pela manhã, com o tema “Ensino Médio no RN: como a formação desenvolvida no âmbito do PNFEM atenderá as demandas da escola?”, com mediação do profº Isauro Beltrán, assessor pefagógico da SEEC e profº Alexandre Aguiar, docente da UFRN. Durante a tarde, as professoras Ana Batista e Rozicleide Bezerrra, ambas da Subcoordenadoria de Ensino Médio, realizarão debate sobre “Formação Continuada no Ensino Médio: uma proposta de redesenho curricular à luz dos documentos oficiais”.

Aliete Bormann, coordenadora da SUEM, explica que o seminário é um dos vários momentos que serão realizados por todo o Estado em prol do PNFEM: “Além de formações, a Secretaria irá realizar o acompanhamento das ações realizadas pelos professores por todo o Estado para avaliar como o plano repercutiu nas escolas”.
 
fonte:
Porta da educação
Danilo Bezerra

domingo, 22 de junho de 2014

A EXPRESSÃO LITERÁRIA DO PÚBLIO JOSÉ - NATAL/RN

VOCÊ AINDA SABE CHORAR?


                                                             Públio José – jornalista



                       Quase diariamente eu vejo pessoas chorarem. Manifestando, através das lágrimas, os sentimentos dilacerados que carregam dentro de si. Na maioria das vezes são pessoas hipersensíveis, de um lastro de princípios extremamente rigoroso, convictas de suas posições e detentoras de muitos sonhos. Também são cheias de boa vontade, de um desejo imenso de contribuir, de influenciar, de fazer parte do dia a dia dos outros, do próximo, de sua cidade, de sua região, de seu país. Destas, muitas têm os nervos sempre à flor da pele, a sensibilidade exacerbada, o ponto de equilíbrio normalmente estourado, semelhante a um correntista de banco que tem feito, de forma exagerada, o uso do cheque especial. Estão sempre no vermelho, expostas demais às intempéries da vida, às agressões naturais que grassam do meio ambiente social. E choram, e sentem – e declaram sua dor abertamente através das lágrimas.
                    Outras não sabem chorar. Estão esterilizadas por dentro, trancadas em si. De uma forma ou de outra, foram induzidas a não se manifestar nunca, a não declarar, diante dos outros, o que se passa em seu íntimo. A vida atual, pela sua extrema competitividade, tem muito a ver com essa postura. Para essas pessoas o chorar é uma demonstração de fraqueza, de vacilo, de pequenez de atitudes diante do enorme desafio que a vida requer de todos nós. Chorar, então, passa a ser um gesto menor, de gente desqualificada, despreparada para os embates do cada vez mais exigente mundo globalizado de hoje. Indiferentes ao que se passa à sua volta, essas pessoas seguem em frente, muitas vezes sem levar em conta o rastro de dor que estão deixando atrás de si. Não sabem chorar. E isso lhes acarreta uma postura de vida carregada de insensibilidade, dureza de coração e a relativização de conceitos e valores.
                     Para que chorar, imaginam, se o choro nada resolve? Na sua insensibilidade não vislumbram que, junto com o choro – ou na ausência dele – desabrocha todo um estilo de vida, um direcionamento em relação ao meio em que vivem, à sociedade como um todo, e ao próximo em particular. E que, ao vir, o choro traz em sua manifestação uma tomada de consciência, um “cair em si” que muitas vezes altera radicalmente o curso de uma vida. Um terrorista, por exemplo, não sabe chorar. Um corrupto que rouba o leite de crianças, o remédio dos idosos, que desvia recursos públicos para seus projetos pessoais e que, com isso, alastra dentro de si, mais ainda, o fogo da insensibilidade, uma pessoa assim, com certeza, não sabe chorar. E, com seu “modus operandi” agride, maltrata, adultera, fere – e muitas vezes, por conseqüência, mata. Insensível, egoísta, árido, seco – sem nem sentir.
                     Grandes personagens da história choraram. Fraqueza ou demonstração de grandeza? Pedro negou Jesus. Depois chorou – amargamente. E o choro reacendeu nele “a palavra que o Mestre lhe ensinara”. A partir daí nunca mais foi o mesmo. Jesus também chorou em inúmeras ocasiões, principalmente por sentir, momentos antes da sua prisão, a que ponto chega a avareza de homens voltados tão somente para seus próprios interesses. Mas, para os que não choram, ou desaprenderam a chorar, há sempre a oportunidade do reaprendizado. Acompanhado sempre, lamentavelmente, de um grande sofrimento, de uma grande dor. É o preço, por exemplo, que corruptos arrependidos têm que pagar para se reencontrar com o lado benéfico do choro. Limpando-se por dentro e redescobrindo a prática do sentimento de respeito para com os outros. Alegre-se se você ainda sabe chorar. Por sinal, você ainda sabe? 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

KACIANNI FERREIRA IN FOCO!



kACIANNI FERREIRA

Olá, sou arte/educadora e integro a rede de professores da SME desde 2006.
Tenho 6 livros publicados e o mais novo,Origem dos Brinquedos quero lançar pelo Catarse, site de financiamento coletivo.
O livro Origem dos Brinquedos conta a origem e curiosidades de 63 brinquedos. É uma ferramenta valiosa e um verdadeiro deleite para pesquisadores e educadores, bem como para crianças de todas as idades. Apoie este projeto através do Catarse, site coletivo de patrocínio.  Entre no link abaixo e saiba mais.
Para receber o livro em outubro, o patrocínio mínimo é de R$ 45,00
Entrem no link abaixo. Escolham o valor, a quantidade de livros e a recompensa.
As recompensas estão logo abaixo do link.
Em seguida, preencham todos os seus dados e escolha a forma de pagamento).
Clique na tarja verde APOIAR ESTE PROJETO
Recompensas:
Observação: todos os apoiadores terão seus nomes citados nos agradecimentos no Face e no Blog da autora.
20,00
Imagens coloridas dos 63 brinquedos e das fachadas dos museus de brinquedos constantes no livro salvas no Word (enviados via email) + nome citado no face e no blog da autora.
45,00
Imagens dos brinquedos e das fachadas dos museus salvas no Word + 1 livro
80,00
Imagens coloridas dos brinquedos e das fachadas dos museus de brinquedos constantes no livro salvas no Word + 2 livros + nome citado nos agradecimentos no blog da autora
120,00
Imagens dos brinquedos e das fachadas dos museus + 10 imagens internas do Museu do Brinquedo Popular (Natal/RN) salvas no Word + 3 livros
200,00
Imagens dos brinquedos e das fachadas dos museus + 10 imagens internas do Museu do Brinquedo Popular (Natal/RN) + lista de filmes com a temática brinquedos salvas no Word + 5 livros
400,00
Imagens dos brinquedos e das fachadas dos museus + 10 imagens internas do Museu do Brinquedo Popular (Natal/RN) + listas de filmes e de 30 artistas plásticos que pintaram e pintam a temática brinquedos imagens de 5 brinquedos confeccionados com material reciclável + apostila da minha Oficina de Contação de Histórias (com 15 páginas), salvas no Word + 8 livros
800,00
Imagens dos brinquedos e das fachadas dos museus + listas com imagens internas do Museu do Brinquedo Popular (Natal/RN), de filmes, artistas plásticos e fábricas/lojas brasileiras de brinquedos + 10 livros + Oficina de Brinquedos com Material Reciclável em até 5 cidades do Rio Grande do Norte: Natal, Parnamirim, Macaíba, Nísia Floresta e São José de Mipibu, com 2 horas de duração, para até 10 pessoas, com todo o material incluso.
Cada apoiador terá direito a 1 oficina.
1.200,00
Imagens dos brinquedos e das fachadas dos museus + listas com imagens internas do Museu do Brinquedo Popular (Natal/RN), de filmes, artistas plásticos e fábricas/lojas brasileiras de brinquedos + 15 livros + Oficina de Brinquedos com Material Reciclável em até 5 cidades do Rio Grande do Norte: Natal, Parnamirim, Macaíba, Nísia Floresta e São José de Mipibu, com 2 horas de duração, para até 20 pessoas, com todo o material incluso.
Cada apoiador terá direito a 1 oficina.
2.000,00
Imagens dos brinquedos e das fachadas dos museus + listas com imagens internas do Museu do Brinquedo Popular (Natal/RN), de filmes, artistas plásticos e fábricas/lojas brasileiras de brinquedos + 30 livros + Oficina de Brinquedos com Material Reciclável + Oficina de Brinquedos Cantadosem até 5 cidades do Rio Grande do Norte: Natal, Parnamirim, Macaíba, Nísia Floresta e São José de Mipibu, com 2 horas de duração cada, para até 30 pessoas, com todo o material incluso.
Cada apoiador terá direito a 2 oficinas, com 2 horas de duração cada.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A VOZ POÉTICA DO CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF

ODE BRANDEMBURGO

Ciro José Tavares.

São os teus mágicos portais, senhora de Brandemburgo,
que me convidam  atravessá-los e a ficar  preso no coração.
A tibieza dos passos indica o temor de avançar ao teu encontro.
No interior do templo de Diana, comandas sentimentos.
Estás submersa nos mistérios e neles pressinto
os goles trágicos da dor e da saudade quando derramas
tuas madeixas de ouro sobre o frio  mármore dos altares.
Queres que seja eu cativo dos teus alvos braços alongados,
a ave apaixonada suspensa na fragilidade dos teus dedos.
Deixa-me refletir, senhora de Brandemburgo, se devo cruzá-los
antes que eu saiba se o tempo esgotou o resto de minh´alma
e que fiquem abertos até que como aurora eu amanheça em ti.
O que sabes de mim? Dos sonhos, do passado, das andanças?
Muito pouco ou quase nada. Venho das lendas de Camelot,
onde é sempre primavera, o sol brilha forte e não se põe.
Recebi asas de Mab para voar aos castelos do Moselle e do Loire.
Nas margens do Reno cavalguei Grani e desafiei os nibelungos.
Ouvi o tropel dos cavalos das Valquírias, sepultei Siegfried, beijei
as louras melenas de Brunilde e vi o crepúsculo dos deuses.
Chorei toda uma tarde pelas mortes de Isolda e de Tristão.
Atraído por paixão inesperada abandonei a bela Guenevere
e como Tanhäuser o Santo Pontífice jamais me perdoou.
Hoje, Senhora de Brandemburgo, diante de ti venho fatigado
revelar todos os  erros e derrotas na impaciência das noites.
Abre os mágicos portais, quero lavar-me na pureza do teu corpo,
Sem medos de ser definitivo na distância, na dor e na saudade.