domingo, 4 de janeiro de 2015

ARTIGO DO ESCRITOR EDUARDO GOSSON - NATAL/RN




ENÉLIO LIMA PETROVICH: TRÊS ANOS DE SAUDADES

Por Eduardo Gosson(*)

Hoje, no calendário Católico, dia 6 de Janeiro, faz três anos que o amigo embarcou na Nau da Eternidade, trocando esta vida (falsa e provisória) pela outra (verdadeira e definitiva) deixando o Rio Grande do Norte mais pobre.
Enélio tinha inimigos declarados e sobretudo ocultos (mais perigosos) porque nos pega de tocai sem que possamos nos defender. Era acusado de ser um caudilho, porque passara 48 anos no cargo de presidente da instituição mais antiga do Estado,  berço de grandes intelectuais. Ora, o caudilhismo é um problema do Brasil e da América Latina, fruto do pouco exercício da  Democracia.  Além do mais, para dar vida a essas instituições é preciso de Comandantes fortes para manter a chama acesa. Fidel Castro, Luís Carlos Preste, Diógenes da Cunha Lima e Enélio Petrovich, só para citar alguns dirigentes políticos e culturais, se encaixa naquela frase célebre do filósofo Ortega y Gasset: “eu sou eu e as minhas circunstâncias”. Na verdade, numa sociedade  onde tudo vira mercadoria, e cada um tem seu preço, NINGUÉM trabalha sem remuneração. Todos querem fama e dinheiro.
Enélio amava os livros  porque sabia que  semear Educação e Cultura é o caminho para uma vida melhor. A advocacia previdenciária que exerceu por cinquenta anos era o seu ganha-pão (continuada por seu filho Enélio); mas a menina dos seus olhos era o Instituto Histórico e Geográfico do RN – IHGRN. Ia todos os dias. Era auxiliado por Lúcia e Antonieta, funcionárias exemplares e na parte intelectual pelo Amigo e Historiador Olavo de Medeiros Filho que chegava às 6h da manhã para consultar livros e documentos, produzindo uma obra significativa de mais de vinte livros. Às 9h encerrava as suas pesquisas e se tornava Relações Públicas, ajudando e orientando os que iam pesquisar.
Se a sua gestão não avançou na área da Informática, não importa. Essa questão está sendo resolvida pelos atuais dirigentes, que formam uma Diretoria de Notáveis. Em convênio com a UFRN todo o acervo será digitalizado e jogado em rede na INTERNET.
Para encerrar cito o Mestre Cascudo: “a morte existe; os mortos, não”.  Por sua vez afirmou o Sub-Comandante Marco “Morrer não dói, o que dói é o esquecimento”.
Mestre, você viverá  para sempre em nossos corações!

(*) Poeta e Historiador  presidiu a UBE-RN (2008-2013) e atualmente é Tesoureiro do IHGRN (2014-2016).

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

IMPRUDÊNCIA OU DISPLICÊNCIA




Sofia Assunção*

        Há situações na vida que somos levados a fazer reflexão, aqui vou tratar de um tema, que tem perturbado minha mente, vou falar de imprudência ou será mesmo displicência?  Esse tema intrigante que merece nossa atenção à abordagem das regras de trânsito, e assim dizer, falar de vidas? Isso faz por bem merecer.
        No transito não se deve brincar, e sim prestar bem atenção. Pois bem meus amigos e amigas, até as crianças da educação infantil, já aprenderam o que é correto e o que não e correto no trânsito, e por que o adulto que dirige irresponsavelmente pelas ruas da nossa Capital não colocam em prática essa aprendizagem? Por causa de atos de imprudência e displicência, vidas acabam sendo ceifadas.
        Displicência e imprudência, duas palavras que podem mudar destinos.
       Para não pairar nenhuma dúvida e deixar você leitor amigo, consciente do que significam essas duas palavrinhas eu vou recorrer ao nosso amigo filólogo Aurélio Buarque de Holanda, sim esse mesmo que e nosso amigo por demais, pois ele é quem nos socorre quando estamos precisamos descobrir os significados de palavras. Aurélio vem dizer, que o significado das duas tintas palavrinhas ou seriam senhoritas aliadas?
       Assim dentre outras coisas, displicência significa desleixo nas maneiras, no vestir no proceder, pessoas que não estão nem ai para o que possa acontecer de bom ou de ruim. Pessoas assim, não se preocupam em cumprir normas, entender de legislação e fazem as coisas acontecerem relaxadamente, então no transito nem se preocupam se precisam aprender ou se tiver que cumprir a leis que norteiam as atividades ao seu redor, pessoas assim nem se preocupam com seu próprio eu, quanto mais com o outro.
        Imprudência: falta de prudência, é o antônimo de cautela, é o sujeito que se acha acima do bem e do mal, esta nem ai, como diz o povo do interior em que vivi, ou então tuiu pra nada. Pessoas assim imprudentes muitas vezes não pensam nas consequências de seus atos insanos.
        Decidido o impasse, conhecimento posto em prática, dúvidas dirimidas vamos aos fatos. Existe uma faixa de pedestre na conhecida e conceituada Avenida Ayrton Sena na altura do Colégio Salesiano, mais especificamente em frente ao Residencial Itamaraty, onde todos os dias dezenas de pessoas precisam apelar para a boa vontade dos motorizados que sem nenhuma prudência ou seria displicência? Deixam os pedestres no chinelo, ou seja, pode acenar com a mão como for à lei é a dos motoristas, quando por ventura tem um prudente, que diminui a velocidade e para, só então os pedestres atravessam a citada faixa.
       Nesse sentido, se torna urgente a atenção de fiscais para que os imprudentes, ou será os displicentes? Possam prestar atenção na citada faixa e em quem está tentando atravessar para que os menos favorecidos do trânsito (pedestre) possam exercer seu direito de ir e vir que este posto lá na carta magna da nação no artigo V.
      Assim data vênia, com a palavra o DETRAN... E Prefeitura Municipal de  Parnamirim.


Escritora

PAI, FILHO E ESPIRITO DO CONTO DE CLAUDIA SANTA ROSA - NATAL/RN

Quinze minutos para dizer eu te amo

Por *Cláudia Santa Rosa

Nem todos os dias são ensolarados, nem todos eles são nublados, alguns são chuvosos, são frios, ainda que o clima de verão esteja em grau dos mais elevados, ainda assim...! Enxergar de tal modo, é vivenciar o mesmo processo que rompe com a ideia convencional que organiza o calendário do tempo.
A semana de Clara e Lucas, quase sempre, teima em ser mais curta, as circunstâncias insistem em fazê-la durar três ou quatro dias. Os demais compõem o tempo destinado aos seus corações vegetarem, talvez muito mais o de Clara. Em silêncio, ela indaga:
– Será que o natural é a mulher sofrer com a ausência do homem amado?
– Será que o meu amor também fica triste quando não estamos juntos?
Lucas é um danado! Volta e meia deixa escapar que ir ao encontro de Clara, é uma maneira de acalmá-la, de matar a saudade que ela sente da sua presença física, como se ele não a quisesse na mesma intensidade. No fundo, ainda que esteja no plano do inconsciente, Lucas é machista. Ele gosta mesmo é de se sentir o “dono da bola”, faz parte do seu jogo de sedução.
Clara, por sua vez, não perde a oportunidade de perguntar se Lucas a ama, do mesmo modo que, frequentemente, ele sente a necessidade de saber, de ouvir o que ela sente. Clara parece buscar a segurança que precisa para viver tranquila a sua história. Lucas deseja ter a certeza que domina a situação.
Clara indaga:
– Você me ama, meu amor?
Lucas responde:
– Amo muito! Se eu não lhe amasse, não estaria aqui.
Em seguida ele emenda com perguntas:
– E você me ama?
– Quem é que lhe faz mais feliz?
Que amor visceral! Clara só tem respostas lindas para o seu amor. Ama Lucas de maneira incondicional, verdadeira. Para ela pouco interessa as convenções sociais e os limites que tais chatices costumam impor. Clara dedica a Lucas o que tem de mais caro: a sua dignidade, o seu pensamento, coração, amor, tempo; a ele dedica a sua vida. Por isso mesmo, Lucas sabe o quanto é desejado por aquela mulher, que supera medos e fantasmas para amá-lo no compasso de uma obsessão, incrivelmente saborosa de experimentar.
Aquele parecia ser um dia esvaziado de beleza e de poesia. Finalmente Lucas faz contato com Clara e o sol nasce num céu nublado. Trocas de carinho e afeto ao telefone. Lucas sabe qual é a resposta, mesmo assim pergunta se Clara deseja vê-lo. O coração dela dispara de felicidade e a sua boca diz que sim. Ele ordena:
– Saia! Logo estarei aí. Vamos passear!
Promessa cumprida. Esforço tremendo! Um encontro surpreendente de corpos ardentes que se convocam. Quinze minutos pareceram eternos para Clara e Lucas dizerem um ao outro que se amam. Sim, ali eles tiveram a prova mais inconteste: realmente, o amor existe!
*Professora, especialista em Psicopedagogia, Mestre e Doutora em Educação. Articulista de temas relativos à Educação, quinzenalmente passou a publicar minicontos de amor, que são tentativas de incursão pelo universo da ficção.

(educadora@claudiasantarosa.com)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CRÔNICA DO JORNALISTA FRANKLIN JORGE - NATAL/RN

                     RESISTÊNCIA CULTURAL NO CEARÁ-MIRIM/RN





          QUEM É DO Ceará-Mirim, ou mantém algum laço afetivo com a terra e a história do município, não disfarça o mal-estar de ver a sua querência aviltada e reduzida a uma grande ruína gestada por sucessivas e desastrosas administrações e governos que parecem ter em comum o despreparo, a alienação, a ineficiência, o descompromisso com a realidade e a falta de projetos de futuro.
       Prova-o a estagnação econômica e os problemas de toda ordem que se avolumam, especialmente nos últimos anos, sob o atual prefeito que, por seu despreparo, parece zombar dos próprios cearamirimenses e de sua elite de indigentes. “Exemplo nacional”, por suas riquezas naturais e potencialidades econômicas, segundo um de seus mais argutos e criteriosos estudiosos - o engenheiro agrônomo Júlio Gomes de Senna-, o Ceará-Mirim destacou-se por muitos anos, desde o Império, como uma das regiões mais ricas do estado que se foi degradando no decurso do tempo em consequência das más escolhas e apatia de seus próprios filhos, ao mesmo tempo vítimas e responsáveis pela desgraça que se abateu sobre o governo do município, atualmente transformado em objeto de vergonha para aqueles que ainda guardam a lembrança de tempos melhores.
           Até a cultura canavieira - historicamente o fiel da balança de sua economia -, está estagnada e em franco processo de decadência que parece irreversível, se consideramos a baixa autoestima de seu povo e a indiferença e irrelevância de sua classe política. Contudo, em meio à ruína geral de um município antes rico e em tudo diferente da “cidade-dormitório” em que se transformou o Ceará-Mirim, eis que surge um exemplo de resistência motivado pela atuação de um professor e seus alunos unidos num trabalho de resgate da nossa cultura – de uma cultura que deu ao país nomes como o do historiador Rodolfo Garcia, que chegou a presidente da Biblioteca Nacional; dos escritores Madalena Antunes Pereira, Edgar Barbosa e Nilo Pereira.
        Refiro-me ao trabalho desenvolvido em sala de aula pelo jovem e talentoso professor Severino Bill Martiniano - inspirador e orientador de um grupo de estudantes - nos fazem crer que nem tudo está perdido. Seu exemplo, como professor vocacionado e esclarecido devia servir de motivo de inspiração para todos nós que desejamos contribuir efetivamente para a construção de um mundo melhor no qual a educação e a cultura constituem ferramentas necessárias ao desenvolvimento intelectual e humano. 
       Recentemente o recebi em minha casa e surpreendeu-me a qualidade do trabalho que tem desenvolvido com os seus alunos, na área da literatura e da produção de vídeos que a par de sua qualidade põem em relevo o espírito de colaboração que soube despertar na sala de aula, melhor dizendo, que vão além da sala de aula. 
        É o testemunho de que ainda há, no Ceará-Mirim semidestruído por essa caterva de políticos vorazes que usam destrutivamente o poder, gente capaz de sonhar e de resistir. Frutos dessa ação pedagógica, a produção de vídeos e de peças que mostram de maneira surpreendente o talento de alunos do Ensino Médio do tradicional Colégio Santa Águeda, entre os quais citaria Cinthya Caetano Ribeiro, Fabiana Emanuela Câmara de Moura, Monalisa Simonelly Rebouças de Oliveira, Marília Raquel Santiago da Silva Pessoa, Nathália Junnia da Silva, Rosilda Rayane de França Rodrigues, Jéssica Rayanny Rodrigues Silva, Josefa Thaynã de Lima e Silva, Lucas Felipe Pessoa, Josué Viana da Silva Júnior, Matheus da Silva Câmara, Samuel Batista Soares de Araújo, Aliane Mayara Araújo de Oliveira, Anderson Rafael de Oliveira Mendonça, Heitor Fagundes Calazans Silva, Maria Clara Moreira Oliveira França, Anderson Rafael de Oliveira Mendonça e Heitor Fagundes Calazans Silva, autores do Auto da Boca da Mata [denominação primitiva do município que muitos ignoram], inspirado no clássico português Gil Vicente, abordando porém uma temática que diz respeito ao Ceará-Mirim e os protagonistas de sua história.
          Segundo o professor Severino Bill Martiniano a obra “traz em seu bojo uma reflexão sobre o cotidiano de pessoas de uma sociedade imaginária, criada pelos jovens escritores do Colégio Santa Águeda”, que deve orgulhar-se de contribuir de maneira tão eficaz para o aprendizado e apoderamento do conhecimento usado em favor da coletividade. 
          Todos nós que amamos e valorizamos a contribuição do Ceará-Mirim à cultura norte-rio-grandense, esperamos que um trabalho desse nível de qualidade tenha uma ampla divulgação e contribua para o fortalecimento da educação e sobretudo da conscientização da sociedade sobre os nossos problemas. 
       Por isso se faz necessária a realização do projetado l Festival Literatura em Vídeo idealizado pelos participantes desse projeto que marca a história do Colégio Santa Águeda.

A VOZ POÉTICA DE IARA MARIA CARVALHO - CURRAIS NOVOS/RN

 
 
divido meu tempo
entre aquecer corações
e dourar cebolas
para a ceia
 
virimexe
um botão de alho escapole
dos dedos
escarolas espinafres
espinhos
 
(explosões)
 
é chegada a hora noturna
de empratar esperanças
 
as árvores caseiras se temperam de luzes
 
e eu nasço outra vez
duas três
só pra viver esse durante
 
 
Iara Maria Carvalho

sábado, 27 de dezembro de 2014

RESULTADO FINAL DO ENEM POR ESCOLA 2013

O sistema de divulgação das notas do Enem por Escola 2013 já está disponível. Este ano, para cada escola, é possível consultar o seu desempenho médio, percentuais de alunos em cada um dos níveis de desempenho e a média dos 30 melhores alunos. Além disso, cada escola terá informações sobre dois novos indicadores: o nível socioeconômico (INSE) e a formação docente. "Na análise de dados educacionais, é particularmente necessário descrever o contexto social dos alunos, que tem grande influência nos resultados", afirma o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares.


O INSE de cada escola é a média do nível socioeconômico dos seus alunos, distribuído em sete níveis (sendo 7 o mais alto). O cálculo dessa medida foi feito a partir das informações fornecidas pelos alunos no preenchimento do questionário contextual.

O segundo indicador é a proporção de professores de cada escola que leciona no ensino médio e possui a formação adequada, nos termos da lei. Os dados utilizados são os fornecidos pela própria unidade de ensino, por meio do Censo Escolar da Educação Básica.

O presidente do Inep destaca, ainda, que o objetivo da divulgação do Enem por Escola é "fornecer às famílias informações sobre o desempenho e sobre o contexto social e escolar dos alunos das escolas de ensino médio que fizeram o exame de 2013". Chico Soares esclarece que estas informações, junto com outras fornecidas pelas escolas, podem ser usadas para o acompanhamento das unidades de ensino pela sociedade.

O desempenho dos alunos em cada escola foi sintetizado com três categorias de indicadores. O primeiro é a média do desempenho dos alunos da escola em cada uma das cinco áreas incluídas nos testes do Enem: ciências humanas; ciências da natureza; linguagens, códigos e suas tecnologias; matemática; e redação.

A média não descreve a variação dos desempenhos. Por isso, para cada escola, foram também calculados os percentuais de alunos em cada um dos cinco níveis. Outra novidade é a apresentação da média dos 30 melhores alunos de cada escola. "Isso viabiliza uma comparação mais equilibrada entre escolas de diferentes tamanhos", esclarece Soares.

Os resultados foram divulgados preliminarmente às escolas, em 1º de dezembro. Os dirigentes escolares tiveram prazo de dez dias para entrar com recurso no Inep. Os dados são calculados para estabelecimentos de ensino que tenham matriculados, no mínimo, dez concluintes do ensino médio regular seriado e 50% de alunos participantes do Enem.

Proficiência – Desde 2009, a proficiência dos participantes do Enem nas provas objetivas é calculada por meio da Teoria de Resposta ao Item (TRI). Além de estimar as dificuldades dos itens e as proficiências dos participantes, essa metodologia permite que os itens de diferentes edições do exame sejam posicionados em uma mesma escala. Cada uma das quatro áreas do conhecimento avaliadas no Enem possui uma escala própria.

Já a correção da prova de redação avalia cinco competências: domínio da norma padrão da língua escrita; compreensão da proposta de redação; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação; elaboração de proposta de intervenção para o problema abordado, respeitados os direitos humanos.

Consulte aqui o desempenho das escolas.

Assessoria de Comunicação Social do Inep