A
IGREJA PODE SER MODERNIZADA?
Com a renúncia do Papa Bento XVI, e a conseqüente eleição de um novo mandatário
na Igreja Católica Romana, voltaram a pipocar as velhas e lamentosas vozes que
tentam, a todo custo, pressionar a Igreja no sentido da modernidade. Para estes
parece até que os problemas da humanidade não serão resolvidos “se a
Igreja não se modernizar”. Estranho tudo isso. Onde já se viu Igreja se
modernizar? Se as tentativas de modernidade se direcionam para alterar os
princípios pelos quais a Igreja se move, estão perdendo tempo. Em primeiro
lugar, é preciso que tais “experts” sejam sabedores que a Igreja é
implantada, fincada, fundamentada, enraizada, alicerçada nos princípios
estabelecidos por Jesus Cristo. Seu funcionamento, portanto, independe dessa
discussão. São questões espirituais, imateriais, inacessíveis a propostas que
busquem enlaçar a Igreja em um “contexto reformista mundano”.
Quem trata desses assuntos, sem a devida autoridade e conhecimento, precisa
saber que a Igreja não atua segundo o pensar humano, muito menos segundo a
visão e objetivos de movimentos que surgem ao bel prazer de grupos, partidos
políticos, ONGs e associações de qualquer natureza. Afinal, a Igreja não é
deste mundo, embora por aqui esteja. Ora, se a Igreja é de Jesus – e ele
afirmou categoricamente “eu não sou deste mundo, como eles (a Igreja)
também não o são” – como querer misturar no mesmo entendimento a
Igreja Dele com desejos seculares? Além de paradoxal, isso é inadmissível! Se
não vejamos: será possível modernizar o amor, o perdão, a salvação, a
santidade, a fé, a compreensão, a humildade, a tolerância...? Como fazer para
tornar modernos princípios eternizados pelos ensinamentos de Jesus – e em
vigor desde que o homem habita a face da Terra?
De estarrecer nisso tudo é vermos teólogos se juntando a coros de personalidades
famosas, ateus, místicos, líderes políticos... (gente, enfim, sem o menor
conhecimento sobre o assunto), arrotando sapiência (distorcida) e entendimento
(enviesado) sobre tema de natureza imutável – e do qual não entendem
bulhufas. Bradam, arreganham os dentes pelas mudanças ditas modernas (porém de
todo impensáveis) no discurso e no posicionamento da Igreja. Ora, essa
modernização vem ocorrendo normalmente através do tempo – onde é possível
ocorrer. O apóstolo Paulo evangelizava a pé, a cavalo; hoje os missionários se
utilizam de carro, de ônibus, de navio, de trem... Portanto, fazendo uso de
modernos meios de locomoção. Por outro lado, é intenso e visível, em todas as
partes do mundo, o trabalho de evangelização pelo rádio, pela tv, pela mídia
impressa, pela internet. Isso é modernismo ou não?
Hoje, os templos já atendem os ditames da modernidade com ar condicionado, som
de qualidade, data show, instrumentos musicais sofisticados, além de mudanças
no governo e na arquitetura. Modernidade, cara pálida, modernidade... Querer
que a Igreja vá além disso é tentar enquadrá-la numa categoria à qual ela não
pertence, pois a Igreja não é deste mundo. É parte inamovível do Reino de
Cristo. E quem Nele passa a crer o faz sabedor dessa realidade. Afinal,
“quem ama as coisas desse mundo não é de Deus”. Muitos que tentam
jogar a Igreja na vala comum do mundanismo o fazem por ignorância, por
desconhecimento da Palavra. Outros, porém, agem conscientemente na defesa de
interesses cujo propósito é o de desvirtuar, secularizar a obra de Jesus
– e tal intento jamais será alcançado. Aliás, sobre a Igreja, Ele próprio
sentenciou “... e as portas do inferno jamais prevalecerão contra
ela”.
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