O autor do texto sobre minha querida amiga RIZO, expressou-se magnificamente bem. republico na integra.
Rizolete Fernandes
Iniciou-se Rizolete Fernandes no mundo das
letras impressas em 2004, com A história
oficial omite, eu conto: mulheres em luta no RN. Seguiram-se Luas nuas, dois anos depois. Canções de abril são de 2010; Cotidianas, de 2012. Naquele, a poetisa
se manifesta com intensidade, sempre de olho (ou imersa) em a natureza: o luar
de abril, as nuvens, os passarinhos, a tarde, o arco-íris, as frutas, as águas,
os rios, etc. E os seres (humanos ou não) menos livres que os pássaros:
cachorros (“um cão se aproxima / não ladra não agita a cauda”), mulheres e
homens em atividade (“mulheres tecem o tempo / no ir e vir outras não”), o pai
e a mãe (“por trás do aro dos óculos / meu pai transmite lições / no seu olhar
português // Ao seu lado minha mãe / prende nos lábios de princesa africana / o
sorriso que cedo se desfez”), os jangadeiros, os foliões do carnaval, etc. Tudo
em linguagem elementar, porém com muito cuidado, e até com esmero, que os
signos poéticos não se sentem bem se deles se aproximam vocábulos e ditos
inadequados ao encantamento.
No outro compêndio – Cotidianas –, Rizolete Fernandes envereda pelo terreno da crônica:
lembranças misturadas a observações do dia a dia. O estilo é mais despojado do
que o de José Nicodemos. As frases são mais espichadas. Além disso,
diferentemente da expressão dos poemas de Canções
de abril, a escritora se dá mais liberdade para prosear (como nos diários).
Dá-se até o direito de usar adjetivos à vontade. E expressões de uso comum. Só
importa, porém, a captação do movimento dos seres. Crônica é pintura do deslocamento
dos seres e das coisas. A poesia é quadro, retrato, desenho; a prosa de ficção
(seja conto, seja crônica, seja isto, seja aquilo) seria o quadro em movimento,
o retrato a se mexer, o desenho animado das crianças. Desculpem a brincadeira
com os gêneros literários.
Mais detalhes, veja aqui:
www.literaturasemfronteiras.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário