quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A VOZ POÉTICA DE ALIETE FREIRE - POETA DE SÃO PAULO DO POTENGI/RN

Dentro da noite o poeta escolhe seu sonho.
Da fenda na janela nenhum raio de luar, 
espera que a noite nunca se acabe. 

Mais as sereias apitam,
 e o poeta tem de viver,
 tem de fazer uma vida.

Há uma palavra 
suspensa entre meus lábios, 
um grito oculto em minha garganta, 
a fera anulando a própria fera, 
o anjo destruindo o próprio anjo.
Há algo pendendo de minhas mãos 
que não posso ofertar,
aos pés um suporte de ferro,
que nem sequer me pode sustentar.
No arco de meus joelhos 
o que me resta é implorar.

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