Dentro da noite o poeta escolhe seu sonho.
Da
fenda na janela nenhum raio de luar,
espera que a noite nunca se acabe.
Mais as sereias apitam,
e o poeta tem de viver,
tem de fazer uma vida.
Há
uma palavra
suspensa entre meus lábios,
um grito oculto em minha
garganta,
a fera anulando a própria fera,
o anjo destruindo o próprio
anjo.
Há algo pendendo de minhas mãos
que não posso ofertar,
aos pés um
suporte de ferro,
que nem sequer me pode sustentar.
No arco de meus joelhos
o que me resta é implorar.
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