A VOZ POÉTICA DE PEDRO SIMÕES - PRESIDENTE DA ACADEMIA CEARÁ-MIRINENSE DE LETRAS E ARTES/ACLA - CEARÁ MIRIM/RN
ANTES DO DEPOIS Compreendi que teus silêncios eram fraseados reticentes tão pálidos como a tua pele, lacrimejavam e imploravam olhos nos olhos, colo e cama em desassossegado sossego. Dei-te. E te deixastes sozinha na tarde gris sabendo a chuva ácida, numa meia-estação. Havia uma leve insinuação de violinos e um suave timbre argentino, feminino. Embora maio não se findasse surpreendeu-me as violetas que deixastes como fossem rastros demarcando territórios e os impossíveis infinitos de tua busca, sem norte e sem prumo, bússola despetalada. Fostes. Fiquei desplantado pela raiz, insepulto filisteu, eu menos que um homem, um vegetal que será húmus e sementeira de improváveis semeaduras.
Natal, finalzinho da tarde chuvosa do sábado, 14 de maio de 2011.
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