terça-feira, 22 de outubro de 2013

A LITERATURA DO CIRO JOSÉ TAVARES - BRASILIA/DF



UM DIA QUE NÃO EXISTE
        



          Há uma euforia incontida e sem sentido por um dia inexistente: O dia do poeta. Para mim que, diariamente, leio poesia e estudo versos os poetas são lembrados sempre e para Sempre. Os poetas são os senhores do mundo desde os belíssimos discursos de Iahweh, encontrados no Livro de Jó; desde o Cântico dos Cânticos, atribuídos a Salomão, desde Homero, Píndaro, Sófocles, Eurípedes e Ésquilo, na velha Grécia. Desde Virgílio e Horácio entre os romanos, Camões e Antonio Feliciano de Castilho entre os representantes da última flor do Lácio.
          Ao definir-se como poeta Deolindo Tavares afirma ser mais pobre do que Jó e mais rico do que Salomão. Seu poema O poeta diz bem quem são esses artistas diferenciados, esses líricos que falam de dor e paixão, que repousam seus olhos nas estrelas, que viajam sobre os mares e jardins levados pelos ventos nos berços das nuvens.         Os poetas não têm calendários e a sua hora é aquela em que canta a beleza, em que fala de amor e derrama lágrimas de saudade. O poeta é o antigo menestrel que todos os dias batia à porta dos castelos medievais para cantar seus versos, nas canções de amor e de amigos.
          Eu não preciso de uma lei para lembrar que tenho um dia. Eu sou herdeiro de Tannhäuser e de lug, filho de Eithlenn, de Calderón de La Barca e de François Villon que me ensinou baladas. Meus exemplos e meus mestres são múltiplos e variados. Porque vive além da rosa -dos - ventos, o dia do poeta é ontem, hoje e amanhã.

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