1
“Quanto me ama?” ela pede...
e eu digo: “Não sei, querida...
nunca vi como se mede
amor que não tem medida!”
2
Vendo a cena me emociono
ante a expressão de alegria
do
cão faminto e sem dono
que o mendigo acaricia!
3
Hoje voltas, volta
ingrata,
depois que o tempo
passou...
como volta alguém que
mata
pra confirmar que
matou!
4
Pilatos se omite...
irada
a multidão
sentencia!
e esta verdade é
provada:
também erra a
maioria!
5
Não veio a chuva, e de
mágua
curva-se a fronte
abatida...
Na
cacimba não tem água...
Na
mesa não tem comida!
6
Na
pracinha o juramento
feito por duas
crianças...
A
lembrança de um momento
num momento de
lembranças!
7
Mãos cheias de ouro e
vaidade
sustentam prazeres
vãos...
São felizes de verdade
mãos que se enchem de outras
mãos!
8
Receio do mundo... medo...
no
hospital, recém-nascida,
ela segurou o meu dedo
e
o prendeu por toda a vida!
9
No
peito em que a entrada é franca
tudo que é bom tem
lugar..
mas coração que se
tranca
nem mesmo Deus
pode entrar!
10
Dá
pra saber bem ligeiro
quem é quem nessa
disputa;
o
tolo fala primeiro
e
o sábio, primeiro escuta!
Pedro Ornellas
"Amigo que foi, não era" (Pedro Ornellas)
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