Geraldo de Margela
Circula nas Redes Sociais uma série
postagem que se configura como pura propaganda contra o Brasil e os
brasileiros. Contra nossa cultura e a favor de uma cultura alienígena, no caso,
a Norte-americana, considerada por parcela de nossa elite como superior. As
pessoas que consideram as agressões contidas nesses textos como verdadeiras
podem ser classificadas como servos voluntários. É como denomina o pensador
francês Étienne de La Boetie, em livro clássico: A Servidão Voluntária.
Vejamos: Um determinado texto sem
identificação. Não se sabe quem escreveu. Simplesmente se posta na Rede um
amontoados de impropérios contra o Brasil e os brasileiros. Nele, deseja-se
comparar o nosso modo de vida ao modo de vida Norte-americano. Pueril
comparação, nunca será igual. Temos uma formação político, cultural e social
diferente, uma história de vida peculiar. Aceitar o que está expresso nesses
textos significa asseverar que somos inferiores. Marcel Mauss, antropólogo
francês afirma que não há cultura superior ou inferior, que há culturas
diferentes. Assim, somos simplesmente diferentes, de outras culturas, mundo
afora.
Quase todas essas postagem de oposição ao
Brasil e o seu povo tem um objetivo: afirmar que aqui nada presta, as
instituições não funcionam, as pessoas são corruptas, o governo não governa,
nosso povo não é civilizado. Aceitar isto é ser o que La Boetie chama de servo
voluntário. Não, não comungo com impropérios contra os brasileiros, a nossa
cultura e maneira de viver.
Essas postagens têm igualmente um objetivo
político: contestar a reeleição dos nossos dirigentes. "Reeleger as mesmas
pessoas" afirma. Constitui uma propaganda subliminar contra os governantes
que estão no poder. Legítimo para quem se posiciona contra nosso governo. Eu
não, que apoio a política implementada no Brasil nos últimos 10 anos. Só
retirar 40 milhos de brasileiros da miséria nos credencia como um projeto
político aceito pela maioria do nosso povo e aplaudido pelo mundo.
E mais, propagam uma série de preconceito
contra os brasileiros: Que somos preguiçosos, não sabemos ouvir, chegamos
sempre atrasados... Brasileiros só tem cerveja péssima e as importadas são
caras. Os alimentos sem graça, repetitivo e inconveniente. O ar é quente como
um inferno, e não há ar condicionado. Que o brasileiro é sociável. A cultura
dele endeusa o individualismo. Que amamos a nossa família e isso atrapalha o
casamento. A internet e a energia são caras. E não, são exploradas por eles?
Quem pensa assim, nunca foi aos Camarões, não pegou uma boa praia em Ponta
Negra, em Natal, não conhece as nossas famílias.
Além de condenar o Estado brasileiro como
indutor do desenvolvimento e fomentador da distribuição da riqueza afirma que
temos excesso de burocracia e pagamos muito imposto. Aqui está definido o velho
ideário dos adeptos do neoliberalismo, modelo de desenvolvimento que acabou de
deixar 13 milhões de desempregados na Europa, semeando a pobreza e a miséria.
Esse pensamento estilado pela matriz, como
receituário para a colônia, já vimos no que deu no Brasil na década de 90 do
século passado. Ele é igualzinho ao que propõe uma parcela da nossa elite, que
não gosta do Brasil e dos brasileiros. E repetem o que eles propagam, ou seja,
que não temos futuro. Não concordo. Não é verdade. Estamos construindo um novo
Brasil.
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